PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ESCOLAS PÚBLICAS LOCALIZADAS NOS TERRITÓRIOS RURAIS E AS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO RURAL E DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
DOI:
https://doi.org/10.5216/ia.v49i1.73402Palavras-chave:
Educação Rural. Educação do Campo. Escola Pública no/do Campo. Prática Pedagógica.Resumo
Este artigo apresenta uma pesquisa sobre escolas públicas localizadas em territórios rurais e suas práticas pedagógicas, destacando as diferenças quanto às perspectivas da Educação Rural e da Educação do Campo. Para isso, a metodologia utilizou-se de uma abordagem qualitativa, por meio de instrumentos da Sistematização de Experiências e Práticas Sociais em Educação Popular. Nesse sentido, a investigação demonstrou que uma das escolas se empenha em oportunizar práticas pedagógicas com várias atividades, contudo, numa lógica “voltada” para o campo, evidenciou-se a concepção de Educação Rural que vem da prática social, sem uma intencionalidade assumida pela escola. Em outra escola, os avanços obtidos têm objetivos claros, que lhe possibilitam avançar na perspectiva da Educação do Campo. Constata-se, portanto, que a superação da lógica da Educação Rural, necessita que a escola tenha intencionalidade e objetivos que desenvolvam mediações pelo trabalho pedagógico, em um processo que a transforme em uma escola pública no/do campo.
Downloads
Referências
ALVES, Alda Judith. O planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, ano 10, n. 77, p. 53-61, 1991. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/1042. Acesso em 26 fev. 2024.
ARROYO, Miguel Gonzalez. Os Movimentos Sociais e a construção de outros currículos. Educar em Revista, Curitiba, v. 31, n. 55, p. 47-68, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/xYJBbBhyTpcKNjp5HpxZVht/?format=pdf. Acesso em: 11 abr. 2024.
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.
BONAMIGO, Carlos Antônio. Limites e possibilidades históricas à educação omnilateral. EDUCERE - Revista da Educação da UNIPAR, Umuarama, v. 14, n. 1, p. 83-101, 2014. Disponível em: https://revistas.unipar.br/index.php/educere/article/view/5421/3108. Acesso em: 11 mar. 2024.
BONAMIGO, Carlos Antônio. Pedagogias que brotam da terra: um estudo sobre práticas educativas do campo. 2007. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10828/000601503.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 27 fev. 2024.
BRASIL. Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010. Dispõe sobre a Política de educação do campo e o programa nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA. Brasília, DF: Presidência da República, 2010a. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7352.htm. Acesso em: 30 out. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2010b. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/Downloads/ccs/concurso_2013/PDFs/resol_federal_04_14.pdf. Acesso em: 05 abr. 2022.
CALDART, Roseli Salete. Notas para análise do momento atual da Educação do Campo. In: FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria. Teoria e Educação no labirinto do Capital. 4 ed. São Paulo: Expressão popular, 2016. p. 367-411.
CALDART, Roseli Salete. Educação do campo. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (org.). Dicionário da educação do campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio; São Paulo: Expressão Popular, 2012. p. 788.
CALDART, Roseli Salete; KOLLING, Edgar Jorge; CERIOLI, Paulo Ricardo (org.). Educação do Campo: identidade e políticas públicas. 4. ed. Brasília: UnB, 2002. (Coleção Por uma Educação Básica do campo).
FALKEMBACH, Elza Maria Fonseca. Sistematização em Educação Popular: uma História, um Debate. In: 30ª. REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 6, 2008. Anais [...]. Caxambu, MG: ANPEd 2008, p. 1-18. Disponível em: http://30reuniao.anped.org.br/trabalhos/GT06-3316--Int.pdf. Acesso em: 11 mar. 2024.
FALKEMBACH, Elza Maria Fonseca. A arte de ampliar cabeças: uma leitura transversal das sistematizações do PDA. Brasília, DF: MMA, 2006.
FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Prática pedagógica e docência: um olhar a partir da epistemologia do conceito. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 97, n. 247, p. 534-551, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/m6qBLvmHnCdR7RQjJVsPzTq/abstract/?lang=pt. Acesso em: 11 mar. 2024.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Pandemia, mercantilização da educação e resistências populares. Germinal: Marxismo e Educação em Debate. Salvador, v.13, n. 1, p. 636-652, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/44442. Acesso em: 27 fev. 2024.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Projeto societário contra-hegemônico e educação do campo: desafios de conteúdo, método e forma. In: MUNARIM, A. et al. (org.) Educação do campo: reflexões e perspectivas. Florianópolis: Insular, 2010. p.722-737.
