A UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE: UM BEM PÚBLICO PARA O BEM-ESTAR DA PESSOA IDOSA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/ia.v49i2.79163

Palavras-chave:

Universidade Aberta à Terceira Idade; UNATI; Bem Público; UEM.

Resumo

A educação superior é um campo social em que há lutas, alianças e conflitos. A Universidade Aberta ao Idoso (UNATI) está inserida nesse campo social e não foge dos conflitos entre uma educação para o desenvolvimento e qualidade de vida dos idosos e aquela focada no mercado e na produtividade. Portanto, o objetivo deste artigo é analisar a UNATI como um bem público, ou seja, um bem cujo acesso não pode causar exclusões e rivalidades de outros. Trata-se, metodologicamente, de um estudo exploratório e bibliográfico. O desenvolvimento deste artigo baseou-se em conceitos desenvolvidos por Bourdieu (1996; 2003), Gramsci (1982) e Marx (1983), além de outras referências relacionadas ao idoso. Por fim, o artigo demonstra como o programa UNATI da Universidade Estadual de Maringá-PR impacta a vida dos idosos, destacando resultados positivos em suas existências.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Nabão Lopes Ferreira, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná, Brasil, fernando.nabaum@gmail.com

Doutorando em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR). Especialista em Ciências Penais pelo Programa de Pós-Graduação em Direito Público da UEM. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Básica e Superior (GEDUC) certificado pelo CNPq. Participa da Rede Universitas/BR.

Mario Luiz Neves de Azevedo, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná, Brasil, mlnazevedo@uem.br

Professor Titular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) junto ao Departamento de Fundamentos da Educação (DFE) e ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE). Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), com estágio de pesquisa (bolsa-sanduíche/CAPES) no Institut National de Recherche Pédagogique (INRP-França). Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Pós-doutorado na Universidade de Cambridge (Inglaterra). Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Básica e Superior (GEDUC) certificado pelo CNPq. Participa da Rede Universitas/BR. Pesquisador do CNPq.

Referências

AZEVEDO, M. L. N.; ALVES, A. M. S. Fundação de apoio à universidade: uma discussão sobre o conflito entre o público e o terceiro setor. Atos de pesquisa em educação (FURB), v. 2, p. 486-507, 2007.

AZEVEDO, M. L. N. Educação e gestão neoliberal: a escola cooperativa de Maringá – uma experiência de Charter School? [online]. Maringá: Eduem, 2021, p. 101-137. ISBN 978-65-87626-06-2. DOI: https://doi.org/10.7476/9786587626062.0006.

AZEVEDO, M. L. N. Transnacionalização e mercadorização da educação superior: examinando alguns efeitos colaterais do capitalismo acadêmico (sem riscos) no Brasil – a expansão privado-mercantil. Rev. Inter. Educ. Sup.[RIESup] Campinas, SP. v. 1, n. 1, p. 86-102, jul./set. 2015.

AZEVEDO, M. L. N. O novo regime fiscal: a retórica da intransigência, o constrangimento da oferta de bens públicos e o comprometimento do PNE 2014-2024. Tópicos Educacionais, Recife, v. 22, n. 1, p. 246, jan./jun. 2016.

AZEVEDO, M. L. N. O campo acadêmico e a regulação métrica: autonomia, heteronomia e democracia – a ingerência economicista. Educar em Revista, Curitiba, v. 39, 2023a.

AZEVEDO, M. L. N. Governança algorítmica e o duplo papel do Tribunal de Contas da União: controle e regulação da educação em tempos de plataforma e sociedade métrica. Em Aberto, Brasília, v. 36, n. 116, p. 147-166, jan./abr. 2023b.

BOURDIEU, P. Razões práticas: Sobre a Teoria da ação. Trad. Mariza Corrêa. Campinas: Papirus. 1996.

BOURDIEU, P. Questões de sociologia. Trad. Miguel Serras Pereira. Lisboa: Fim de Século, 2003.

BRASIL. Lei nº 9.394/96. Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Brasília: Câmara dos Deputados, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 3 nov. 2023.

BRASIL. Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Brasília: Câmara dos Deputados, 1994. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm. Acesso em: 3 nov. 2023.

CAMARANO, A. A.; PASINATO, M. T. O envelhecimento populacional na agenda das políticas públicas. In: CAMARANO, A. A. (Org.). Os idosos e os seus novos papéis sociais. Rio de Janeiro: IPEA, 2005, p. 251-289.

CATANI, A. M.; NOGUEIRA, M. A.; HEY, A. P.; MEDEIROS, C. C. C. de. (Org.). Vocabulário Bourdieu. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

COSTA, S. S. G. Governamentalidade neoliberal, Teoria do Capital Humano e Empreendedorismo. Educação e Realidade, v. 34, n. 2, p. 171-186, mai./ago. 2009.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução: Mariana Echalar. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2016. E-book.

DIAS SOBRINHO, J. Educação superior: bem público, equidade e democratização. Avaliação. v. 18, n. 1, p. 107-126, mar. 2013.

FERNANDES, G. P. Educação para além do tempo: a Unati como um espaço acadêmico aberto. 2020. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá, 2020.

FERNANDES, G. P. O que os olhos não veem: os analfabetos das instituições de longa permanência para idosos. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá. Maringá, 2015.

FERNANDES, G. P. Políticas e direito dos idosos na agenda social brasileira. In: FERREIRA, G. R. (Org.). A educação no Brasil e no mundo: avanços, limites e contradições 2. Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019. E-book.

FENALTI, R. C. S.; SCHWARTZ, G. M. Universidade aberta à terceira idade e a perspectiva de ressignificação do lazer. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 131-141, 2003.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1987. E-book.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. E-book.

GADOTTI, M. A questão da educação formal/não-formal. Sion (Suisse), 18 au 22 octobre 2005.

GENTILI, P. A falsificação do consenso: simulacro e imposição na reforma educacional do neoliberalismo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

GOHN, M. G. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan./mar. 2006.

GRAMSCI, A. Os Intelectuais e a Organização da Cultura. Trad. Carlos Nelson Coutinho. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1982.

INOUYE, K.; ORLANDI, F. de S.; PAVARINI, S. C. L.; PEDRAZZANII, E. S. Efeito da Universidade Aberta à Terceira Idade sobre a qualidade de vida do idoso. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 44, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1678-4634201708142931.

JOURDAIN, A.; NAULIN, S. A teoria de Pierre Bourdieu e seus usos sociológicos. Sob a direção de François de Singly. Trad. Francisco Morás. Petrópolis: Vozes, 2017.

LIMA, C. R. V. Políticas públicas para idosos [manuscrito]: a realidade das Instituições de Longa Permanência para Idosos no Distrito Federal. 2011.

MARX, K. O capital: Crítica da economia política. Livro I. Trad. Rubens Enderle. Rio de Janeiro: Boitempo. 1983.

MARTINS, R. M. K. Pedagogia e andragogia na construção da educação de jovens e adultos. Rev. Ed. Popular, Uberlândia, v. 12, n. 1, p. 143-153, jan./jun. 2013.

MAIO, E. R.; LOLLI, M. C. G. S. Educação permanente, não formal, como instrumento para a valorização e o reconhecimento do idoso: o modelo UNATI/UEM. Ensino em revista, v. 22, n. 2, p. 401-410, jul./dez. 2015.

MAU, S. The Metric Society: on the quantification of the Social. Cambridge, UK: Polity Press, 2019.

NERI, A. L. & Yassuda, M. S. (Org.). Velhice bem-sucedida: aspectos afetivos e cognitivos. Campinas: Papirus. 2004.

ORTIZ, R. (Org.) Pierre Bourdieu: sociologia. Trad. Paula Montero e Alicia Auzmendi. São Paulo: Ática, 1983.

PARANÁ. Universidade Estadual de Maringá. Universidade Aberta à Terceira Idade. Disponível em: http://www.unati.uem.br/. Acesso em: 3 nov. 2023.

PERES, M. A. C. A andragogia no limiar da relação entre velhice, trabalho e educação. Contrapontos, v. 6, n. 1, p. 65-77, jan./abr. 2006.

PIRES, L. S. LIMA, S. A. S. C. L. O Pedagogo e a pedagogia do envelhecer. Fragmentos de Cultura, Goiânia, v. 17, n. 3/4, p. 403-419, mar./abr. 2007.

POUPART, J. A entrevista de tipo qualitativo: considerações epistemológicas, teóricas e metodológicas. In: POUPART, J. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. 3. ed. Trad. Ana Cristina Nasser. Petrópolis-RJ: Vozes, 2012.

ROBERTSON, S. L. Platform Capitalism and the new value economy in the academy. CPGJ Working Paper Series, Cambridge, 2018. Disponível em: https://cpgjcam.net/2018/03/02/platform-capitalism-and-the-new-value-economy-in-the-academy/. Acesso em: 1 mai. 2023.

ROMANO, R. Ética, Ciência, Universidade. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 6, n. 10, p. 97-110, fev. 2002.

SAMUELSON, P. The pure theory of public expenditure. The Review of Economics and Statistics, Cambridge, v. 36, n. 4, p. 387-389, Nov. 1954.

SRNICEK, N. Platform Capitalism. Malden, MA: Policy Press, 2017.

SGUISSARDI, V.; SILVA JUNIOR, J. R. Trabalho intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico. São Paulo: Xamã, 2009.

SCHULTZ, T. W. O Capital Humano: investimento em educação e pesquisa. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.

TEIXEIRA, S. M. Envelhecimento do trabalhador e as tendências das formas de proteção social na sociedade brasileira. Argumentum, Vitória, v. 1, n. 1, p. 63-77, jul./dez. 2009.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Universidade Aberta à Terceira Idade comunica sobra de vagas em disciplinas. Disponível em: https://noticias.uem.br/index.php?option=com_content&view=article&id=27780:universidade-aberta-a-terceira-idade-comunica-sobra-de-vagas-em-disciplinas&catid=986&Itemid=211. Acesso em: 31 mai. 2023.

VERAS, R.; CALDAS, C. UnATI-UERJ – 10 anos um modelo de cuidado integral para a população que envelhece. Rio de Janeiro: UERJ, UnATI, 2004.

Downloads

Publicado

2024-09-03

Como Citar

FERREIRA, F. N. L.; AZEVEDO, M. L. N. de. A UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE: UM BEM PÚBLICO PARA O BEM-ESTAR DA PESSOA IDOSA. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 49, n. 2, p. 1245–1261, 2024. DOI: 10.5216/ia.v49i2.79163. Disponível em: https://revistas.ufg.br/interacao/article/view/79163. Acesso em: 19 nov. 2024.