ESTUDO BIOECOLÓGICO DA ANTA (Tapirus terrestris L. 1758) APLICADO AO ENSINO
UM SUBSÍDIO À CONSERVAÇÃO DA ESPÉCIE
DOI:
https://doi.org/10.5216/rbn.v22iesp.80369Palabras clave:
biologia da conservação, construção social da natureza, Educação ambiental, fauna silvestreResumen
O ensino e a aprendizagem são indissociáveis, havendo busca por métodos que transformem conhecimento em atitudes. Tendo isso em mente, realizou-se um estudo sobre a anta (T. terrestris), visando estabelecer um referencial teórico que fomente aprendizagens significativas em torno da sua conservação. Foi realizada pesquisa bibliográfica, tendo-se percebido que dados paleontológicos, estudos morfológicos e mitocondriais, análises de cariótipos, genes nucleares e sequências genômicas apontam que a filogenia e a evolução da espécie não estão bem estabelecidas. Há unanimidade com relação à escassez e incompletude do registro fóssil do grupo a que ela pertence. Desde o ponto de vista educacional, sugere-se uma abordagem bioecológica transdisciplinar da espécie. Fósseis dela na América do Sul são citados para o Pleistoceno Superior, período em que se acredita que o Homo sapiens surgiu. Considerando-se o valor cinegético dela, a espécie humana deve ter participado da moldagem de sua história evolutiva, como sugerem desenhos rupestres da transição Pleistoceno/Holoceno. Portanto, há um desencadeamento de eventos que pode ser empregado para fomentar análises crítico reflexivas do ser humano enquanto construtor social da natureza e agente da preservação da anta. Este tipo de abordagem pode ajudar a planejar o ensino e a Educação Ambiental em torno da fauna silvestre.
Descargas
Citas
Affonso, R. O. 1998. Tapirus terrestres (Linnaeus, 1758) (Mammalia, Perissodactyla) em uma área de Floresta Subtro-pical no sul do Brasil: dieta, uso da área e densidade po-pulacional. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: <https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3998/3/273272.pdf>. Acessado em 29 ago. 2024.
Alviz, Á., P. González-González & J. Pérez-Torres. 2023. Scientific and traditional knowledge meet: diet of the low-land tapir Tapirus terrestris in the Orinoquia region of Colombia. Animal Biodiversity and Conservation 46(1): 87-97. https://doi.org/10.32800/abc.2023.46.0087
Araújo, T., H. Machado, D. Mothé & L. S. Avilla. 2021. Spe-cies distribution modeling reveals the ecological niche of extinct megafauna from South America. Quaternary Research 104: 151-158. https://doi.org/10.1017/qua.2021.24
Bachand, M., O. C. Trudel, C. Ansseau & J. Almeida-Cortez. 2009. Dieta de Tapirus terrestris Linnaeus em um fragmento de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil. Rev. Bras. Bioci-ên. 7(2):188-194. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/rbrasbioci/article/view/114866/62143. Acessado em: 30 ago. 2024.
Bampi, H., J. C. Pires-Oliveira & O. Loyola-Bartra. 2024. Language bias, not knowledge shortfall, underestimates the evidence of megafauna kill sites in South America. Jour. Sou. Americ. Ear. Scien. 146: 1-10. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2024.105078
Barnosky, Anthony D. & E. L. Lindsey. 2010. Timing of Qua-ternary megafaunal extinction in South America in relation to human arrival and climate change. Quat. Intern. 217: 10-29. https://doi.org/10.1016/j.quaint.2009.11.017
Beltrão, M. C. M. C. & M. Locks. 1993. Rock paintings of mammals at Central, Bahia, Brazil. Rev. Bras. Biol. 10(4): 727-745. https://doi.org/10.1590/S0101-81751993000400018
Bodmer, R. E. 1990. Fruit patch size and frugivory in the lowland tapir (Tapirus terrestris). Jour. Zool. 222: 121-128. https://doi.org/10.1111/j.1469-7998.1990.tb04034.x
Cozzuol, M. A., C. L. Clozato, E. C. Holanda, F. H. G. Ro-drigues, S. Nienow, B. Thoisy, R. A. F. Redondo & F. R. Santos. 2013. A new species of tapir from the Amazon. Jour. Mam. 94(6): 1331-1345. https://doi.org/10.1644/12-MAMM-A-169.1
Cozzuol, M. A., B. Thoisy, H. Fernandes-Ferreira, F. H. G. Rodrigues & F. R. Santos. 2014. How much evidence is enough evidence for a new species? Jour. Mam. 95(4): 899-905. https://doi.org/10.1644/14-MAMM-A-182
Dupont-Nivet, G., W. Krijgsman, C. G. Langereis, H. A. Abels, S. Dai & X. Fang. 2007. Tibetan plateau aridifica-tion linked to global cooling at the Eocene-Oligocene tran-sition. Nature 445: 635-638. https://doi.org/10.1038/nature05516
Galetti, M., A. Keuroghlian, L. Hanada & M. I. Morato. 2001. Frugivory and seed dispersal by the Lowland Tapir (Tapirus terrestris) in Southeast Brazil. Biotropica 33(4): 723-726. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/3593177>. Acessado em 30 ago. 2024.
