Produção de frutos e sementes em Miconia fallax DC. (Melastomataceae) e Matayba guianensis Aubl. (Sapindaceae) em duas áreas de Cerrado no Triângulo Mineiro

Autores

  • Cecília Lomônaco UFU
  • Nilson Santos Reis UFU

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v4i1.4653

Palavras-chave:

Cerrado, estratégias reprodutivas, Matayba guianensis, Miconia fallax, trocas ecológicas

Resumo

Este trabalho compara alguns caracteres reprodutivos de Miconia fallax e Matayba guianensis de uma área de Cerrado sensu stricto com outra de Cerradão. Os caracteres analisados foram: peso dos frutos, número de sementes por fruto, peso das sementes e peso do arilo (este último somente para M. guianensis). Na área de Cerradão, M. fallax apresentou frutos com maior biomassa, contendo sementes maiores e em menor número do que os da área de Cerrado. M. guianensis apresentou arilos mais pesados no Cerrado, enquanto os demais caracteres não diferiram entre os dois ambientes. A maior biomassa dos arilos das sementes de M. guianensis que se desenvolveram na área de Cerrado pode estar associada ao aumento da atratividade de aves dispersoras, uma vez que arilos são ricos em nutrientes e constituem elementos importantes para a dieta desses animais. Em M. fallax percebeu-se a ocorrência de troca ecológica entre tamanho e número de sementes. A produção de sementes com maior biomassa de M. fallax no Cerradão pode constituir adaptação para maximizar o sucesso da germinação e do crescimento de plântulas em ambiente mais sombreado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aarsen, L. W. & S. M. Burton. 1990. Maternal effects at four levels of Senecio vulgaris (Asteraceae) grown on a soil nutrient gradient. Am. J. Bot. 77: 1231-1240.

Alexander, H. M. & R. Wulff. 1985. Experimental ecological genetics in Plantago. X. The effects of maternal temperature on seed and seedling characters in P. lanceolata. J. Ecol. 73: 271-282.

Arntz, A. M., E. M. Vozar & L. F. Delph. 2002. Serial adjustments in allocation to reproduction: effects of photosynthetic geno- type. Int. J. Plant Sci. 163: 591-597.

Baker, H. G. 1972. Seed weight in relation to environmental conditions in California. Ecology 53: 997-1010.

Bradshaw, A. D. 1965. Evolutionary significance of phenotypic plasticity in plants. Adv. Genet. 13: 115-155.

Cardoso, G. L. & C. Lomônaco. 2003. Variações fenotípicas e potencial plástico de Eugenia calycina Cambess. (Myrtaceae) em uma área de transição cerrado-vereda. Rev. Bras. Bot. 26: 131-140.

Cheverud, J. M. 1988. A comparison of genetic and phenotypic correlations. Evolution 42(5):958-968.

Cook, R. E. 1975. The photoinductive control of seed weight in Chenopodium rubrum L. Am. J. Bot. 62: 427-431.

Crawley, M. J. & M. Nachapong. 1985. The establishment of seedling from primary and regrowth seeds of ragwort (Senecio jacobea). J. Ecol. 73: 255-261.

Daehler, C. C., M. Yorkston, W. Sun & N. Dudley. 1999. Genetic variation in morphology and growth characters of Acacia koa in the Hawaiian Islands. Int. J. Plant Sci. 160: 767-773.

De Nobrega, J. R. & J. A. Leon. 2000. Efectos del costo en supervivencia de la repro- duccion sobre el tamaño adaptativo de las semillas. Ecotropicos (Caracas) 13:61-66.

Falconer, D. S. 1989. Introduction to quantitative genetics. Longnam Science & Technology, New York, 438p.

Furley, P. A. & J. A. Ratter. 1988. Soil resources and plant communities of central Brazilian cerrado and their development. J. Biogeograph. 15: 97-108.

Fuzeto, A. P. & C. Lomônaco. 2000. Potencial plástico de Cabralea cajerana subsp. polytricha (Adr. Juss.) Penn. (Meliaceae) e seu papel na formação de ecótipos em área de cerrado e vereda, Uberlândia, MG. Rev. Bras. Bot. 23: 169-176.

Geritz, S. A. H., M. E. Van Der & J. A. J. Metz. 1999. Evolutionary dynamics of seed size and seedling competitive ability. Theoret. Pop. Biol. 55: 324-343.

Gilbert, G. S., K. E. Harms, D. N. Hamill. & S. P. Hubbell. 2001. Effects of seedling size, El Niño drought, seedling density, and distance to nearest conspecific adult on 6-year survival of Ocotea whitei seedling in Panama. Oecologia (Berlin) 127: 509-516.

