A prática musical organística no antigo Real Mosteiro de São Bento da Avé-Maria do Porto e a sua relação com o documento M[appa de registar o] Órgão da Biblioteca Nacional de Portugal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/mh.v24.79721

Palavras-chave:

Real Mosteiro de São Bento da Avé-Maria do Porto, registração organística histórica, órgão histórico português, música religiosa portuguesa, estilo concertante

Resumo

A Seção de Música de Biblioteca Nacional de Portugal custodia um manuscrito intitulado M[appa de registar o] Órgão, conservado num maço de documentos identificado pela inscrição “Religiosas de São Bento do Porto”, cujo antigo mosteiro portuense fora encerrado em 1892 para dar lugar à atual Estação Ferroviária de São Bento. O M[appa de registar o] Órgão, único documento histórico português no género já identificado, preconiza a forma através da qual um órgão histórico de tipo português de médias dimensões deveria ser utilizado ao nível das suas possibilidades de registração, bem como do bom funcionamento dos mecanismos geradores da alternância entre Ecos e Contra ecos e da consequente ativação/anulação de registros previamente selecionados pelo organista, quer labiais, quer de palheta. O presente artigo vem indagar acerca da prática musical com órgão no seio das antigas beneditinas do Porto, cujo espólio musical, conservado na Biblioteca Nacional de Portugal, abrange um relevante corpus de música em estilo concertante com acompanhamento de cordas e/ou órgão obbligato, à luz das indicações originais de registração, para além de inquirir acerca da sua eventual compatibilidade para com o instrumento descrito no M[appa de registar o] Órgão.

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Biografia do Autor

Marco Brescia, Universidade NOVA de Lisboa (CESEM / NOVA-FCSH), Lisboa, Portugal, marcobrescia@fcsh.unl.pt

Marco Brescia é investigador integrado ao Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade NOVA de Lisboa, onde é coordenador do grupo de investigação “Música no Período Moderno”. Em 2013, concluiu o seu doutoramento em Musicologia Histórica em regime de cotutela internacional de tese entre as Universidades Paris IV – Sorbonne e NOVA de Lisboa, obtendo a menção máxima, très honorable à l'unanimité. Brescia é também mestre em Interpretação da Música Antiga / Órgão histórico pela Escola Superior de Música de Catalunya / Universitat Autònoma de Barcelona, com obtenção da prestigiosa matrícula de honor, mestre em História da Arte pela Universidade Paris IV – Sorbonne e Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem apresentado os seus trabalhos nas mais reputadas conferências internacionais promovidas pela IMS, SEdeM, SPIM, Biennial International Conference on Baroque Music, etc. Brescia é frequentemente convidado a atuar como pianista, organista, clavicordista ou cravista nos mais renomadas salas e festivais internacionais de música da Itália, Espanha, Portugal, França, Inglaterra, Irlanda do Norte, Suíça, Alemanha, Hungria, Eslováquia, Polônia, Brasil, Peru e Panamá. O seu álbum solo "Zipoli em Diamantina: obras completas de órgão" (Paraty / PIAS – Harmonia Mundi, 2020) foi amplamente aclamado pelas principais revistas internacionais especializadas (Diapason, Early Music, ResMusica, Scherzo, Journal für die Orgel, Orgelnieuws, Rondo) e transmitido pela Bayerischer Rundfunk. Pelo seu trabalho de coordenação do restauro do órgão histórico Almeida e Silva de Diamantina (1787), foi condecorado pelo Governo do Estado de Minas Gerais com a Medalha de Honra Presidente Juscelino Kubitschek.

João Vaz, Universidade Nova de Lisboa (ESML/IPL – CESEM/NOVA-FCSH), Lisboa, Portugal, jvaz@esml.ipl.pt

João Vaz é diplomado em Órgão pela Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação de Antoine Sibertin-Blanc, e pelo Conservatório Superior de Música de Aragão, em Saragoça, onde estudou com José Luis González Uriol, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. É também doutorado em Música e Musicologia pela Universidade de Évora, tendo defendido a tese A obra para órgão de Fr. José Marques e Silva (1782-1837) e o fim da tradição organística em Portugal no Antigo Regime, sob a orientação de Rui Vieira Nery. Tem mantido uma intensa actividade a nível internacional, quer como concertista, quer como docente em cursos de aperfeiçoamento organístico, ou membro de júri de concursos de interpretação. Efectuou mais de uma dezena de gravações discográficas a solo, salientando-se as efectuadas em órgãos históricos portugueses. Como executante e musicólogo tem dado especial atenção à música sacra portuguesa, fundando em 2006 o grupo Capella Patriarchal, que dirige. O seu trabalho de edição musical, objecto de publicação em Portugal e em Espanha, abrange obras conservadas em diversas bibliotecas e arquivos nacionais. Lecciona actualmente Órgão na Escola Superior de Música de Lisboa. Fundador do Festival Internacional de Órgão de Lisboa em 1998, é actualmente director artístico do Festival de Órgão da Madeira e das séries de concertos que se realizam nos seis órgãos da Basílica do Palácio Nacional de Mafra (de cujo restauro foi consultor permanente) e no órgão histórico da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa (instrumento cuja titularidade assumiu em 1997). É membro integrado do CESEM - Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (NOVA-FCSH) - Pólo Instituto Politécnico de Lisboa.

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Publicado

2024-10-01

Como Citar

BRESCIA, M.; VAZ, J. A prática musical organística no antigo Real Mosteiro de São Bento da Avé-Maria do Porto e a sua relação com o documento M[appa de registar o] Órgão da Biblioteca Nacional de Portugal . Música Hodie, Goiânia, v. 24, 2024. DOI: 10.5216/mh.v24.79721. Disponível em: https://revistas.ufg.br/musica/article/view/79721. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos