Ocorrência de macroinvertebrados aquáticos em uma reserva extrativista da Amazônia brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v16i2.57731

Palavras-chave:

Área de inundação, Rio Madeira, Amazônia Ocidental

Resumo

A fauna de invertebrados aquáticos possui um papel relevante nos diversos processos ecológicos e são frequentemente utilizados como indicadores de qualidade da água, porém ainda é pouca conhecida em diversas regiões do país, especialmente na região amazônica. Assim, este estudo teve como objetivo apresentar um inventário de macroinvertebrados aquáticos da região marginal de um lago amazônico. Este estudo foi realizado em uma área de inundação, na Reserva Extrativista do Lago Cuniã (margem do rio Madeira). Para a amostragem da macrofauna, foram coletados sedimentos e macrófitas aquáticas próximas à região marginal em sete locais, durante a estação de Águas baixas (Agosto de 2015) e Águas altas (Fevereiro de 2016). As variáveis ambientais (temperatura da água (ºC), condutividade elétrica (?S/cm), pH e oxigênio dissolvido (mg/L) foram medidas em cada ponto e as concentrações de matéria orgânica no sedimento também foram determinadas. Foram registrados um total de 1009 macroinvertebrados, distribuídos em 28 táxons. Os táxons mais significantes para o lago foram os gêneros Campsurus (Ephemeroptera: Polymitarcydae) e Tenagobia (Hemiptera: Corixidae). O Lago estudado apresentou uma macrofauna diversa, apresentando tanto táxons indicadores de boa qualidade ambiental, como táxons indicadores de enriquecimento orgânico, enfatizando a influencia da inundação na composição da fauna.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Diego Ferreira Gomes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduação em Ciências Biológicas nas modalidades de Licenciatura e Bacharelado pela Universidade de Araraquara - UNIARA, Mestre pelo programa de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (UNIARA), É integrante do Núcleo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia (NAPRA). Atualmente desenvolve Doutorado no Departamento de Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, atuando principalmente na área de Limnologia, Ecotoxicologia aquática e Biogeoquímica Ambiental.

Nathalie Aparecida de Oliveira Sanches, Universidade de Araraquara - UNIARA

Graduada no Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura Plena e Bacharel) pela Universidade de Araraquara-UNIARA (2013). Possui Mestrado em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (2016), com ênfase em bioindicadores de ecossistemas de água doce e impactos ambientais em recursos hídricos, realizando pesquisas na área de Ecologia e Taxonomia de macroinvertebrados aquáticos, em especial com a Classe Oligochaeta.

Douglas de Pádua Andrade, Universidade Federal de São Carlos

Doutorando em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG. Técnico em Meio Ambiente pela Escola Técnica de Passos - ETEP. Monitor do Laboratório de Hidrobiologia da UEMG durante cinco anos. Trabalho com ecotoxicologia aquática, gestão e monitoramento de recursos hídricos. Especialista em ecologia e taxonomia de macroinvertebrados bentônicos. Já trabalhei também com recuperação de matas ciliares degradadas. Atualmente, faço parte de um grupo de pesquisa que avalia a qualidade ambiental dos ecossistemas aquáticos neotropicais, através de estudos nas áreas de ecotoxicologia e ecologia de comunidades aquáticas.

Wanderley Rodrigues Bastos, Universidade Federal de Rondônia

Graduado em Ciências Biológicas pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques (1986), concluiu o mestrado (1997) e doutorado (2004) em Ciências Biológicas (Biofísica Ambiental) no Instituto de Biofísica Carlos Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é Professor Associado III pelo Departamento de Biologia; Coordenador do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental Wolfgang Christian Pfeiffer desde 1999 e Bolsista de Produtividade CNPq desde 2006. Coordenou de 2007 a 2009 a Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Universidade Federal de Rondônia e atualmente faz parte do seu Colegiado. Integra também os Programas de Pós-Graduação de Biofísica da UFRJ e a Rede BIONORTE. Atuou como chefe do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Rondônia entre 2010/2012. Atuou como membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Pesquisa Translacional em Saúde e Ambiente na Região Amazônica (INCT-INPeTAm) coordenado pelo Instituto de Biofísica Carlos C. Filho da UFRJ. Atualmente integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a pesquisa da Transferência de Materiais do Continente para o Oceano (INCT-TMCOcean) coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Drude de Lacerda do Laboratório de Ciências do Mar da UFC. Desenvolve estudos na área de: Ambiente & Saúde; Biofísica Ambiental; Biogeoquímica de Poluentes e Ecotoxicologia Aquática (Amazônia).

