Fitossociologia da comunidade lenhosa de uma área de cerrado rupestre no Parque Estadual dos Pireneus, Pirenópolis, Goiás

Autores

  • Iona'i Ossami Moura Universidade de Brasília
  • Vera Lúcia Gomes Klein Universidade Federal de Goiás
  • Jeanine Maria Felfili Universidade de Brasília
  • Heleno Dias Ferreira Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v4i2.5208

Palavras-chave:

Brasil, Cerrado, diversidade, estrutura comunitária, Goiás, Serra dos Pireneus

Resumo

Este trabalho teve como objetivo estudar a composição florística e a estrutura fitossociológica de uma área de cerrado sensu stricto sobre afloramentos rochosos no Parque Estadual dos Pireneus, município de Pirenópolis, Goiás. A área de estudo localiza-se entre as coordenadas 15o47’71’’S - 48o49’96’’W e 15o47’77’’S - 48o50’15’’W, a 1.355 m de altitude. Foram sorteadas dez parcelas de 20m x 50 m para proceder à amostragem de todos os indivíduos lenhosos com DB(30cm) ? 5cm. Foram encontradas 30 famílias botânicas, contendo 45 gêneros e 56 espécies. A família Myrtaceae apresentou a maior riqueza de espécies (8), seguida por Fabaceae e Melastomataceae (6 cada), Malpighiaceae (4) e Clusiaceae (3). A densidade observada foi de 507 indivíduos/ha, a área basal, de 3,91m2/ha e as árvores mortas em pé representaram 9,07% do número total de indivíduos. O índice de Shannon (H’) foi de 3,33 nats/ind. Os índices de similaridade de Czekanowski entre parcelas indicaram que a diversidade beta foi alta, principalmente pela diferenciação na densidade de indivíduos entre parcelas. A área apresentacomposição florística característica da região, com espécies adaptadas à pequena profundidade do solo e ao substrato rochoso, e espécies generalistas das fisionomias de Cerrado.

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Publicado

15-12-2008

Como Citar

MOURA, I. O.; KLEIN, V. L. G.; FELFILI, J. M.; FERREIRA, H. D. Fitossociologia da comunidade lenhosa de uma área de cerrado rupestre no Parque Estadual dos Pireneus, Pirenópolis, Goiás. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 4, n. 2, p. 83–100, 2008. DOI: 10.5216/rbn.v4i2.5208. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5208. Acesso em: 17 abr. 2024.

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