Florística da vegetação remanescente de Cerrado sensu stricto em terra indígena no noroeste de Mato Grosso, Brasil

Autores

  • Ediléia Patrícia da Silveira
  • Reginaldo Brito da Costa
  • Jeanine Maria Felfili

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v6i2.12849

Palavras-chave:

Biodiversidade, Cerrado, flora

Resumo

O conhecimento dos recursos naturais das terras indígenas é importante para avaliar a biodiversidade nacional e contribuir para a gestão desses recursos nas próprias comunidades. No presente estudo, objetivou-se conhecer a flora lenhosa do Cerrado da Terra Indígena Utiariti, nos municípios de Campo Novo dos Parecis e Sapezal, estado de Mato Grosso, avaliando sua riqueza e comparando com outros trabalhos em diferentes áreas de Cerrado sensu stricto. Foram encontradas 138 espécies, pertencentes a 95 gêneros e 47 famílias em 2 ha de área amostrada. As famílias mais representativas foram Leguminosae (22 espécies), Annonaceae e Vochysiaceae (sete espécies), Euphorbiaceae e Melastomataceae (seis espécies), Arecaceae, Bignoniaceae, Myrtaceae e Rubiaceae (cinco espécies). Esta área de Cerrado caracterizou-se pela elevada riqueza de espécies e pela expressividade da família Euphorbiaceae. A literatura indica que 32,6% das espécies encontradas apresentam potencial de uso econômico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Agenda 21. 2002. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio de Janeiro. Senado Federal, Brasília, 585 p.

Balduino, A. P. C., A. L. Souza, J. A. A. Meira Neto, A. F. Silva & M. C. Silva Júnior. 2005. Fitossociologia e análise comparativa da composição florística do cerrado da flora de Paraopeba - MG. Rev. Árvore 29: 25-34.

Borges, H. & G. J. Shepherd. 2005. Flora e estrutura do estrato lenhoso numa comunidade de Cerrado em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. Rev. Bras. Bot. 28: 61-74.

Cronquist, A. 1988. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University, New York, 555 p.

Durigan, G., D. L. L. Nishikawa, E. Rocha, E. R. Silveira, F. M. Pulitano, L. B. Regalado, M. A. Carvalhes, P. A. Paranaguá & V. E. L. Ranieri. 2002. Caracterização de dois estratos de vegetação em uma área de cerrado no município de Brotas, SP, Brasil. Acta Bot. Bras. 16: 251-262.

Embrapa. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 1999. Sistema brasileiro de classificação dos solos. Centro Nacional de Pesquisa de Solos, Rio de Janeiro, 412 p.

Felfili, J. M., M. C. Silva Júnior, A. C. Sevilha, C. W. Fagg, B. M. T. Walter, P. E. Nogueira & A. V. Rezende. 2004. Diversity, floristic and structural patterns of cerrado vegetation in central Brazil. Plant Ecol. 175: 37-46.

Felfili, J. M., M. C. Silva Júnior, A. V. Rezende, J. W. B. Machado, B. M. T. Walter, P. E. Nogueira & J. D. Hay. 1993. Análise comparativa da florística e fitossociologia da vegetação arbórea do Cerrado sensu stricto na Chapada Pratinha, DF – Brasil. Acta Bot. Bras. 6: 27-46.

Felfili, J. M., M. C. Silva Júnior, A. V. Rezende, M. Haridasan, T. S. Filgueiras, R. C. Mendonça, B. M. T. Walter & P. E. Nogueira. 2001. O projeto Biogeografia do Bioma Cerrado: hipóteses e padronização da metodologia, p. 157-173. In: I. Garay & B. Dias (Ed). Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais: avanços conceituais e revisão de metodologias de avaliação e monitoramento. Petrópolis, Vozes.

Felfili, J. M., M. C. Silva Júnior, T. S. Filguei-ras & P. E. Nogueira. 1998. Comparison of cerrado (sensu stricto) vegetation in Central Brazil. Ciênc. Cult. 50: 237-243.

Felfili, J. M., P. E. Nogueira, M. C. Silva Júnior, B. S. Marimon & W. B. C. Delitti. 2002. Composição florística e fitossociologia do cerrado sentido restrito no município de Água Boa, MT. Acta Bot. Bras. 16: 103-112.

Felfili, J. M., T. S., Filgueiras, M. Haridasan, M. C. Silva Júnior, R. C. Mendonça & A. V. Rezende. 1994. Projeto biogeografia do bioma Cerrado: vegetação e solos. Cad. Geociênc. 12: 75-166.

Filardi, F. L. R., F. C. P. Garcia, R. M. C. Okano & I. M. C. Rodrigues. 2007. Padrões de distribuição geográfica de espécies arbóreas de Leguminosae ocorrentes no cerrado. Rev. Bras. Biociênc. 5: 1116-1118.

Gomes, M. A. V. & M. V. Santos. 2002. Relatório técnico de vegetação consolidado para o estado de Mato Grosso. Parte 2: Sistematização das informações temáticas, nível compilatório. Projeto de desenvolvimento agroambiental do estado de Mato Grosso. PRODEAGRO. Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Mato Grosso. SEPLAN/MT, BIRD, CNEC Engenharia, Cuiabá.

Goodland, R. 1979. Ecologia do Cerrado. Itatiaia, Belo Horizonte, 193 pp.

Guarim-Neto, G., V. L. M. S. Guarim & G. T. Prance. 1994. Structure and floristic composition of the trees of an area of cerrado near Cuiabá, Mato Grosso, Brazil. Kew Bull. 49: 499-509.

Guarim-Neto, G. & R. G. Morais. 2003. Recursos medicinais de espécies do cerrado de Mato Grosso: um estudo bibliográfico. Acta Bot. Bras. 17: 561-584.

Haridasan, M. 2000. Nutrição mineral das plantas nativas do Cerrado – grupos funcionais, p. 159-164. In: T. B. Cavalcanti & B. M. T. Walter (Orgs). Tópicos atuais em botânica: palestras convidadas. Brasília, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia/Sociedade Botânica do Brasil.

IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 2001. Ecossistemas brasileiros. Edições IBAMA, Brasília, DF, 49 p.

Marimon, B. S. & E. S. Lima. 2001. Caracterização fitofisionômica e levantamento florístico preliminar no pantanal dos rios Mortes - Araguaia, Cocalinho, Mato Grosso, Brasil. Acta Bot. Bras. 15: 213-229.

Marimon Júnior, B. H. & M. Haridasan. 2005. Comparação da vegetação arbórea e características edáficas de um cerradão e um cerrado sensu stricto em áreas adjacentes em solos distróficos no leste de Mato Grosso, Brasil. Acta Bot. Bras. 19: 913-926.

Mendonça, R., J. M. Felfili, B. M. T. Walter, M. C. Silva Júnior, A. V. Rezende, T. S. Filgueiras & P. E. N. Nogueira. 1998. Flora vascular do Cerrado, p. 287-556. In: S. M. Sano & S. P. Almeida (Eds). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, Embrapa.

Missouri Botanical Garden. W. Trópicos. 2009. Disponível em: <http://www.mobot.org/>. Acesso em: 18 mar. 2009.

Mueller-Dombois, D. & H. Ellenberg. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. John Wiley & Sons, New York, 547 p.

Nascimento, M. T. & N. Saddi. 1992. Structure and floristic composition in an area of cerrado in Cuiabá - MT, Brazil. Rev. Bras. Bot. 15: 47-55.

Neri, A. V., J. A. A. Meira Neto, A. F. Silva, S. V. Martins & A. W. Saporetti Júnior. 2007. Composição florística de uma área de cerrado sensu stricto no município de Senador Modestino Gonçalves, Vale do Jequitinhonha (MG) e análise de similaridade florística de algumas áreas de cerrado em Minas Gerais. Rev. Árvore 31: 1109-1119.