Gingerich, P. D. 1981. Variation, sexual dimorphism, and social structure in the early Eocene Hyracotherium (Mamma-lia, Perissodactyla). Paleobiology 7(4): 443-455. https://doi.org/10.1017/S0094837300025501
Giombini, M. I., S. P. Bravo & M. F. Martinez. 2009. Seed dispersal of the Palm Syagrus romanzoffiana by Tapirs in the Semi-deciduous Atlantic Forest of Argentina. Biotropica 41(4): 408-413. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/27742793>. Acessado em 30 ago. 2024.
Hansen, D. M. & M. Galetti. 2009. The forgotten megafauna. Science 324: 42-43. https://doi.org/10.1126/science.1172393
Holanda, E. C. 2011. Sobre os Tapiridae (Mammalia, Perisso-dactyla) do Quaternário da América do Sul. Tese (Doutorado em Geociências). Instituto de Geociências, Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Holanda, E. C. & B. S. Ferrero. 2013. Reappraisal of the Genus Tapirus (Perissodactyla, Tapiridae): Systematics and phylogenetic affinities of the South American Tapirs. Jour. Mam. Evol. 20: 33-44. https://doi.org/10.1007/s10914-012-9196-z
Hu, J., Y. Zhang & L. Yu. 2012. Summary of Laurasiatheria (Mammalia) phylogeny. Zool. Res. 33(5-6): 65-74. https://doi.org/10.3724/sp.j.1141.2012.e05-06e65
Jablonka, E. & M. J. Lamb. 2007. Précis of evolution in four dimensions. Behav. Brain Scienc. 30: 353-392. https://doi.org/10.1017/s0140525x07002221
Jablonka, E. & M. J. Lamb. 2010. Evolução em quatro dimen-sões: DNA, comportamento e a história da vida. São Paulo: Companhia das Letras.
King, J. L.; Jukes, Thomas H. 1969. Non-Darwinian evolu-tion: Most evolutionary change in proteins may be due to neutral mutations and genetic drift. Science, 164: 788-798. https://doi.org/10.1126/science.164.3881.788
Kochhann, M. V. L. 2021. Astrocronologia e paleoclimatolo-gia do intervalo Eoceno Médio-Oligoceno Inferior na seção de Monte Cagnero (Itália Central). Instituto de Geociên-cias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Ale-gre. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/259320>. Acessado em 30 ago. 2024.
Landis, M. B. 2023. Avaliação e estratégias para a conser-vação da anta (Tapirus terrestris) em áreas protegidas da Serra do Mar, Mata Atlântica. Tese (Doutorado em Ciências). Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universi-dade de São Paulo, Piracicaba.
Lautensschlager, L., Y. Souza, N. Villar, M. Galetti & K. J. Feeley. 2024. Communal tapir latrines are foraging sites for tropical forest vertebrates. Glob. Ecol. Conserv. 52: 1-11. https://doi.org/10.1016/j.gecco.2024.e02950
Liu, Z., M. Pagani, D. Zinniker, R. DeConto, M. Huber, H. Brinkhuis, S. R. Shah, R. M. Leckie & A. Pearson. 2009. Global cooling during the Eocene-Oligocene climate transi-tion. Science 323: 1187-1190. https://doi.org/10.1126/science.1166368
McFadden, B. J. 1986. Fossil horses from “Eohippus” (Hyra-coterium) to Equus: scaling, Cope’s Law and the evolution of body size. Paleobiology 12(4): 355-369. https://doi.org/10.1017/S0094837300003109
Autor/a XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Nogueira, J. S. & O. R. Barbosa. 2015. O paleoambiente da Região Arqueológica de Central (BA) através dos mamíferos da Toca do Mundinho. Clio Arqueo. 30(2): 45-66. https://doi.org/10.20891/clio.v30i2p45-66
Oliveira, M. S., F. L. Pereira & C. Teixeira. 2021. O con-ceito ecopedagogia: um estudo a partir de revistas de Edu-cação Ambiental. Rev. Eletr. Mestr. Educ. Amb. 38(1): 266-289. https://doi.org/10.14295/remea.v38i1.11279
Perini, F. A., J. A. Oliveira, L. O. Salles, C. R. Moraes-Neto, P. G. Guedes, L. F. B. Oliveira & M. Weksler. 2011. New fossil records of Tapirus (Mammalia, Perissodactyla) from Brazil, with a critical analysis of intra-generic di-versity assessments based on lower molar size variability. GeoBios 44: 609-619. https://doi.org/10.1016/j.geobios.2011.02.005
Prothero, D. R. & W. A. Berggren (ed.). 1992. Eocene-Oligocene climatic and biotic evolution. New Jersey: Princeton University.
Radinsky, L. B. 1966. The adaptive radiation of the Phenacodontid Condylarths and the origin of the Perissodac-tyla. Evolution 20(3): 408-417. https://doi.org/10.1111/j.1558-5646.1966.tb03375.x
Reis, Y. M. S., C. C. M. Soares, R. Maduro, J. N. Spinola & B. D. Rocha. 2022. O padrão da caça de subsistência em uma Reserva Extrativista na Amazônia Oriental. Rev. Etnobiol. 20(1): 18-26. Disponível em: <https://revistaetnobiologia.mx/index.php/etno/article/view/415/438>. Acessado em 30 ago. 2024.
Rose, K. D., L. T. Holbrook, R. S. Rana, K. Kumar, K. E. Jones, H. E. Ahrens, P. Missiaen, A. Sahni & T. Smith. 2014. Early Eocene fossils suggest that the mammalian order Perissodactyla originated in India. Nat. Comm. 5: 5570. https://doi.org/10.1038/ncomms6570
Ruiz-Garcia, M., C. Vásquez, S. Sandoval, F. Kaston, K. Lu-engas-Villamil & J. M. Shostell. 2016. Phylogeography and spatial structure of the Lowland Tapir (Tapirus terrestris, Perissodactyla: Tapiridae) in South America. Mitoch. DNA Part A 27(4): 2334-2342. DOI: https://doi.org/10.3109/19401736.2015.1022766
Salas, L. A. & T. K. Fuller. 1996. Diet of the lowland ta-pir (Tapirus terrestris L.) in the Tabaro River valley, southern Venezuela. Can. Jour. Zool. 74: 1444-1451. https://doi.org/10.1139/z96-159
Scott, W. B., G. L. Jepsen & A. E. Wood. 1941. The mammali-an fauna of the White River Oligocene: Part V - Perissodac-tyla. Trans. Amer. Philos. Soc. 28(5): 747-964. https://doi.org/10.2307/1005518
Sekiama, M. L., I. P. Lima & V. J. Rocha. 2006. Família Ta-piridae. p. 277-281. In: Mamíferos do Brasil. Londrina: Né-lio R. dos Reis.
Silveira, A. L. & S. A. Pacheco. 2017.Ocorrência da anta, Tapirus terrestris (Mammalia, Perissodactyla, Tapiridae), em João Pinheiro, Cerrado de Minas Gerais, Brasil. Ver. Bras. Zoociên. 18(3): 95-116. https://doi.org/10.34019/2596-3325.2017.v18.24696
Simpson, G. G. 1945. Notes on Pleistocene and recent Ta-pirs. Bull. Amer. Mus. Nat. Hist. 86(2): 33-83. https://doi.org/10.1086/395602
Talamoni, S. A. & M. A. C. Assis. 2009. Feeding habitat of the Brazilian tapir, Tapirus terrestris (Perissodactyla: Tapiridae), in a vegetation transition zone in south-eastern Brazil. Zoologia 26(2): 251-254. https://doi.org/10.1590/S1984-46702009000200007
Thewissen, J. G. M. 1990. Evolution of Paleocene and Eocene Phenacodontidae (Mammalia, Condylarthra). Ann Arbor: Uni-versity of Michigan.
Thewissen, J. G. M. & D. Domning. (1992). The role of phenacodontids in the origin or modern orders of ungulate mammals. Jour. Vert. Palent. 12: 494-504. https://doi.org/10.1080/02724634.1992.10011476
Tobler, M. W., J. P. Janovec & F. Cornejo. 2010. Frugivory and seed dispersal by the Lowland Tapir Tapirus terrestris in the Peruvian Amazon. Biotropica 42(2): 215-222. https://doi.org/10.1111/j.1744-7429.2009.00549.x
Tófoli, C. F. 2006. Frugivoria e dispersão de sementes pot Tapitus terrestris (Linnaeus, 1758) na paisagem fragmentada do Pontal do Paranapanema, São Paulo. Dissertação (Mestra-do). São Paulo: Universidade de São Paulo. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-09082007-115437/publico/cftofoli2006.pdf>. Acessado em 30 ago. 2024.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
La sumisión espontánea de trabajos automáticamente implica en la cesión integral de los derechos patrimoniales a la Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology (RBN), después de la publicación. El autor concede a la RBN el derecho de la primera publicación de su articulo, licenciado bajo Licencia Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY-NC 4.0).
Lo son garantizados a los autores los derechos autorales y morales de cada uno de los artículos publicados por la RBN, permitiéndoles:
1. El uso del artículo y de suyo contenido para el propósito de enseñanza y de investigación.
2. Divulgación del artículo y de suyo contenido, si lo hacer el link para el Artículo en sitio web de la RBN, permitiéndole la divulgación en:
- redes cerradas de instituciones (intranet).
- repositorios de acceso abierto.
3. Elaboración y divulgación de obras resultantes del artículo y de suyo contenido, si lo hacer la citación de la publicación original en la RBN.
4. Hacer copias impresas en pequeñas cantidades para uso personal.
