JOVENS NEGROS COTISTAS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA: UMA CARTOGRAFIA DAS RESISTÊNCIAS
DOI :
https://doi.org/10.5216/ia.v50i2.83102Mots-clés :
Jovens Negros. Política de Cotas Raciais. Narrativas. Universidade.Résumé
Este artigo analisa as dificuldades no processo de inclusão e as táticas de permanência de jovens negros cotistas na universidade pública. Faz um recorte da dissertação de Mestrado em Educação, com uso da Cartografia (Deleuze; Guattari, 2011; Passos; Kastrup; Escóssia, 2020) na análise documental e na produção de narrativas escritas e orais de jovens cotistas. O território de pesquisa é a Universidade Estadual do Maranhão, Câmpus Caxias. As narrativas revelaram experiências de rejeição dos corpos negros nos processos de inclusão, através do dispositivo de racialidade para produzir preconceito e discriminação pela cor da pele e pela condição de cotista. Entretanto, usam táticas de resistência para permanecer a partir da afirmação identitária, do autorreconhecimento de sujeito de direito e do desempenho acadêmico.
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