Neri, A. V., J. A. A. Meira Neto, A. F. Silva, S. V. Martins & M. L. Batista. 2007. Análise da estrutura de uma comunidade lenhosa em área de cerrado sensu stricto no município de Senador Modestino Golçalves, norte de Minas Gerais, Brasil. Rev. Árvore 31: 123-134.

Nimer, E. & A. M. P. M. Brandão. 1989. Balanço hídrico e clima da região dos cerrados. IBGE, Rio de Janeiro, 166 p.

Oliveira Filho, A. T., G. J. Shepherd, F. R. Martins & W. H. Stubblebine. 1989. Environmental factors affecting physiognomic and floristic variation in an area of cerrado in Central Brazil. J. Trop. Ecol. 5: 413-431.

Pivello, V. R. 2003. Estudos para a conservação dos recursos biológicos do cerrado – e exemplo da “Gleba Cerrado Pé-de-gigante” (Parque Estadual de Vassununga, Santa Rita do Passo Quatro, SP). Tese de livre-docência. Universidade de São Paulo, São Paulo.

Ratter, J. A., S. Bridgewater & J. R. Ribeiro. 1997. The Brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Ann. Bot. 80: 223-230.

Ribeiro, J. F. & M. Haridasan. 1984. Comparação fitossociológica de um cerrado denso e um cerradão em solos distróficos no Distrito Federal. In: Congresso Nacional de Botânica, Manaus. Anais. Sociedade de Botânica do Brasil, Manaus, p. 342-347.

Rizzini, C. T. & W. B. Mors. 1976. Botânica econômica brasileira. Edusp, São Paulo, 227 pp.

Roel, A. R. & E. J. Arruda. 2003. Agroecologia e os recursos naturais de fragmentos de vegetação nativa, p. 205-232. In: R. B. Costa (Ed), Fragmentação florestal e alternativas de desenvolvimentos rural na região Centro-Oeste. Campo Grande, UCDB.

Saporetti Júnior, A. W., A. A. Meira Neto & R. P. Almado. 2003. Fitossociologia de cerrado sensu stricto no município de Abaeté-MG. Rev. Árvore 27: 413-419.

Schwenk, L. M. & C. J. Silva. 2000. A etnobotânica da Morraria Mimoso no Pantanal de Mato Grosso. In: Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômicos do Pantanal, Corumbá. Resumos. Embrapa Pantanal, Corumbá.

Shanley, P. & G. Medina. 2005. Frutíferas e plantas úteis na vida da Amazônia. CIFOR, Imazon, Belém, 300 pp.

Silva Júnior, M. C. 2004. Fitossociologia e estrutura diamétrica da mata de galeria do Taquara, na reserva ecológica do IBGE, DF. Rev. Árvore 28: 419-428.

Silva, L. O., D. A. Costa, K. Espírito Santo Filho, H. D. Ferreira & D. Brandão. 2002. Levantamento florístico e fitossociológico em duas áreas de cerrado sensu stricto no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Acta Bot. Bras. 16: 43-53.

SINFRA. Secretaria de Infra-Estrutura de Mato Grosso. 2008. Estudo de impacto ambiental da pavimentação da rodovia MT-235 Cuiabá, 525 p.

Vaz, A. M. S. F., M. P. M. Lima & R. Marquete. 1991. Técnicas e manejo de coleções botânicas, p. 55-88. In: IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais.

Walter, R. M. T. & E. S. G. Guarino. 2006. Comparação do método de parcelas com o “levantamento rápido” para amostragem da vegetação arbórea do Cerrado sentido restrito. Acta Bot. Bras. 20: 285-298.

Downloads

Publicado

29-12-2010

Como Citar

SILVEIRA, E. P. da; COSTA, R. B. da; FELFILI, J. M. Florística da vegetação remanescente de Cerrado sensu stricto em terra indígena no noroeste de Mato Grosso, Brasil. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 6, n. 2, p. 15–25, 2010. DOI: 10.5216/rbn.v6i2.12849. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/12849. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos