Estudo da associação do polimorfismo genético em carcinomas da tiroide

Autores

  • Angela Adamski da Silva Reis

Palavras-chave:

Carcinomas tiroideanos, polimorfismo genético, suscetibilidade

Resumo

Os nódulos da tiroide são frequentes na prática clínica e a incidência do câncer de tiroide tem sido reconhecida em várias partes do mundo. A identificação de polimorfismos genéticos é importante para compreender os mecanismos potenciais envolvidos na carcinogênese tiroideana. Nossa proposta foi avaliar o polimorfismo das enzimas do metabolismo de  xenobióticos (CYP1A1, GSTM1 e GSTT1) e do gene TP5372 e a associação destes com o risco de desenvolvimento de câncer da tiroide. Para avaliar o papel de tais polimorfismos, foram investigados 122 casos de nódulos tiroideanos, classificados da seguinte forma: 35 nódulos neoplásicos malignos (NNM), 20 nódulos neoplásicos benignos (NNB) e 67 nódulos não neoplásicos (NNN), comparados ao grupo controle de 134 indivíduos saudáveis selecionados aleatoriamente. Para a  análise dos genótipos de CYP1A1m1 e CYP1A1m2, foi utilizada a PCR-RFLP; para a análise das deleções de GSTM1 e GSTT1, utilizou-se a técnica PCR-multiplex; e para a determinação do polimorfismo do gene TP5372, as amostras foram submetidas à reação de PCR. Foi incluída na análise do polimorfismo de TP5372 uma meta-análise de estudos caso-controle de pacientes com carcinomas tiroideanos utilizando o método de DerSimonian-Laird. Os resultados demonstraram que os  genótipos homozigotos selvagens de CYP1A1m1 e CYP1A1m2 foram frequentes tanto nos nódulos tiroideanos neoplásicos e não neoplásicos quanto no grupo controle, sugerindo que não estão associados ao risco de desenvolvimento de nódulos tiroideanos. O genótipo nulo para o gene GSTT1 foi  predominante em nódulos benignos em comparação ao grupo controle, indicando que este contribui mais para a  predisposição aumentada para doença tiroideana benigna do que para maligna. A análise de risco por Odds Ratio sugeriu que os genótipos de risco GSTM1 (OR = 12,82; p = 0,004) e GSTT1 (OR = 4,53; p < 0,0001) contribuem para o  desenvolvimento de NNB e NNN, respectivamente. A frequência do alelo p53Arg foi significativamente maior em ambos os grupos estudados. A comparação da frequência genotípica dos pacientes NNM, NNB e NNN com o grupo controle demonstrou que o genótipo p53Arg Arg apresentou menor risco para NNM, sugerindo que a presença do alelo arginina em homozigose possui efeito protetor contra a carcinogênese tiroideana (OR = 0,15; p < 0,0001). Os dados gerados pela meta-análise demonstraram que a relação entre o genótipo e o fenótipo originado do polimorfismo de TP5372 não está associada à suscetibilidade 62 genética ao câncer de tiroide. Embora as variações interindividuais na suscetibilidade às doenças da tiroide possam indicar novas perspectivas para o diagnóstico precoce e bom prognóstico, o perfil polimórfico requer estudos adicionais.

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Publicado

14-04-2011

Como Citar

REIS, A. A. da S. Estudo da associação do polimorfismo genético em carcinomas da tiroide. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 7, n. 1, p. 61–62, 2011. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/13898. Acesso em: 20 dez. 2024.

Edição

Seção

Resumo de Tese