Efeitos do habitat e da sazonalidade na distribuição de insetos galhadores na Serra dos Pireneus, Goiás, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5216/rbn.v5i2.9820Palavras-chave:
Estresse higrotermal, galhas, sazonalidade, tipo fitofisionômicoResumo
A hipótese do estresse higrotermal prediz gradiente de diversidade no sentido cerrado ? mata, evidenciando maior preferência dos galhadores por ambientes xéricos. Entretanto, alguns trabalhos
têm apontado que outros fatores são mais importantes em escalas locais, como a sazonalidade. Desse modo, os objetivos deste estudo foram: testar a hipótese do estresse higrotermal e verificar se existem efeitos da sazonalidade nos padrões de distribuição dos insetos galhadores. O estudo foi conduzido entre setembro de 2007 e junho de 2008 no Parque Estadual da Serra dos Pireneus, em Pirenópolis, Goiás. Durante o período, foram realizadas amostragens de galhas em um fragmento de vegetação xérica (Cerrado sensu stricto) e mésica (mata semidecídua), através de transectos amostrados por 1h e 30 min. Os morfotipos de galhas coletados foram encaminhados ao laboratório de Entomologia daUniversidade Federal de Goiás para verificação dos insetos galhadores. Não foram observadas diferenças significativas entre a riqueza média de galhas no Cerrado e na mata. Por outro lado, a riqueza de galhas foi estatisticamente diferente quando comparados os números de morfotipos nas estações seca e chuvosa. Os resultados do presente estudo apontam que padrões sazonais podem ser mais determinantes na diversidade de insetos galhadores do que o tipo fitofisionômico.
Downloads
Referências
Araújo, W. S. & B. B. Santos. 2009. Efeitos da sazonalidade e do tamanho da planta hospedeira na abundância de galhas de Cecidomyiidae (Diptera) em Piper arboreum (Piperaceae). Rev. Bras. Ent. 53: 300-303.
Araújo, W. S., V. L. Gomes-Klein & B. B. Santos. 2007. Galhas entomógenas associadas à vegetação do Parque Estadual da Serra dos Pireneus, Pirenópolis, Goiás, Brasil. Rev. Bras. de Biociênc. 5: 45-47.
Collevatti, R. G. & C. F. Sperber. 1997. The gall maker Neopelma baccharidis Burck. (Homoptera: Psyllidae) on Baccharis dracunculifolia DC (Asteraceae): individual, local and regional patterns. Ann. Soc. Ent. Bras. 26: 45-53.
Christie, F. J. & D. F. Hochuli. 2005. Elevated levels of herbivory in urban landscapes: are declines in tree health more than an edge effect? Ecol. Soc. 10: 1-10.
Cuevas-Reyes, P., M. Quesada, P. Hanson, R. Dirzo & K. Oyama. 2004. Diversity of gall-inducing insects in a Mexican tropical dry forest: The importance of plant species richness, life-forms, host plant age and plant density. J. Ecol. 92: 707- 716.
Dalbem, R. V. & M. S. Mendonça. 2006. Diversity of galling arthropods and host plants in a subtropical forest of Porto Alegre, Southern Brazil. Neotrop. Ent. 35: 616-624.
Espírito-Santo, M., F. S. Neves, F. Andrade-Neto & G. W. Fernandes. 2007. Plant architecture and meristem dynamics as the mechanisms determining the diversity of gall-inducing insects. Oecologia 153: 353-364.
Fagundes, M., M. L. Faria, G. W. Fernandes. 2001. Efeitos da distribuição de Baccharis dracunculifolia (Asteraceae) na abundância e no parasitismo de Neopelma baccharidis (Homoptera: Psyllidae). Unim. Cient. 1: 1-7.
Fernandes, G. W. & P. W. Price. 1988. Biogeographical gradients in galling species richness: tests of hypotheses. Oecologia 76: 161-167.
Fernandes, G. W., A. S. Paula & R. Loyola. 1995. Distribuição diferencial de insetos galhadores entre habitats e seu possível uso como bioindicadores. Vida Silv. Neotr. 4: 133-139.