FUENTES, Rodrigo Cardozo. FERREIRA, Liliana Soares. Trabalho pedagógico: dimensões e possibilidade de práxis pedagógica. Perspectiva, Florianópolis, v. 35, n. 3, p. 722-737, 2017. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/1042. Acesso em: 26 fev. 2024.
GHEDINI, Cecília Maria. A produção da educação do campo no Brasil: das referências históricas à institucionalização. Jundiaí, Paco Editorial, 2017. 398p.
GHEDINI, Cecília Maria. Ressignificação de práticas pedagógicas e formação de professores das escolas públicas do campo na região Sudoeste do Paraná. In: GHEDINI, Cecília M.; BONAMIGO, Carlos A. (org.). Educação do campo: pesquisas, estudos e práticas no Sudoeste do Paraná. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2020. p. 311-331.
GHEDINI, Cecília Maria; BERTÉ, Rosane. Planejamento Coletivo Interdisciplinar e Instrumental Metodológico. Organização: Cecília Maria Ghedini; Rosane Berté. Francisco Beltrão, PR: Unioeste, 2018.
JARA, Oscar Holliday. Para sistematizar experiências. Tradução: Maria Viviana V. Resende. 2. ed. Brasília: MMA, 2006.
LEITE, Sérgio Celani. Escola Rural: urbanização e políticas educacionais. São Paulo: Cortez Editora, 1999. v. 70. (Coleção Questões da nossa época).
MARTINS, Fernando José. Elementos fundamentais da Educação do Campo. In: GHEDINI, Cecília Maria et al. (org.). Educação do Campo no Estado do Paraná: um Registro de Lutas, Conquistas e Desafios (1998-2012). Cascavel, PR: EDUNIOESTE, 2016. p. 19-43.
MOLINA, Mônica Castagna. Políticas Públicas, Dicionário da Educação do Campo. Organizado por Roseli Salete Caldart, Isabel Brasil Pereira, Paulo Alentejano e Gaudêncio Frigotto. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio; São Paulo: Expressão Popular, 2012. 788p.
MOLINA, Mônica Castagna. Educação do campo e pesquisa: questões para reflexão. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2006. 152p.
MUNARIM, Antônio. Educação do Campo no Cenário das Políticas Públicas na Primeira Década do Sec. 21. Em Aberto, Brasília, DF, v. 24, n. 85, p. 51-63, 2011. Disponível em: https://emaberto.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/issue/view/258. Acesso em: 25 mar. 2024.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo. Curitiba, PR: Secretaria do Estado da Educação, 2006.
PARANÁ. Resolução nº 4783, de 28 de outubro de 2010. Secretaria de estado da Educação. Institui a Educação do Campo como Política Pública Educacional. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 18 nov. 2010. Disponível em: legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibirImpressao&codAto=69377. Acesso em: 08 dez. 2020.
PARANÁ. Projeto Político-Pedagógico do Colégio Estadual do Campo Paulo Freire – EFM. Francisco Beltrão, PR: Secretaria de Educação, 2017a. 98p.
PARANÁ. Projeto Político-Pedagógico do Colégio Estadual do Campo Professora Vilma dos Santos Dissenha - EFM. Mangueirinha, PR: Secretaria de Educação, 2017b. 211p.
RIBEIRO, Marlene. Educação do Campo: embate entre movimento camponês e estado. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 28, n. 01, p. 459-490, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/gpsDqkLzbnrWnJqJmPPZ8CR/. Acesso em: 27 fev. 2024.
RIBEIRO, Marlene. Movimento camponês, trabalho e educação: liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana. São Paulo: Expressão Popular, 2010.
SOUZA, Maria Antônia de. Sobre o Conceito de Prática Pedagógica. In: Maria Cristina Borges da Silva. Práticas pedagógicas e elementos articuladores. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná, 2016. p. 38-65.
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da Práxis. 1 ed. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales - CLACSO; São Paulo: Expressão Popular, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Inter-Ação utiliza como base para transferência de direitos a licença Creative Commons Attribution 4.0 para periódicos de acesso aberto (Open Archives Iniciative - OAI). Por acesso aberto entende-se a disponibilização gratuita na Internet, para que os usuários possam ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral dos documentos, processá-los para indexação, utilizá-los como dados de entrada de programas para softwares, ou usá-los para qualquer outro propósito legal, sem barreira financeira, legal ou técnica.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.