Referências

Alves, R. G. & G. R. Gorni. 2007. Naididae species (Oligochaeta) associated with submersed aquatic macrophytes in two reservoirs (São Paulo, Brazil). Acta Limnol. Bras. 19(4): 407­-413.

Almeida, F. F. & S. Melo. 2009. Considerações limnológicas sobre um lago da planície de inundação amazônica (Lago Catalão–Estado do Amazonas, Brasil). Acta Scient. Biol. Sci. 31(4): 387-­395.

Aprile, F. M. & A. J. Darwich. 2009. Regime térmico e a dinâmica do oxigênio em um lago meromítico de águas pretas da região amazônica. Braz. J. of Aquatic Sci. and Tech. 13(1): 37­-43.

Aprile, F. & A. J. Darwich. 2013. Nutrients and water­forest interactions in an Amazon floodplain lake: an ecological approach. Acta Limno. Bras. 25(2): 169­-182.

Cleto­-Filho, S. E. N. & I. Walker 2001. Efeitos da ocupação urbana sobre a macrofauna de invertebrados aquáticos de um igarapé da cidade de Manaus/AM–Amazônia Central. Acta Amaz. 31(1): 69-­89.

Callisto, M. & F. A. Esteves. 1998. Caracteriza­ ção funcional dos macroinvertebrados bentônicos em quatro ecossistemas lóticos sob influência das atividades de uma mineração de bauxita na Amazônia central (Brasil). Oecol. Bras. 5(1): 223­-234.

Callisto, M. & F. A. Esteves. 1996. Macroinver­ tebrados bentônicos em dois lagos amazônicos: Lago Batata (um ecossistema impactado por rejeito de bauxita) e Lago Mussurá (Brasil). Acta Limn. Bras. 8(1): 137­-147.

Couceiro, S. R., N. Hamada, S. L. Luz, B. R. Forsberg & T. P. Pimentel. 2007. Deforestation and sewage effects on aquatic macroinvertebrates in urban streams in Manaus, Amazonas, Brazil. Hydrobiologia. 575(1): 271­-284.

Corbi, J. J. & S. Trivinho­Strixino. 2017. Chironomid species are sensitive to su­garcane cultivation. Hydrobiologia. 785(1): 91­-99.

Esteves, F. D. A. 2011. Fundamentos de limnologia, 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência.

Esteves, F. A. & A. S. Furtado. 2011. Oxi­ gênio dissolvido. pp. 167­-190. In: Este­ves, F. A. (Org.). Fundamentos de limnologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Interci­ ência.

Esteves, F. A. & C. C Marinho. 2011. Carbono inorgânico. pp. 193­-207. In: Es­ teves, F. A. (Org.). Fundamentos de limnologia, 3. ed. Rio de Janeiro: Interci­ência, 2011. 790 p.

Esteves, F. A., M. P. Figueiredo­-Barros & M. M. Petrúcio. 2011a. Principais cátions e Ânions. pp. 299-­319. In: Este­ves, F. A. (Org.). Fundamentos de limnologia, 3. ed. Rio de Janeiro: Interci­ência.

Esteves, F. A., J. J. F. Leal, & M. Callisto. 2011b. Comunidade Bentônica. pp. 581- 603. In: Esteves, F. A. (Org.). Fundamentos de limnologia, 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência.

Fidelis, L., J. L. Nessimian, & N. Hamada.2008. Distribuição espacial de insetos aquáticos em igarapés de pequena ordem na Amazônia Central. Acta Amaz. 38(1): 127-­134.

Hamada, N., J. L. Nessimian & R. B. Querino. 2014. Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia. Manaus: Editora do INPA. 724 p.

Hortal, J., F. de Bello, J. A. F. Diniz­Filho, T. M. Lewinsohn, J. M. Lobo & Ladle, R. J. 2015. Seven shortfalls that beset large­scale knowledge of biodiversity. Annual Rev. of Eco., Evol., and System. 46. 523-­549.

Higuti, J. & K. Martens. 2016. Invasive South American floating plants are a suc­ cessful substrate for native Central Afri­can pleuston. Biol. Invasions. 18(4): 1191­-1201.

Junk, W. J. 1997. General aspects of floodplain ecology with special reference to Amazonian floodplains. pp. 3­20. In: Junk, W. J. (Ed.). The Central Amazon Floodplain. Springer, Berlin, Heidelberg.

