“SER PRETO, SER GAY, COMO ISSO PODE?” DEBATENDO MASCULINIDADES NA FORMAÇÃO DOCENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA
DOI:
https://doi.org/10.5216/ia.v49i3.80595Palavras-chave:
Masculinidades, Inclusão, Interseccionalidade, Educação FísicaResumo
Este artigo tem como objetivo problematizar as reflexões suscitadas no evento de extensão 9º Ciclo de cinema e diversidade sobre o tema masculinidades e sua relação com aspectos interseccionais, que ocorreu a partir da exibição do documentário “Bicha Preta”. Dialogando a partir de um referencial amplo de inclusão, discute masculinidades e problematiza suas intersecções. Com uma abordagem qualitativa, discorreremos a análise a partir das reflexões e discussões potentes desencadeadas pelos debatedores e participantes, a partir do documentário em tela, utilizando a análise textual discursiva. Percebemos uma participação majoritária e proativa de homens no evento e no debate, discutindo sobre a experiência do homem preto homossexual em um contexto social permeado pelo racismo e pela homofobia. Houve ainda uma invasão à transmissão com intuito de interrompê-la, o que demonstra evidente preconceito, conservadorismo e urgência de visibilidade dessas discussões.
Downloads
Referências
ATTA, D.; VOLTARELLI, M. Masculinidades como práticas sociais: um olhar para os meninos da educação infantil e suas ações “desviantes”. Zero-a-Seis, v. 26, n. 49, p. 210-233, 2024.Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/93901. Acesso em: 1 set. 2024.
BIBIANO, M. Masculinidades negras em disputa: Autenticidade racial e política de respeitabilidade na representação da homossexualidade negra masculina. Revista Periódicus, v. 1, n. 13, p. 98-114, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/35671. Acesso em: 1 set. 2024.
BILGE, S. Panoramas recentes do feminismo na interseccionalidade. Escritas do Tempo, Marabá, v. 2, n. 6, p. 238-256, 2020. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/1525. Acesso em: 1 set. 2024.
BILGE, S. Smuggling intersectionality into the study of masculinity: Some methodological challenges. In: Feminist Research methods: an international conference, University of Stockholm. 2009.
BOOTH, To.; AINSCOW, M. Index Para a Inclusão: Desenvolvendo a aprendizagem e a participação na escola. LAPEADE, Rio de Janeiro, 2012.
BRITO, L. Da masculinidade hegemônica à masculinidade queer/cuir/kuir: disputas no esporte. Revista Estudos Feministas. Florianópolis, v. 29,p. e79307, 2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/ref/a/cNwyVKFqHbkqkrb3kcbsvQc/?lang=pt. Acesso em: 1 ago. 2024.
BUTLER, J. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. São Paulo: N-1. 2019.
CANDAU, V. (Org.). Diferenças culturais e educação: construindo caminhos. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2011.
CASTELLANI FILHO, L. Educação física no Brasil: a história que não se conta. Campinas, SP: Papirus, 1991.
CASTRO, S. O papel das escolas no combate às masculinidades tóxicas. Revista Aprender. Vitória da Conquista, n. 20, p. 75-82, 2018.Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/aprender/article/view/4552. Acesso em: ago. 2024.
COLLINS, P.; BILGE, S.. Interseccionalidade. Boitempo Editorial, 2021.
CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 1, p. 171-188, 2002.Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/mbTpP4SFXPnJZ397j8fSBQQ/?lang=pt. Acesso em: 1 jul. 2024.
FONSECA, M. Formação docente em Educação Física na e para perspectiva inclusiva: reflexões sobre Brasil e Portugal. Revista Aleph, Nº Especial. p. 42-74, 2021. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistaleph/article/view/48348. Acesso em:1 jul. 2024.
FONSECA, M. Os preconceitos (re)produzidos pela/na escola e a Educação Física Escolar: um debate urgente! Temas em Educação Física Escolar, v. 8, p. 1-20, 2023.Disponível em: https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/article/view/4051. . Acesso em: 1 ago. 2024.
FONSECA, M; SILVA, S; SANTOS, M. L. (Org). Possibilidades de diversificação de conteúdos na perspectiva inclusiva: relatos de experiência na Educação Física Escolar. v.1. 1ed. Rio de Janeiro: Autografia, 2023.
