Efeitos do habitat e da sazonalidade na distribuição de insetos galhadores na Serra dos Pireneus, Goiás, Brasil

Autores

  • Walter Santos de Araújo Universidade Federal de Goiás
  • Benedito Baptista dos Santos Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v5i2.9820

Palavras-chave:

Estresse higrotermal, galhas, sazonalidade, tipo fitofisionômico

Resumo

A hipótese do estresse higrotermal prediz gradiente de diversidade no sentido cerrado ? mata, evidenciando maior preferência dos galhadores por ambientes xéricos. Entretanto, alguns trabalhos
têm apontado que outros fatores são mais importantes em escalas locais, como a sazonalidade. Desse modo, os objetivos deste estudo foram: testar a hipótese do estresse higrotermal e verificar se existem efeitos da sazonalidade nos padrões de distribuição dos insetos galhadores. O estudo foi conduzido entre setembro de 2007 e junho de 2008 no Parque Estadual da Serra dos Pireneus, em Pirenópolis, Goiás. Durante o período, foram realizadas amostragens de galhas em um fragmento de vegetação xérica (Cerrado sensu stricto) e mésica (mata semidecídua), através de transectos amostrados por 1h e 30 min. Os morfotipos de galhas coletados foram encaminhados ao laboratório de Entomologia daUniversidade Federal de Goiás para verificação dos insetos galhadores. Não foram observadas diferenças significativas entre a riqueza média de galhas no Cerrado e na mata. Por outro lado, a riqueza de galhas foi estatisticamente diferente quando comparados os números de morfotipos nas estações seca e chuvosa. Os resultados do presente estudo apontam que padrões sazonais podem ser mais determinantes na diversidade de insetos galhadores do que o tipo fitofisionômico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Walter Santos de Araújo, Universidade Federal de Goiás

Laboratório de Entomologia, Departamento de Ecologia, Instituto de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Goiás, Campus II

Benedito Baptista dos Santos, Universidade Federal de Goiás

Laboratório de Entomologia, Departamento de Ecologia, Instituto de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Goiás, Campus II

Referências

Araújo, W. S. & B. B. Santos. 2009. Efeitos da sazonalidade e do tamanho da planta hospedeira na abundância de galhas de Cecidomyiidae (Diptera) em Piper arboreum (Piperaceae). Rev. Bras. Ent. 53: 300-303.

Araújo, W. S., V. L. Gomes-Klein & B. B. Santos. 2007. Galhas entomógenas associadas à vegetação do Parque Estadual da Serra dos Pireneus, Pirenópolis, Goiás, Brasil. Rev. Bras. de Biociênc. 5: 45-47.

Collevatti, R. G. & C. F. Sperber. 1997. The gall maker Neopelma baccharidis Burck. (Homoptera: Psyllidae) on Baccharis dracunculifolia DC (Asteraceae): individual, local and regional patterns. Ann. Soc. Ent. Bras. 26: 45-53.

Christie, F. J. & D. F. Hochuli. 2005. Elevated levels of herbivory in urban landscapes: are declines in tree health more than an edge effect? Ecol. Soc. 10: 1-10.

Cuevas-Reyes, P., M. Quesada, P. Hanson, R. Dirzo & K. Oyama. 2004. Diversity of gall-inducing insects in a Mexican tropical dry forest: The importance of plant species richness, life-forms, host plant age and plant density. J. Ecol. 92: 707- 716.

Dalbem, R. V. & M. S. Mendonça. 2006. Diversity of galling arthropods and host plants in a subtropical forest of Porto Alegre, Southern Brazil. Neotrop. Ent. 35: 616-624.

Espírito-Santo, M., F. S. Neves, F. Andrade-Neto & G. W. Fernandes. 2007. Plant architecture and meristem dynamics as the mechanisms determining the diversity of gall-inducing insects. Oecologia 153: 353-364.