Goodland, R. J. & R. Pollard. 1973. The Brazilian cerrado vegetation: a fertility gradient. J. Ecol. 61:219-224.

Guarin Neto, G. 1994. Sapindaceae, p.1-61. In: J.A. Rizzo, (Ed.): Flora dos Estados de Goiás e Tocantins. Goiânia, Editora da UFG.

Leishman, M. R. 2001. Does the seed size/ number trade-off model determine plant community structure An assessment of the model mechanisms and their generality. Oikos 93:294-302.

Leishman, M. R. & B. R. Murray. 2001. The relationship between seed size and abun- dance in plant communities: model predictions and observed patterns. Oikos 94: 151-161.

Lopes, A. S. & F. R. Cox. 1977. Cerrado ve- getation in Brazil: an edaphic gradient. Agronom. J. 69: 828-831.

Meckel, L., D. B. Egli, D. R. E. Phillips, D. Radcliffe & J. E. Leggert. 1984. Effect of moisture stress on seed growth in soybeans. Agronom. J. 76:647-650.

Nimer, E. & A. M. P. M. Brandão. 1989. Balanço hídrico e clima da região dos cerrados. IBGE, Rio de Janeiro, 128p.

Perez, E. M. & E. T. Santiago. 2001. Dinamica estacional del banco de semillas en una sabana en los llanos centro-orientales de Venezuela. Biotropica 33: 435-446.

Perfectti, F. & J. P. M. Camacho. 1999. Analysis of genotypic differences in developmental stability in Annona cherimona. Evolution 53: 1396-1405.

Reitz, R. 1980. Sapindáceas, p.133-139. In: R. Reitz (Ed.): Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí, Editora da UFG.

Resende, M., N. Curi, S. B. Rezende & G. F. Correa, 1997. Pedologia: base para a distinção de ambientes. NEPUT, Viçosa, 172 p.

Ribeiro, J. F. & B. M. T. Walter. 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado, p.89-152. In: S.M. Sano & S.P. Almeida (Eds), Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, EM- BRAPA – CPAC.

Romero, R. 1996. A família Melastomataceae na Estação Ecológica do Panga, Município de Uberlândia, MG. Hoehnea 23:147- 168.

Sawhney, R. & J. M. Naylor. 1982. Dormancy studies in seed of Avena fatua. 13. Influence of drought stress during seed devel- opment on duration of seed dormancy. Canad. J. Bot. 60:1016-1020.

Scheiner, S. M. & H. S. Callahan. 1999. Measuring natural selection on phenotypic plasticity. Evolution 53:1704-1713.

Schiavini, I. & G. M. Araújo. 1989. Considerações sobre a vegetação da Reserva Ecológica do Panga (Uberlândia). Soc. & Nat. 1:61-66.

Sills, G. R. & J. Nienhuis. 1995. Maternal phenotypic effects due to soil nutrient levels and sink removal in Arabidopsis thaliana (Brassicaceae). Am. J. Bot. 82:491-495.

Stearns, S. C. 1989. Trade-offs in life-history evolution. Funct. Ecol. 2:259-268.

Sugiyama, S. & F. A. Bazzaz. 1997. Plasticity of seed output in response to soil nutrients and density in Abutilon theophrasti: implications for maintenance of genetic variation. Oecologia 112:35-41.

Torres, C., M. C. Eynard, M. A. Aizen & L. Galetto. 2002. Selective fruit maturation and seedling performance in Acacia caven (Fabaceae). Int. J. Plant Sci. 163:809-813.

Trainer, J. M. & T. C. Will. 1984. Avian methods of feeding on Bursera simaruba (Burseraceae) fruits in Panama. Auk. 101:193- 195.

Wilkinson, L. 1999. Systat for Windows. Chicago, SPSS Inc.

Wulff, R. D. 1986. Seed size variation in Desmodium paniculatum. I. Factors affecting seed size variability. J. Ecol. 74: 87-97.

Zar, J. H. 1984. Biostatistical analysis. New Jersey, Prentice Hall, 718 p.

Downloads

Publicado

29-09-2008

Como Citar

LOMÔNACO, C.; REIS, N. S. Produção de frutos e sementes em Miconia fallax DC. (Melastomataceae) e Matayba guianensis Aubl. (Sapindaceae) em duas áreas de Cerrado no Triângulo Mineiro. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 4, n. 1, p. 13–20, 2008. DOI: 10.5216/rbn.v4i1.4653. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/4653. Acesso em: 1 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos