Comportamento ecofisiológico de espécies arbóreas nativas do Cerrado e exóticas
Palavras-chave:
Ecofisiologia vegetal, Cerrado, plantas exóticas, plantas nativas.Resumo
Utilizou-se transpirômetro de equilíbrio para plantio de cinco espécies arbóreas avaliando seu comportamento fisiológico quanto a: transpiração total, transpiração e condutância estomática foliar, crescimento, partição de fitomassa, fluorescência da clorofila a e anatomia de folhas. As espécies avaliadas foram: Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson (ipê amarelo), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (jatobá), Myroxylon balsamum (L.) Harms (bálsamo), Eucalyptus camaldulensis Dehnh. e Eucalyptus citriodora Hook. (eucaliptos). O equipamento consiste em sistema hidráulico composto de três elementos: a) reservatório de água; b) bóia para controlar o nível de água nos vasos de plantio; c) vasos. O solo foi analisado pelo LASF/UFG-AGRO e recebeu a adição de 50 g de calcário dolomítico e 88 g de NPK (4-14-8) por vaso. Configurou-se o experimento em parcelas subdivididas no tempo, com significância de 5% e análise estatística por SAS/STAT. Os eucaliptos apresentaram transpiração semelhante; ipê, jatobá e bálsamo não apresentaram diferença significativa entre si. As medidas porométricas sugeriram que as espécies obedecem a rigoroso controle estomático, com fechamento dos estômatos em função da alta demanda evaporativa do ar, alterando as taxas transpiratórias e a condutância estomática ao longo do dia. As avaliações biofísicas evidenciaram que o crescimento em altura, diâmetro e área foliar de E. camaldulensis foi superior ao das outras espécies. Para partição de fitomassa, E. camaldulensis apresentou significativa diferença em matéria seca de caule, folhas e raiz. A eficiência fotoquímica do fotossistema II (Fv/Fm) foi estatisticamente semelhante para os eucaliptos, o ipê e o bálsamo, havendo diferença significativa entre a razão Fv/Fm de E. camaldulensis e a do jatobá, sugerindo que o último apresentou maior suscetibilidade do fotossistema II neste experimento devido à alta luminosidade. O estudo anatômico foliar evidenciou que os eucaliptos têm folhas anfiestomáticas com estômatos anomocíticos; o ipê e o bálsamo, folhas hipostomáticas com estômatos anomocíticos; e o jatobá, folhas hipostomáticas com estômatos paracíticos. Sugere-se que a anatomia foliar influenciou a taxa transpiratória resultando em diferenças no crescimento e partição de fitomassa. Ipê, jatobá e bálsamo apresentaram mais camadas de parênquima lacunoso que os eucaliptos, característica adaptativa que permite a essas espécies colonizar locais de menor luminosidade. Todas as espécies estudadas apresentaram cavidades secretoras. A densidade estomática média estimada das espécies indicou proximidade aos valores encontrados em plantas esclerófilas (100-500/mm²). Esta pesquisa evidenciou a importância das respostas fisiológicas das espécies arbóreas quanto ao consumo de água, contribuindo para a definição de estratégias de manejo de ambientes naturais e norteando informações para reflorestamentos com espécies exóticas e nativas do Cerrado goiano.Downloads
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