PATRIMÔNIOS GOIANOS: INTERVALOS ENTRE A ROÇA E A CIDADE - DOI 10.5216/bgg.v28i1.4902
DOI:
https://doi.org/10.5216/bgg.v28i1.4902Palavras-chave:
Patrimônios, goianos, roça, cidadeResumo
Este trabalho se vincula à pesquisa de doutorado que vem sendo realizada em duas vilas rurais no interior de Goiás, Cibele e Caiçara. No que se alude à produção espacial, ambas estão influenciadas pelos aspectos da formação da Região do Mato Grosso Goiano que foi ocupada por grandes investidores: “uma nova sociedade rural de fazendeiros e agricultores”, conforme confirmou estudo de Brandão (1985, p.86). Trata-se de uma área cuja promessa de fertilidade estava amplamente difundida nos discursos dos governos federal e estadual e que por tal fato atraiu grupamentos camponeses do Estado de Minas Gerais e do interior de Goiás, cujo processo de migração ocorreu ao longo das décadas de 1940, 1950 e 1960. São populações de famílias de pequenos exproprietários e de não-proprietários de terra, sendo por tal fato “mais móveis”; gerações inteiras de agregados de fazenda os quais viveram, durante toda a vida, como meeiros e arrendatários. São comunidades guardadoras de saberes que sobejam elementos míticos da fertilidade/ fartura/fortuna camponesas, escassos, em constante contradição. Assim, ficam a meio do caminho de um processo que se realiza mas que não extingue as possibilidades de recriação do modo de vida camponês.