“MULHER NÃO TEM OPINIÃO DENTRO DE UM COLÉGIO MILITAR”: GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E AFETOS NA ESCOLA MILITARIZADA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/ia.v49ied.especial.79050

Palavras-chave:

Escola; Militarização; Gênero; Interseccionalidade.

Resumo

Este artigo aproxima o debate sobre as relações entre gênero, interseccionalidades e afetos na escola militarizada, observando a experiência de pessoas egressas de escolas públicas estaduais em Goiás. Nosso objetivo é analisar como estudantes de escolas militarizadas concebem o contato com essa forma de escolarização e as relações de gênero presentes nesses espaços, propondo a pergunta: como gênero, interseccionalidade e afetos são vivenciados na escola militarizada? Realizamos uma pesquisa qualitativa, optando pela entrevista semiestruturada com sete participantes, com idades entre 19 e 29 anos. Destacamos, entre os resultados, a sexualização, controle dos corpos femininos e a interseccionalidade, articulados para manter inalteradas estruturas que perpetuam assimetrias entre as pessoas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Izabel Machado, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brasil, mariaizabelmachado@ufg.br

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná e Doutorado Sanduíche na Universidad Oscar Lucero Moya (Holguin, Cuba). Professora da carreira de magistério superior da Universidade Federal de Goiás, lotada na Faculdade de Educação, atuando como professora permanente do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (UFG) e do Programa de Pós Graduação em Educação PPGE (UFG). 

Jéssica Rodrigues da Silva Bueno, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brasil, jessicarodrigues@discente.ufg.br

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora na educação básica do Município de Goiânia. 

Referências

ALBUQUERQUE, Rossana Maria Marinho. Quando o luto se converte em luta: analisando a atuação da frente popular de mulheres contra o feminicídio. In: JOHAS, Bárbara; AMARAL, Marcela; MARINHO, Rossana. (org.). Violências e resistências: estudos de gênero, raça e sexualidade. Teresina: EDUFPI, 2020.

ALVES, Míriam Fábia; TOSCHI, Mirza Seabra; FERREIRA, Neusa Sousa Rêgo. A expansão dos colégios militares em Goiás e a diferenciação na rede estadual. Retratos da Escola, Brasília, v. 12, n. 23, p. 271-287, 2018.

CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

CRENSHAW, Kimberlé. A interseccionalidade na Discriminação de Raça e Gênero. In: VV.AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem, p. 7-16, 2004.

CRENSHAW, Kimberlé. Desmarginalizando a intersecção entre raça e sexo: uma crítica feminista negra da doutrina da antidiscriminação, da teoria feminista e da política antirracista. In: BAPTISTA, Maria Manuel; CASTRO, Fernanda de (org.). Gênero e Performance - Textos essenciais Vol. II. Grácio Editor, 2019.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

GOULART, Janaina Moreira de Oliveira. A militarização das escolas no estado de Goiás e os sentidos da desdemocratização do ensino público. 2022. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.

LOURO, Guacira Lopes (org). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2. ed. Rio de Janeiro: EPU, 2018.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

RUBIN, Gayle. O Tráfico de mulheres: Notas para uma “economia política do sexo”. Recife: SOS Corpo, 1993.

SANTOS, Eduardo Junio Ferreira. Militarização das Escolas Públicas no Brasil: Expansão, Significados e Tendências. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2020.

Downloads

Publicado

2024-09-01

Como Citar

MACHADO, M. I.; BUENO, J. R. da S. “MULHER NÃO TEM OPINIÃO DENTRO DE UM COLÉGIO MILITAR”: GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E AFETOS NA ESCOLA MILITARIZADA . Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 49, n. ed.especial, p. 794–808, 2024. DOI: 10.5216/ia.v49ied.especial.79050. Disponível em: https://revistas.ufg.br/interacao/article/view/79050. Acesso em: 18 set. 2024.