Lopes, M. J. N., M. D. S. R. da Silva, R. T. de Moreira-Sampaio & E. L. L. Belmont 2008. Avaliação preliminar da qualidade da água de bacias hidrográficas de Manaus utilizando macroinvertebrados como bioindicadores. SaBios ­Revista de Saúde e Biologia. 3(2): 1­-9.

Maitland, P. S. 1979. The distribution of zoobenthos and sediments in Loch Leven, Kinross, Scotland. Archiv. fur Hydrobiolo­gie. 85: 98­-125.

Magurran, A. E. 2011. Medindo a diversidade biológica. Editora UFPR: Paraná. 262 p.

Morrone, J. J., S. A Mazzucconi & A. O. Bachmann. 2004. Distributional patterns of chacoan water bugs (Heteroptera: Be­lostomatidae, Corixidae, Micronectidae and Gerridae). Hydrobiologia. 523(1­3): 159­-173.

Monteiro, C. D. S., L. Juen, & N. Hamada. 2005. Analysis of urban impacts on aquatic habitats in the central Amazon basin: adult odonates as bioindicators of environmental quality. Ecol. Indic. 48: 303­-311.

Merritt, R. W. & K. W. Cummins. (Eds.). 1996. An introduction to the aquatic insects of North America. Kendall Hunt. 862 p.

Mormul, R. P., S. M. Thomaz, J. Higuti. & K. Martens. 2010. Ostracod (Crustacea) colonization of a native and a non­native macrophyte species of Hydrocharitaceae in the Upper Paraná floodplain (Brazil): an experimental evaluation. Hydrobiologia. 644(1): 185­-193.

Nessimian, J. L., L. F. M. Dorvillé, A. M. Sanseverino & D. F. Baptista. 1998. Relation between flood pulse and functional composition of the macroinvertebrate benthic fauna in the lower Rio Negro, Amazonas, Brazil. Ama­zoniana. 15(1): 35­-50.

Nicacio, G. & L. Juen. 2015. Chironomids as indicators in freshwater ecosystems: an assessment of the literature. Insect Conserv. and Divers. 8(5): 393-­403.

Nieser, N. & A. L. D. Melo. 1997. Heteróptero­ saquáticos de Minas Gerais. Editora Ufmg. 177 p.

Roldán, G. 1998. Guía para elestudio de los ma­croinvertebrados acuáticos del Departamen­to de Antioquia. Medellín: Universidad de Antioquia, Fondo FEN. 226 p.

Souza, A. A., M. A. L. & M. E. G. J. Vianna. 2006. Heterópteros aquáticos oriundos do Município de Mariana, MG. Neotrop. Ento­mol. 35(6): 803­-810.

Soares Vieira, L. J., G. C. Rosin, A. Michiyo Takeda, M. R. Marques Lopes & D. Silva de Sousa. 2012. Studies in South­ Occidental Amazon: contribution to the knowledge of Brazilian Chironomidae (In­secta: Diptera). Acta Scient. Bio. Sci. 34(2): 149­-153.

Trivinho­-Strixino, S. 2011. Chironomidae (In­secta, Diptera, Nematocera) from São Paulo State, Southeast of Brazil. Biota Neotrop. 11: 675­-684.

Uherek, C. B. & F. B. Pinto Gouveia. 2014. Biological monitoring using macroinverte­ brates as bioindicators of water quality of Maroaga Stream in the Maroaga Cave System, Presidente Figueiredo, Amazon, Brazil. Intern. J. of Ecol. 2014: 1-­7.

Van den Berg, M. S., H. Coops, R. Noordhuis, J. Van Schie & J. Simons. 1997. Macroinvertebrate communities in relation to submerged vegetation in two Chara­ dominated lakes. Hydrobiologia. 342: 143­-150.

Vieira, M., J. V. E. Bernardi, J. G. Dórea, B. C. P. Rocha, R. Ribeiro & L. F. Zara. 2018. Distribution and availability of mercury and methylmercury in different waters from the Rio Madeira Basin, Amazon. Environ. Pollut. 235: 771­-779.

Wetzel, R. G. 2001. Limnology: lake and river ecosystems Gulf Professional Publishing. 841 p.

Downloads

Publicado

26-09-2019

Como Citar

GOMES, D. F.; SANCHES, N. A. de O.; ANDRADE, D. de P.; BASTOS, W. R. Ocorrência de macroinvertebrados aquáticos em uma reserva extrativista da Amazônia brasileira. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 16, n. 2, p. 50–60, 2019. DOI: 10.5216/rbn.v16i2.57731. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/57731. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos