AS DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) EM TEMPOS DE REFORMISMO EDUCACIONAL: SOBRE PERDA DE DIREITOS, RESISTÊNCIAS E ESPERANÇAS
DOI:
https://doi.org/10.5216/ia.v50i2.83145Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos; Reformismo Educacional; Diretrizes Operacionais; Resistência Ativa.Resumo
O artigo discute a política de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir da análise e problematização das duas últimas resoluções que estabeleceram as Diretrizes Operacionais para a modalidade, a saber: a Resolução revogada CNE/CEB n. 01/2021 e a Resolução vigente CNE/CEB n. 03/2025. De caráter documental e abordagem qualitativa, o estudo evidencia que o cenário de reformismo educacional, materializado em reformas como o Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), intensificou um movimento de barateamento da EJA e de desqualificação da escola destinada à classe trabalhadora e que, diante desse contexto, a resistência ativa, empreendida por atores como os Fóruns de EJA do Brasil, mostrou-se fundamental na luta por uma educação de qualidade e em quantidade para as pessoas jovens, adultas e idosas, culminando na construção e aprovação de novas diretrizes para a EJA, que são analisadas como produto dessa resistência e como indicativo de esperança.
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