50 ANOS DA TERCEIRA CAMPANHA (1974-2024): O EXTERMÍNIO DA GUERRILHA DO ARAGUAIA E A CONTRAPOSIÇÃO AO SILENCIAMENTO FORÇADO
DOI:
https://doi.org/10.5216/ia.v49ied.especial.78502Palavras-chave:
Guerrilha do Araguaia; Ditadura Militar; Memória; Movimentos Socioterritoriais.Resumo
Os objetivos deste artigo são reforçar o que foi a Guerrilha do Araguaia, explicitar quais foram as condições de sua derrota e mostrar tentativas de contraposição ao silenciamento forçado, natural à transição brasileira pós-1985. Através de revisão bibliográfica e de trabalhos de campo, conclui-se que, embora os guerrilheiros tenham sido exterminados há 50 anos e a anistia tenha também sido aplicada aos torturadores, movimentos socioterritoriais locais - a partir do maior exemplo do MST - carregam uma herança no que se relaciona à luta pela terra. Dessa maneira, a Guerrilha do Araguaia não pode ser lida como um episódio pretérito e sem repercussões no presente.
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