DE “CIÊNCIA AUXILIAR” A SABER AUTÔNOMO: DOIS MOMENTOS DA GEOGRAFIA BRASILEIRA NO SÉCULO XIX* - DOI 10.5216/bgg.v24i1.4129
DOI:
https://doi.org/10.5216/bgg.v24i1.4129Palavras-chave:
geografia brasileira século XIX, essignificação, saber geográficoResumo
O presente trabalho pretende discutir a evolução de um modelo de saber geográfico tributário da história (geografia como “ciência auxiliar”) para outro pautado nas ciências naturais e na ideologia do progresso em evidência no final do século XIX. Para tanto, tomando como base o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro (SGRJ), são examinados os projetos de conhecimento cultivados nas duas instituições, separadas no tempo por quase meio século (período suficiente para o estabelecimento de diferenças contextuais significativas). O IHGB, criado com a missão de construir as bases da identidade política, social e territorial do Império, teria perdido “enredo” com a decadência do poder monárquico, verificada ao mesmo tempo em que o país se integrava cada vez mais na economia mundial e a geografia convertia-se, segundo um personagem emblemático da época, na “mais cosmopolita de todas as ciências”. Abriam-se assim possibilidades de renovação deste saber e para a constituição de espaços institucionais alternativos aos existentes. O trabalho pretende demonstrar que a ressignificação de geografia então ocorrida conduziu à sua autonomização como área do conhecimento, materializada na formação da SGRJ.