Ferreira, M. F. M., P. M. S. Rodrigues, L. S. Araújo, C. H. P. Silva, J. B. Sampaio, B. G. Madeira. 2007. Comparação da incidência de galhas em duas formações florestais do Bioma Cerrado: cerrado sen-su stricto e mata seca. Rev. Bras. Biociênc. 5: 36-38.
Fleck, T. & C. R. Fonseca. 2007. Hipóteses sobre a riqueza de insetos galhadores: uma revisão considerando os níveis intra-específico e de comunidade. Neotrop. Biol. Conserv. 2: 36-45.
Franco, A. C. 1998. Seasonal patterns of gas exchange, water relations and growth of Roupala montana, an evergreen savanna species. Plant Ecol. 136: 69-76.
Gonçalves-Alvim, S. J. & G. W. Fernandes. 2001. Comunidades de insetos galhadores (Insecta) em diferentes fitofisionomias do cerrado em Minas Gerais. Rev. Bras. Zool. 18: 289-305.
Kasenene, J. M. & H. Roininen. 1999. Seasonality of insect herbivory on the leaves of Neoboutonia macrocalyx in the Kibale National Park, Uganda. Afr. J. Ecol. 37: 61-68.
Lara, D. P., L. A. Oliveira, I. F. P. Azevedo, M. F. Xavier, F. A. O. Silveira, M. A. A. Carneiro & G. W. Fernandes. 2008. Relationships between host plant architecture and gall abundance and survival. Rev. Bras. Ent. 52: 78-81.
Larcher, W. 2000. Ecofisiologia vegetal. São Carlos, RiMa, 531 p.
Mendonça, M. S. 2007. Plant diversity and galling arthropod diversity - searching for taxonomic patterns in an animal-plant interaction in the Neotropics. Bol. Soc. Arg. Bot. 42: 347-357.
Nepomuceno, A. L., N. Neumaier, J. R. B. Farias & T. Oya. 2001. Tolerância à seca em plantas. Biotec. Ciênc. Desenv. 23: 12-18.
Price, P. W., G. W. Fernandes, A. C. F. Lara, J. Brawn, H. Barrios, M. G. Wright, S. P. Ribeiro & N. Rothcliff. 1998. Global patterns in local number of insect galling species. J. Biog. 25: 581-591.
Ribeiro, J. S. & B. M. T. Walter. 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado, p. 289-556. In: S. M. Sano & S. P. Almeida. Cerrado: ambiente e flora. Brasília, DF, Embrapa/ CPAC.
Stone, G. N. & K. Schönrogge. 2003. The adaptive significance of insect gall morphology. Trends Ecol. Evol. 18: 512-522.
Veldtman, R. & M. A. McGeoch. 2003. Gall-forming insect species richness along a non-scleromorphic vegetation rainfall gradient in South Africa: the importance of plant community composition. Aust. Ecol. 28: 1-13.
Wolda, H. 1988. Insect seasonality: Why? Ann. Rev. Ecol. Syst. 19: 1-18.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O envio espontâneo de qualquer submissão implica automaticamente na cessão integral dos direitos patrimoniais à Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology (RBN), após a sua publicação. O(s) autor(es) concede(m) à RBN o direito de primeira publicação do seu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY-NC 4.0).
São garantidos ao(s) autor(es) os direitos autorais e morais de cada um dos artigos publicados pela RBN, sendo-lhe(s) permitido:
1. Uso do artigo e de seu conteúdo para fins de ensino e de pesquisa.
2. Divulgar o artigo e seu conteúdo desde que seja feito o link para o Artigo no website da RBN, sendo permitida sua divulgação em:
- redes fechadas de instituições (intranet).
- repositórios de acesso público.
3. Elaborar e divulgar obras derivadas do artigo e de seu conteúdo desde que citada a fonte original da publicação pela RBN.
4. Fazer cópias impresas em pequenas quantidades para uso pessoal.