Impactos da Musicoterapia em um Serviço Residencial Terapêutico
Estudo Exploratório de Métodos Mistos
DOI:
https://doi.org/10.5216/mh.v25.82941Palabras clave:
Musicoterapia, Saúde Mental, Idosos, Psicometria, Aprendizado de MáquinaResumen
Este estudo investigou os efeitos da musicoterapia em residentes de um Serviço Residencial Terapêutico (SRT) em Belo Horizonte, composto por pessoas idosas com histórico de internações psiquiátricas prolongadas, com uma abordagem de métodos mistos. Foram realizadas 12 sessões, uma vez por semana, com análise qualitativa dos relatos por meio de mineração de texto e quantitativa dos escores do instrumento de Avaliação Cognitiva de Pessoas Idosas em Musicoterapia (ACPIM). Os dados quantitativos foram analisados por meio do Índice de Mudança Confiável (IMC) e do modelamento das trajetórias individuais dos participantes. Qualitativamente, a musicoterapia contribuiu para a expressão emocional e a interação social dos residentes, especialmente por meio da evocação de memórias autobiográficas e da coesão grupal durante as experiências musicais de improvisação, recriação, audição e composição. O IMC apontou melhorias cognitivas intraindividuais confiáveis, de forma que 70% das pessoas residentes apresentou mudanças positivas. Além disso, a análise das trajetórias individuais revelou padrões cognitivos descritos por um modelo harmônico linear, indicando flutuações cíclicas nos escores ao longo das sessões, em vez de uma progressão sigmoidal. Entretanto, os efeitos interindividuais foram limítrofes em termos de significância estatística, o que pode estar relacionado ao tamanho reduzido da amostra ou às próprias flutuações cognitivas. Este estudo sugere que a musicoterapia pode ser uma intervenção eficaz na reabilitação psicossocial em SRTs, promovendo desenvolvimento cognitivo intraindividual, embora as evidências no nível interindividual sejam limitadas. Futuros estudos devem considerar amostras maiores e replicar o modelo harmônico linear para verificar sua aplicabilidade.