FONSECA, M.; MOREIRA, F.; SILVA, S. ‘Não há masculinidade no singular, somente no plural’: percepções iniciais a partir do ciclo de cinema e diversidade. O social em
questão (online), v. 1, p. 107-130, 2023.Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/5522/552273594005/html/ . Acesso em: ago. 2024.
FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Coleção Extensão Universitária; v.7. Gráfica da UFRGS. Porto Alegre, 2012.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
hooks , bell. A gente é da hora: homens negros e masculinidade. São Paulo: Elefante, 2022.
hooks, bell. Escolarizando homens negros. Revista Estudos Feministas, v. 23, n. 3, p. 677-689, 2015.Disponível em: https://doi.org/10.1590/0104-026X2015v23n3p677 . Acesso em: ago. 2024.
KIMMEL, M. A produção simultânea de masculinidades hegemônicas e subalternas. Horizontes antropológicos, v. 4, n. 9, p. 103-117, 1998.Disponível em: https://www.scielo.br/j/ha/a/B5NqQSY8JshhFkpgD88W4vz/?lang=pt. Acesso em: 1 jul.2024.
MEDRADO, B.; LYRA, J. Por uma matriz feminista de gênero para os estudos sobre homens e masculinidades. Revista Estudos Feministas. Florianópolis, v 16, n.03, p. 809-840, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/7VrRmvB6SNMwQL5r6mXs8Sr/?lang=pt. Acesso em:1 jul. 2024.
MORAES, R.; GALIAZZI, M. Análise textual discursiva. Editora Unijuí, 2020.
MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação (Bauru), v. 9, p. 191-211, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/SJKF5m97DHykhL5pM5tXzdj/?format=pdf. Acesso em: 1 jul. 2024.
OLIVEIRA, M. O diabo em forma de gente:(r) existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação. Curitiba: Prismas, 2017.
RODRIGUES, W. Desmitificando a sensualidade naturalizada do ébano: Um estudo acerca da objetificação do corpo do homem negro. Cadernos de Gênero e Tecnologia, v. 13, n. 41, p. 267-284, 2020. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/9281. Acesso em:1 jul. 2024.
ROSSATO, L.;SCORSOLINI-COMIN, F. Chega mais: o grupo reflexivo como espaço de acolhimento para ingressantes no ensino superior. Revista da SPAGESP, v. 20, n. 1, p. 1-8, 2019. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702019000100001 .Acesso em: 1 jul.2024.
SANTOS, M. FONSECA, M; MELO, S. Inclusão em Educação: diferentes interfaces. Curitiba: CRV, 2009.
SAWAIA, B. (org). As artimanhas da Exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 2022.
SILVA JUNIOR, P. Narrativas de adolescentes negros: entre masculinidades, cotidiano escolar e vivências. Cadernos de gênero e diversidade, v. 5, n. 2, p. 172-191, 2019. Disponível em:https://doi.org/10.9771/cgd.v5i2.29259 . Acesso em: 1 ago.2024.
SCOTT, J. Os usos e abusos do gênero. Projeto História. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, São Paulo, n. 45, p. 327-351, 2012. Disponível em:https://revistas.pucsp.br/revph/article/view/15018 . Acesso em:1 ago. 2024.
SOUZA, D; HONORATO, E.; BEIRAS, A. Discriminação contra homossexuais no mercado de trabalho: Revisão da literatura. PSI UNISC, v. 5, p. 127-143, 2021. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/psi/article/view/15452. . Acesso em:1 ago. 2024.
TURATO, E. Tratado da metodologia da pesquisa clínico - qualitativa: construção teórico metodológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
ZAMBONI, M. Marcadores sociais da diferença. sociologia: grandes temas do conhecimento. Sociologia, v. 1, p. 13-18, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Michele Pereira de Souza da Fonseca, Leandro Teófilo de Brito, Samara Oliveira Silva, Fabille Mara Assumpção Moreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A Inter-Ação utiliza como base para transferência de direitos a licença Creative Commons Attribution 4.0 para periódicos de acesso aberto (Open Archives Iniciative - OAI). Por acesso aberto entende-se a disponibilização gratuita na Internet, para que os usuários possam ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral dos documentos, processá-los para indexação, utilizá-los como dados de entrada de programas para softwares, ou usá-los para qualquer outro propósito legal, sem barreira financeira, legal ou técnica.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.