Fagundes, M., M. L. Faria, G. W. Fernandes. 2001. Efeitos da distribuição de Baccharis dracunculifolia (Asteraceae) na abundância e no parasitismo de Neopelma baccharidis (Homoptera: Psyllidae). Unim. Cient. 1: 1-7.

Fernandes, G. W. & P. W. Price. 1988. Biogeographical gradients in galling species richness: tests of hypotheses. Oecologia 76: 161-167.

Fernandes, G. W., A. S. Paula & R. Loyola. 1995. Distribuição diferencial de insetos galhadores entre habitats e seu possível uso como bioindicadores. Vida Silv. Neotr. 4: 133-139.

Ferreira, M. F. M., P. M. S. Rodrigues, L. S. Araújo, C. H. P. Silva, J. B. Sampaio, B. G. Madeira. 2007. Comparação da incidência de galhas em duas formações florestais do Bioma Cerrado: cerrado sen-su stricto e mata seca. Rev. Bras. Biociênc. 5: 36-38.

Fleck, T. & C. R. Fonseca. 2007. Hipóteses sobre a riqueza de insetos galhadores: uma revisão considerando os níveis intra-específico e de comunidade. Neotrop. Biol. Conserv. 2: 36-45.

Franco, A. C. 1998. Seasonal patterns of gas exchange, water relations and growth of Roupala montana, an evergreen savanna species. Plant Ecol. 136: 69-76.

Gonçalves-Alvim, S. J. & G. W. Fernandes. 2001. Comunidades de insetos galhadores (Insecta) em diferentes fitofisionomias do cerrado em Minas Gerais. Rev. Bras. Zool. 18: 289-305.

Kasenene, J. M. & H. Roininen. 1999. Seasonality of insect herbivory on the leaves of Neoboutonia macrocalyx in the Kibale National Park, Uganda. Afr. J. Ecol. 37: 61-68.

Lara, D. P., L. A. Oliveira, I. F. P. Azevedo, M. F. Xavier, F. A. O. Silveira, M. A. A. Carneiro & G. W. Fernandes. 2008. Relationships between host plant architecture and gall abundance and survival. Rev. Bras. Ent. 52: 78-81.

Larcher, W. 2000. Ecofisiologia vegetal. São Carlos, RiMa, 531 p.

Mendonça, M. S. 2007. Plant diversity and galling arthropod diversity - searching for taxonomic patterns in an animal-plant interaction in the Neotropics. Bol. Soc. Arg. Bot. 42: 347-357.

Nepomuceno, A. L., N. Neumaier, J. R. B. Farias & T. Oya. 2001. Tolerância à seca em plantas. Biotec. Ciênc. Desenv. 23: 12-18.

Price, P. W., G. W. Fernandes, A. C. F. Lara, J. Brawn, H. Barrios, M. G. Wright, S. P. Ribeiro & N. Rothcliff. 1998. Global patterns in local number of insect galling species. J. Biog. 25: 581-591.

Ribeiro, J. S. & B. M. T. Walter. 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado, p. 289-556. In: S. M. Sano & S. P. Almeida. Cerrado: ambiente e flora. Brasília, DF, Embrapa/ CPAC.

Stone, G. N. & K. Schönrogge. 2003. The adaptive significance of insect gall morphology. Trends Ecol. Evol. 18: 512-522.

Veldtman, R. & M. A. McGeoch. 2003. Gall-forming insect species richness along a non-scleromorphic vegetation rainfall gradient in South Africa: the importance of plant community composition. Aust. Ecol. 28: 1-13.

Wolda, H. 1988. Insect seasonality: Why? Ann. Rev. Ecol. Syst. 19: 1-18.

Downloads

Publicado

07-05-2010

Como Citar

ARAÚJO, W. S. de; SANTOS, B. B. dos. Efeitos do habitat e da sazonalidade na distribuição de insetos galhadores na Serra dos Pireneus, Goiás, Brasil. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 5, n. 2, p. 33–39, 2010. DOI: 10.5216/rbn.v5i2.9820. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/9820. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos