PROBLEMATIZAÇÕES ÉTICAS: PERIGOS PARA A PESQUISA EM EDUCAÇÃO COM GÊNERO E SEXUALIDADE

Autores

  • Luiz Felipe Zago Universidade Luterana do Brasil
  • Bianca Salazar Guizzo Universidade Luterana do Brasil
  • Luís Henrique Sacchi dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5216/ia.v41i1.36445

Palavras-chave:

Ética em Pesquisa. Pesquisa em Educação. Gênero. Sexualidade.

Resumo

Artigo teórico que trata da ética em pesquisa envolvendo seres humanos, com especial ênfase às pesquisas que tematizem gênero e sexualidade. A Resolução 466/2012, que regula a ética em pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil, está baseada em um modelo válido para as ciências biomédicas, mas que não atende às problematizações das investigações das ciências sociais e humanas. Destacam-se as críticas a esse modelo oriundas da Saúde Coletiva e da Antropologia. A seguir, procede-se à análise da situação da ética em pesquisas acerca de gênero e sexualidade situadas nos campos feminista e dos estudos queer. Por fim, elegem-se as pesquisas com crianças, relevantes para o campo da Educação, como caso exemplar de investigações dificultadas pelo modelo de regulação vigente. Conclui-se que certos recortes teórico-metodológicos serão doravante impossíveis na hegemonia da ética biomédica.

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Biografia do Autor

Luiz Felipe Zago, Universidade Luterana do Brasil

Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Luterana do Brasil. Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006), Mestre (2009) e Doutor (2013) em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da UFRGS na Linha de Pesquisa em Educação, Sexualidade e Relações de Gênero. Já atuou como jornalista e assessor de comunicação. Foi coordenador e consultor de projetos de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis, HIV/Aids entre homens que fazem sexo com homens das cidades de Porto Alegre e região metropolitana, tendo sido militante no movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) durante 7 anos. Atuou como consultor técnico na Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde da Brasil. Atualmente é pesquisador vinculado ao NECCSO (Núcleo de Estudos Currículo, Cultura e Sociedade) e pesquisador participante do Projeto Medicalização da Escola & Produção Contemporânea dos Corpos, ambos na Faculdade de Educação da UFRGS. Suas áreas de interesse são relações de gênero, corpo, sexualidade, saúde, Direitos Humanos, produção de subjetividades, mídia e ética.

Bianca Salazar Guizzo, Universidade Luterana do Brasil

Possui graduação em Pedagogia (2001), Mestrado (2005) e Doutorado em Educação (2011) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 2009/2010, realizou Doutorado Sanduíche com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na Universidade de Barcelona (UB) onde atuou como professora e investigadora visitante. Além disso, atuou como professora em diferentes etapas da Educação Básica em distintos municípios da região metropolitana de Porto Alegre/RS. Atualmente, é pesquisadora e professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Luterana do Brasil (PPGEDU/ULBRA), onde está inserida na linha de pesquisa Infância, Juventude e Espaços Educativos . É integrante do Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero (GEERGE), vinculado à UFRGS, desde 2001. Além disso, desenvolve e participa de projetos de pesquisa vinculados à ULBRA e à UFRGS cujas temáticas envolvem políticas públicas e legislação da educação básica, infância, gênero, sexualidade e Estudos Culturais com financiamento do CNPq (Chamada: MCTI/CNPQ/Universall/2014) e da FAPERGS (PROBIC 2013, 2014). Faz parte do Comitê Editorial da Revista Em Aberto (INEP/MEC) e é editora da Revista Textura - ULBRA.

Luís Henrique Sacchi dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Associado (I) no Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua na graduação (na área de Educação e Saúde) dos cursos de Pedagogia, Enfermagem, Fisioterapia e Educação Física, bem como no Pós-Graduação em Educação (PPGEDU/UFRGS), na linha de pesquisa "Estudos Culturais em Educação", no eixo "Políticas de Corpo e de Saúde". Possui graduação em Ciências Biológicas (PUC/RS - 1992), Mestrado em Educação (Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRGS - 1998), Doutorado em Educação (PPGEDU/UFRGS - 2002), sob orientação da Dra. Maria Lúcia Castagna Wortmann, com Doutorado Sanduíche na Universidade de Toronto (2001), sob supervisão da Dra. Denise Gastaldo. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: estudos culturais em educação, estudos de gênero e sexualidade, estudos de corpo, corpo e saúde, cultura somática, educação em saúde (promoção da saúde), medicalização, biossociabilidade, biologia cidadã e biopedagogias. É pesquisador do EDUCASAÚDE-UFRGS e do NECCSO (http://www.ufrgs.br/neccso/integrantes_luishenrique.htm). Desenvolve o projeto EDUCAÇÃO, SAÚDE & CIÊNCIAS: dispositivo de medicalização e produção contemporânea dos corpos (2012-2016). No primeiro semestre de 2013 (fev-ago.) realizou estágio pós-doutoral sênior (CAPES) junto ao Departamento de Ciências Sociais, Saúde e Medicina, do Kings College - University of London, sob supervisão do Dr. Nikolas Rose. Membro da Comissão Coordenadora do PPGEDU/UFRGS (jan.2015 - dez.2016) e do Comitê de Ética em Pesquisa da UFRGS (maio -2014 - maio 2016). Faz parte do OBSERVATÓRIO - Interferências na Medicalização (http://www.observamedicalizacao.com.br/).

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Publicado

2016-05-02

Como Citar

ZAGO, L. F.; GUIZZO, B. S.; SACCHI DOS SANTOS, L. H. PROBLEMATIZAÇÕES ÉTICAS: PERIGOS PARA A PESQUISA EM EDUCAÇÃO COM GÊNERO E SEXUALIDADE. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 189–212, 2016. DOI: 10.5216/ia.v41i1.36445. Disponível em: https://revistas.ufg.br/interacao/article/view/36445. Acesso em: 18 nov. 2024.