AS DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) EM TEMPOS DE REFORMISMO EDUCACIONAL: SOBRE PERDA DE DIREITOS, RESISTÊNCIAS E ESPERANÇAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/ia.v50i2.83145

Palavras-chave:

Educação de Jovens e Adultos; Reformismo Educacional; Diretrizes Operacionais; Resistência Ativa.

Resumo

O artigo discute a política de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir da análise e problematização das duas últimas resoluções que estabeleceram as Diretrizes Operacionais para a modalidade, a saber: a Resolução revogada CNE/CEB n. 01/2021 e a Resolução vigente CNE/CEB n. 03/2025. De caráter documental e abordagem qualitativa, o estudo evidencia que o cenário de reformismo educacional, materializado em reformas como o Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), intensificou um movimento de barateamento da EJA e de desqualificação da escola destinada à classe trabalhadora e que, diante desse contexto, a resistência ativa, empreendida por atores como os Fóruns de EJA do Brasil, mostrou-se fundamental na luta por uma educação de qualidade e em quantidade para as pessoas jovens, adultas e idosas, culminando na construção e aprovação de novas diretrizes para a EJA, que são analisadas como produto dessa resistência e como indicativo de esperança.

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Biografia do Autor

Ivonete de Souza Susmickat Aguiar, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Teixeira de Freitas, Bahia, Brasil, ivonetesusmickat@gmail.com

Doutora em Estado e Sociedade pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); Mestre em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC); Especialista em Educação de Jovens e Adultos e graduada em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB); Docente Adjunto da UFSB, Campus Paulo Freire.

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Publicado

2025-09-08 — Atualizado em 2025-10-31

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Como Citar

DE SOUZA SUSMICKAT AGUIAR, Ivonete. AS DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) EM TEMPOS DE REFORMISMO EDUCACIONAL: SOBRE PERDA DE DIREITOS, RESISTÊNCIAS E ESPERANÇAS. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 50, n. 2, p. 463–476, 2025. DOI: 10.5216/ia.v50i2.83145. Disponível em: https://revistas.ufg.br/interacao/article/view/83145. Acesso em: 5 dez. 2025.

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