Variações ambientais e relações florísticas no cerrado sensu stricto sobre areia (Neossolo Quartzarênico) da Chapada Grande Meridional, Piauí

Autores

  • Galiana Da Silveira Lindoso Universidade de Brasília
  • Jeanine Maria Felfili Universidade de Brasília
  • Lucas De Carvalho Ramos Silva Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v8i2.18919

Resumo

O presente estudo teve como objetivo relacionar a variação florística e estrutural do cerrado sensu stricto sobre Neossolo Quartzarênico na Chapada Grande Meridional, que ocorre em manchas em uma região ecotonal, com a variação das características edáficas e da altitude. Os teores de nutrientes e os valores de pH obtidos para os solos da Chapada Grande Meridional encontram-se no intervalo comumente observado em solos de cerrado, caracterizando-os como ácidos, distróficos e com textura arenosa. Na Análise de Correspondência Canônica (CCA) as variáveis ambientais que tiveram maior influência na vegetação foram: altitude e teores de Na+, K+, Al3+, P+, Zn2+ e areia grossa. A CCA mostrou gradientes de fertilidade, altitude, textura e salinidade do solo que influenciaram na densidade de espécies, caracterizando uma elevada diversidade beta em um mesmo tipo de solo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aguiar, R.B. & R.B.C. Gomes. 2004. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea, Estado do Piauí. CPRM - Serviço Geológico do Brasil, Fortaleza, 21 p.

Andrade Júnior, A.S., E.A. Bastos, A.H.C. Barros, C.O. Silva & A.A.N. Gomes. 2004. Classificação climática do estado do Piauí. Documentos 86. Embrapa Meio-Norte, Teresina, 86 p.

Brady, N.C. & R.R. Weil. 2002. The nature and properties of soils. Prentice Hall, New Jersey, 960 p.

Bridgewater, S.; J.A. Ratter & J.F. Ribeiro. 2005. Biogeographic patterns, ?-diversity and dominance in the Cerrado biome of Brazil. Biod. Cons. 13: 2295-2318.

Castro, A.A.J.F & F.R. Martins. 1999. Cerrados do Brasil e do Nordeste: caracterização, área de ocupação e considerações sobre a sua fitodiversidade. Pesq. Foco 7: 147-178.

Castro, A.A.J.F., F.R. Martins & A.G. Fernandes. 1998. The woody flora of cerrado vegetation in the state of Piauí, northeastern Brazil. Edinb. J. Bot. 55: 455-472.

CRC - Cooperative Research Centre for Soil & Land Management. 1994. Technical Note: introduction to soil sodicity. University of Adelaide / Csiro division of soils / South Australian Research and Development Institute, 4 p.

Day, P.R. 1965. Particle fractionation and particle-size analysis, p. 545-567. In: C.A. Black (Ed), Methods of Soil Analysis. Madison, Wisconsin, American Society of Agronomy.

Eiten, G. 1972. The cerrado vegetation of Brazil. Bot. Rev. 38: 201-304.

Embrapa. 1997. Manual de Métodos de Análise de Solo. Centro Nacional de Pesquisa de Solos, Rio de Janeiro, 212 p.

Embrapa. 1999. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Centro Nacional de Pesquisa de Solos, Rio de Janeiro, 412 p.

Embrapa. 2005. Manual de laboratórios: solo, água, nutrição animal e alimentos (A.R.A Nogueira e G.B. Souza, eds.) Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos, 313p.

Farias, R.R.S & A.A.J.F. Castro. 2004. Fitossociologia de trechos da vegetação do complexo de Campo Maior, Campo Maior, PI, Brasil. Acta Bot. Bras. 18: 949-963.

Felfili, J.M., A.V. Rezende & M.C. Silva Júnior. 2007. Biogeografia do bioma Cerrado: vegetação e solos da Chapada dos Veadeiros. Editora Universidade de Brasília/Finatec, Brasília, 256p.

Felfili, J.M. & M.C. Silva Júnior. 1993. A comparative study of cerrado (sensu stricto) vegetation in central Brazil. J. Trop. Biol.9: 277-289.

Felfili, J.M. & M.C. Silva Júnior. 2001. Biogeografia do bioma Cerrado: estudo fitofisionômico na Chapada do Espigão Mestre do São Francisco. UnB/Departamento de Engenharia Florestal, Brasília, 152 p.

Felfili, J.M. & M.C. Silva Júnior. 2005. Diversidade alfa e beta no cerrado sensu stricto, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Bahia, p.143-154. In: A. Scariot, J.C. Sousa-Silva & J.M. Felfili (Eds.). Cerrado: ecologia, biodiversidade e conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília.

Felfili, J.M., R.C. Mendonça, B.M.T. Walter, M.C. Silva Júnior, M.G.G. Nóbrega, C.W. Fagg, A.C. Sevilha & M.A. Silva. 2001. Flora fanerogâmica das matas de galeria e ciliares do Brasil central, p.195-263. In: J.F. Ribeiro, C.E.L. Fonseca & J.C. Souza-Silva (Eds.). Cerrado: caracterização e recuperação de matas de galeria. Embrapa Cerrados, Planaltina.

Felfili, J.M., M.C. Silva Júnior, A.C. Sevilha, C.W. Fagg, B.M.T.W. Walter, P.E. Nogueira & A.V. Rezende. 2004. Diversity, floristic and structural patterns of Cerrado vegetation in central Brazil. Pl. Ecol. 175: 37-46.

Felfili, M.C. & J.M. Felfili. 2001. Diversidade alfa e beta no cerrado sensu stricto da Chapada Pratinha, Brasil. Acta Bot. Bras. 15: 243-254.

Furley, P.A & J.A. Ratter. 1988. Soil resources and plant communities of the central brazilian Cerrado and their development. J. Biogeogr. 15: 97-108.

Goedert, W.J. 1987. Solos dos cerrados: tecnologias e estratégias de manejo. Nobel/Embrapa-CPAC, São Paulo / Brasília, 422 p.

Goodland, R. & M.G. Ferri. 1979. Ecologia do Cerrado. Ed. Itatiaia, Belo Horizonte, 193 p. Goodland, R. & R. Pollard. 1973. The brazilian cerrado vegetation: a fertility gradient. J. Ecol. 61: 219-224.

Goodland, R. 1971. A physiognomic analysis of the cerrado vegetation of central Brazil. J. Ecol. 59: 411-419.

Haridasan, M. 1992. Observation on soils, foliar nutrients concentrations, and floristic, composition of cerrado and cerradão communities in central Brazil, p.174-184. In: J. Proctor, J.A. Ratter & P.A. Furley (Eds.). The nature and dynamics of forest-savanna boundaries. Chapman & Hall, London.

Haridasan, M. 2001. Solos, p.12-17. In: J.M. Felfili & M.C. Silva Júnior (Eds.). Biogeografia do bioma Cerrado: estudo fitofisionômico na Chapada do Espigão Mestre do São Francisco. UnB/Departamento de Engenharia Florestal, Brasília.

Haridasan, M. 2007. Solos, p. 25-43. In: J.M. Felfili, A.V. Rezende & M.C. Silva Júnior (Eds), Biogeografia do bioma Cerrado: vegetação e solos da Chapada dos Veadeiros. Editora Universidade de Brasília/ Finatec, Brasília.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2007. Manual técnico de pedologia. IBGE, Rio de Janeiro 326 p.

Lathwell, D.J. & T.L. Grove. 1986. Soil-plant relationships in the tropics. Annu. Rev. Ecol. Systemat. 17: 1-16.

Leps, J. & P. Smilauer. 2003. Multivariate analysis of ecological data using Canoco. University of Cambridge, United Kingdon, 296 p.

Lima, MG. & H.F. Assunção. 2002. Estimativa da temperatura no ar no Piauí. Edufpi, Teresina, 48 p.

Lindoso, G.S & J.M. Felfili. 2007. Características florísticas e estruturais de cerrado sensu stricto em Neossolo Quartzarênico. Rev. Bras. Bioc. 5: 102-104.

Lindoso, G.S., J.M. Felifili, J.M. da Costa & A.A.J.F. Castro. 2009. Diversidade e estrutura do cerrado sensu stricto sobre areia (Neossolo Quartzarênico) na Chapada Grande Meridional, Piauí. Rev. Biol. Neotrop. 6:45-61.

Lindoso, G.S. 2008. Cerrado sensu stricto sobre Neossolo Quartzarênico: Fitogeografia e Conservação. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Ecologia, Universidade de Brasília, Brasília, 186 p.

Lopes, A.S. 1983. Solos sob cerrado: características, propriedades e manejo. Instituto de Potassa & Fosfato, Instituto da Potassa, Piracicaba.

Luz, M.J.S., G.B. Ferreira, & J.R.C. Bezerra. 2002. Adubação e correção do solo: procedimentos a serem adotados em função dos resultados da análise do solo. Embrapa Circular Técnica 63, Embrapa, Ministério de Agricultura e Abastecimento, Campina Grande, 32 p.

Marimon-Junior, B.H. & M. Haridasan. 2005. Comparação da vegetação arbórea e características edáficas de um cerradão e um cerrado sensu stricto em áreas adjacentes sobre solo distrófico no leste de Mato Grosso, Brasil. Acta Bot. Bras. 19: 913-926.

Marimon, B.S., J.M. Felfili & M. Haridasan. 2001. Studies in monodominant forests in eastern Mato Grosso, Brazil: i. A forest of Brosimun rubescens taub. Edinb. J. Bot. 58: 123-137.

Mendonça, R.C., J.M. Felfili, B.M.T. Walter, M.C. Silva Júnior, A.V. Rezende, T.S. Filgueiras & P.N. Ernani. 1998. Flora vascular do Cerrado, p. 289-556. In: S.M. Sano & S.P . Almeida (Orgs.). Cerrado: ambiente e flora Embrapa Cerrados, Planaltina.

Oliveira-filho, A.T. & J.A. Ratter. 2002. Vegetation physiognomies and woody flora of Cerrado biome, p: 91-120. In: P.S. Oliveira & R.J. Marquis (Orgs.), The cerrados of Brazil: ecology and natural history of a neotropical savanna. Columbia University Press, New York.

Oliveira-filho, A.T., G.J. Shepherd, F.R. Martins & W.H. Stubblebine. 1989. Environmental factors affecting physiognomics and floristic variation in an area of Cerrado in central Brazil. J. Trop. Ecol. 5: 413-431.

Ratter, J.A., S. Bridgewater, J.F. Ribeiro. 2003. Analysis of the floristic composition of the brazilian cerrado vegetation III: comparison of the wood vegetation of 376 areas. Edinb. J. Bot. 60: 57-109.

Ratter, J.A., S. Bridgewater, J.F. Ribeiro. 2005. Biodiversity patterns of the woody vegetation of the brazilian cerrados, p.31-58. In: R.T. Pennington, G.P. Lewis & J.A. Ratter (Eds.). Neotropical savannas and dry forests: diversity, biogeography and conservation. Oxford, CRC Press.

Ratter, J.A., J.F. Ribeiro & S. Bridgewater. 1997. The brazilian Cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Ann. Bot. 80: 223-230.

Reatto, A. & E.S. Martins. 2005. Classes de solo em relação aos controles da paisagem do bioma Cerrado, p.49-59. In: A. Scariot, J.C. Souza-Silva & J.M. Felfili (Eds.). Cerrado: ecologia, biodiversidade e conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília.

Reatto, A., J.R. Correia & S.T. Spera. 1998. Solos do bioma Cerrado: aspectos pedológicos, p. 47-86. In: S.M. Sano & S.P. Almeida, (Eds). Cerrado: ambiente e flora Embrapa Cerrados, Planaltina.

Rodal, M.J.N., A.C.B. Lins e Silva, L.M. Pessoa & A.D.C. Cavalcanti. 2005. Vegetação e flora fanerogâmica da área de Betânia, Pernambuco, p.139-166. In: F.S. Araújo, M.J.N. Rodal & M.R.V. Barbosa (Eds.). Análise das variações da biodiversidade do bioma Caatinga: suporte a estratégias regionais de conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília.

Ruggiero, P.G.C., M.A. Batalha, V.R. Pivello & S.T. Meirelles. 2002. Soil-vegetation relationships in Cerrado (Brazilian savanna) and semideciduous forest, south-eastern Brazil. Plant Ecol 160:1-16.

Silva, J.F., M.R. Fariñas, J.M. Felfili & C.A. Klink. 2006. Spatial heterogeneity, land use and conservation in the cerrado region of Brazil. J. Biogeogr. 33: 536-548.

Silva, L.C.R., L. Sternberg, M. Haridasan, W.A. Hoffmann, F. Miralles-Wilhelm & A.C. Franco. 2008. Expansion of gallery forests into central brazilian savannas. Global Change Biology 14:1-11.

Sousa, D.M.G. & E. Lobato. 2004. Cerrado correção do solo e adubação. Embrapa Informações Tecnológicas, Brasília. 416 p.

Sousa, D.M.G. & E. Lobato. 2005. Areias quartzosas / neossolo quartzarênico. www.embrapa.com.br.

Ter Braak, C.J.F. & P. Smilauer. 1999. Canoco for Windows Version 4.02. Centre for Biometry Wageningen, Wageningen.

Ter Braak, C.J.F. 1986. Canonical correspondence analysis: a new eigenvector technique for multivariate direct gradient analysis. Ecol. 67:1167-1179.

Thornthwaite, C.W. & J.R. Mather. 1955. The water balance. In publications in climatology. Drexel Institute of Technology, New Jersey. 104 p.

Walkley, A. & I.A. Black. 1934. An examination of the Degtjareff method for determining soil organic matter and a proposed modification of the chronic tritation method. Soil Science 37: 29-38.

Downloads

Publicado

13-06-2012

Como Citar

LINDOSO, G. D. S.; FELFILI, J. M.; SILVA, L. D. C. R. Variações ambientais e relações florísticas no cerrado sensu stricto sobre areia (Neossolo Quartzarênico) da Chapada Grande Meridional, Piauí. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 8, n. 2, p. 1–12, 2012. DOI: 10.5216/rbn.v8i2.18919. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/18919. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos