Edições anteriores

  • Mídias, Tecnologia e História: Pesquisa, Memória e Ensino
    v. 48 n. 3 (2023)

    Com a crescente popularização da internet, mídias digitais e tecnologias digitais nos últimos vinte anos, torna-se importante problematizar o quanto esses produtos culturais provocam transformações na comunicação e no acesso à informação. Essas mudanças têm criado novas necessidades de consumo, transformaram as interações sociais e, ao mesmo tempo, reformularam as relações entre os sujeitos, o tempo e o espaço. Para além das preocupações referentes às variedades de equipamentos comercializados, das formas como foram inseridos nos imaginários sociais e das maneiras como vêm modificando as relações sociais, torna-se fundamental que os pesquisadores e professores das mais diversas áreas do conhecimento incorporem estes debates em suas práticas de pesquisa e ensino. Frente a tais questões, o presente Dossiê Temático têm o objetivo de aceitar trabalhos que possam: ampliar o debate referente às pesquisas dedicadas às diferentes mídias – digitais e analógicas – e suas interfaces históricas e educacionais; provocar o debate sobre o campo das humanidades e as tecnologia digitais, seus métodos, suas abordagens e suas fontes; problematizar os usos das tecnologias digitais e mídias digitais no processo ensino aprendizagem dos mais variados campos do conhecimento; levantar questões sobre publicização dos conhecimentos históricos, antropológicos e sociais; problematizar os impactos das Fake News nas redes sociais e mídias digitais; e discutir os impactos destas inovações tecnológicas entre as comunidades tradicionais, indígenas e/ou quilombolas bem como na geração de novas formas de articulação e fazeres políticos, permitindo o surgimento de movimentos sociais organizados em novas bases e com novos repertórios . Ao propor este Dossiê Temático, pretendemos abrir a possibilidade de dialogar no âmbito da pesquisa e no ensino, onde os pesquisadores e professores possam expor suas pesquisas concluídas ou em andamento.

  • A herança da obra A miséria do mundo de Pierre Bourdieu 30 anos após sua publicação
    v. 48 n. 2 (2023)

    Em novembro de 1989, Michel Rocard, então primeiro ministro de François Miterrand (1981-1995), afirmava que a França não poderia mais “acolher toda a miséria do mundo”1. Fortes tensões políticas atravessavam os debates políticos sobre a recepção de imigrantes no país.  Alguns anos após esta fala, em 1993, Bourdieu, um sociólogo ainda pouco conhecido do grande público, afirmava que “a França havia se tornado uma constelação de microcosmos fechados, dentro dos quais todos ruminavam sobre sua miséria”. É neste contexto que em março de 1993, “(...) algumas semanas antes das eleições legislativas na França, é publicada a Obra La Misère du monde, empreendimento coletivo concebido por Bourdieu explicitamente como uma intervenção no campo político” (CHAMPAGNE, 2017, p. 271). Este livro de quase mil páginas, prossegue o autor, e contendo mais de 60 entrevistas realizadas em ambientes onde impera o sofrimento, propõe dar voz àqueles que não são ouvidos no espaço público, àqueles que são retratados através do filtro difuso da mídia ou dos levantamentos estatísticos. As entrevistas comentadas descortinam os sofrimentos socialmente engendrados pelo neoliberalismo, muitas vezes, inaudíveis e invisíveis para os dirigentes políticos.

  • v. 48 n. 1 (2023)

    INTER-AÇÃO é uma publicação quadrimestral gratuita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás e do Programa de Pós-Graduação em Educação da FE/UFG. Seu objetivo consiste em publicar, mediante avaliação no sistema duplo-cego de pareceristas ad hoc e de membros do Conselho Científico, trabalhos inéditos resultantes de estudos teóricos e pesquisas sobre a educação, abrangendo as seguintes linhas de pesquisa: Educação, trabalho e movimentos sociais; Estado, políticas e história da educação; Cultura e processos educacionais; Formação, profissionalização docente e práticas educativas; Fundamentos do processo educativo.

    Este primeiro número de 2023 é dedicado a trabalhos com foco no escopo da revista, abrangendo nossas linhas de pesquisa.

  • Conferência Nacional Popular de Educação e a Democratização das Políticas Educacionais: Sujeitos, Processos E Proposições
    v. 47 n. 3 (2022)

    O referido dossiê tem por proposta situar o cenário atual de retrocessos nas políticas educacionais no país, balizados por políticas neoliberais e neoconservadoras, e, sobretudo, analisar os movimentos de resistência desenvolvidos pelo Fórum Nacional de Educação Popular (FNPE). Nesta ótica, busca analisar, especialmente, o papel dos sujeitos coletivos que compõem o FNE, bem como,  os processos de organização, incluindo sistematização, estrutura, dinâmicas político-pedagógicas  e a construção coletiva de proposições, visando a democratização das políticas educacionais, tendo por eixo a efetiva materialidade da Conferência Nacional de Educação Popular (CONAPE 2022) em suas etapas municipais, estaduais, distrital e nacional.

  • O direito à Educação do Campo: trajetórias de lutas, resistências e desafios
    v. 47 n. 2 (2022)

    Refletir sobre as experiências de Educação do Campo no Brasil, assim como em outros nos países da América Latina e Caribe. No Brasil essa experiência já alcançou duas décadas de luta, materializando-se em um relevante conjunto de Políticas Públicas, conquistadas a partir do protagonismo dos movimentos camponeses.  Tais políticas incluíram o desenvolvimento da Educação nas áreas de Reforma Agrária (PRONERA); formação inicial  e continuada  de professores (LICENCIATURAS EM EDUCAÇÃO DO CAMPO; SABERES DA TERRA e ESCOLA DA TERRA);  a elaboração de livros didáticos específicos (PNLD CAMPO); a formação da Juventude Rural (RESIDÊNCIA AGRÁRIA e RESIDÊNCIA AGRÁRIA JOVEM), entre outras. Porém, com o golpe e a ascensão da extrema direita ao poder, os fundos públicos destinados à  execução de tais políticas foram quase totalmente extintos, assim como o foram também as   instâncias de deliberação colegiada das mesmas, nas quais havia uma forte participação da sociedade civil. Agravando ainda mais o quadro de execução de tais políticas, sobrevieram os desafios impostos pela Pandemia da COVID 19, que teve grande impacto na garantia do direito à educação do campesinato. A partir deste complexo contexto, o presente Dossiê objetiva produzir um balanço sobre a situação atual das lutas pelo direito à Educação do Campo, através de análises sobre a execução de diferentes políticas públicas que a materializaram, dando ênfase aos desafios que pairam sobre sua continuidade neste momento histórico de graves ameaças à educação pública e a existência dos sujeitos camponeses, que enfrentam um desmedido aumento da violência por parte do agronegócio sobre suas terras; territórios e identidades.
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