PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA COTISTAS ACERCA DO ACESSO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
DOI:
https://doi.org/10.5216/ia.v49i3.80668Palavras-chave:
Inclusão Educacional; Política de Cotas; Educação Superior; Estudantes com Deficiência; Universidade Federal de Goiás (UFG).Resumo
Este estudo tem como objetivo compreender as percepções de estudantes com deficiência cotistas sobre o acesso à Universidade Federal de Goiás (UFG), analisando como as políticas de cotas influenciam o ingresso desses estudantes no ensino superior. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, utilizando entrevistas semiestruturadas com 12 estudantes com deficiência matriculados em cursos presenciais na UFG no ano de 2022. A seleção dos participantes considerou critérios como o ingresso via cotas, faixa etária e status acadêmico ativo ou trancado. O estudo fundamenta-se em documentos legais como a Constituição Federal de 1988 (CF/1988), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996), e a Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012 e sua alteração pela Lei nº 13.409/2016), que regulamentam o acesso de pessoas com deficiência às instituições federais de ensino. Entre os principais autores utilizados, destacam-se Dubet (2004), que aborda o impacto das políticas de acesso nas desigualdades educacionais, e Silva e Pimentel (2021), que discutem a relação entre ingresso e inclusão plena. Os resultados mostram que, embora o acesso seja visto como um avanço significativo, ele não garante a inclusão plena, destacando-se a necessidade de políticas que assegurem também a permanência e o êxito acadêmico. Conclui-se que, para efetivar a inclusão, é essencial que o acesso inicial seja acompanhado de ações que promovam a continuidade dos estudos, garantindo um ambiente acessível e inclusivo para todos os estudantes.
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