O Ressonador como Modelo para Texturas Musicais no Contexto da Composição Instrumental Contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/mh.v24.78402

Palavras-chave:

Composição Musical, Textura Musical, Síntese Sonora, Modelo Físico, Ressonador

Resumo

A escrita musical praticada nos séculos XX e XXI fez emergir novas texturas musicais não observadas em períodos históricos anteriores. Se a monofonia, a polifonia, a homofonia e a heterofonia têm as suas raízes no desenvolvimento das técnicas tradicionais da harmonia e do contraponto, a renovação da textura musical pode ser entendida como resultado de novas poéticas musicais e abordagens estéticas prosseguidas por diferentes ramos do modernismo musical e seus desdobramentos. Conceitos como a emancipação da dissonância, a melodia dos timbres (Klangfarbenmelodien), a libertação do ruído e o interesse pelas massas sonoras em movimento podem ser apontados como catalisadores de texturas nunca antes ouvidas, como o pontilhismo de Anton Webern e dos serialistas do pós-guerra, os blocos sonoros de Igor Stravinsky e Edgard Varèse, as massas sonoras estocásticas de Iannis Xenakis, os aglomerados massivos de Krzysztof Penderecki, a micropolifonia de György Ligeti e o ideal de síntese sonora instrumental perseguido por como Tristan Murail e outros comumente agrupados sob a égide da Música Espectral. Mesmo que não seja uma tendência predominante, uma nova textura particularmente interessante é o que podemos chamar textura-ressonador, que será a ideia central do presente texto. Será desenvolvida uma breve definição do modelo excitador-ressonador no contexto da síntese sonora digital e sua possível tradução na análise e criação de texturas instrumentais, explorando exemplos do repertório contemporâneo, com especial interesse no trabalho de compositores brasileiros.

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Biografia do Autor

Rodolfo Valente, Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP), São Paulo, SP, Brasil, rodolfo@rodolfovalente.com

Doutor em Música pela ECA-USP, na área de Processos de Criação Musical, (conclusão em 2020). Mestre em Música pela UNESP (2011), tendo sua dissertação publicada pelo selo Cultura Acadêmica da Editora UNESP. Concluiu em 2008 o Bacharelado em Música com habilitação em Composição e Regência na UNESP, com ênfase em Composição e Composição Eletroacústica, tendo realizado pesquisa de Iniciação Científica com bolsa FAPESP, sob orientação do Prof. Dr. Alberto Tsuyoshi Ikeda. Também possui graduação em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é professor na EMESP (Composição, Escritura, Análise) e no curso de Produção de Música Eletrônica da Universidade Anhembi-Morumbi (Teoria Musical, Síntese Sonora).

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Publicado

2024-10-07

Como Citar

VALENTE, R. O Ressonador como Modelo para Texturas Musicais no Contexto da Composição Instrumental Contemporânea. Música Hodie, Goiânia, v. 24, 2024. DOI: 10.5216/mh.v24.78402. Disponível em: https://revistas.ufg.br/musica/article/view/78402. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê SiMN 2023 Música Nova