NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA SEM ENTENDER ESSA METRÓPOLE
MAY GOD NOT ALLOW ME TO DIE WITHOUT UNDERSTANDING THIS METROPOLIS
DOI:
https://doi.org/10.5216/bgg.v42.63300Resumo
O contexto deste artigo é o do diálogo interdisciplinar entre cidade e literatura, onde a segunda é tomada como fonte complementar de informação em leitura com viés urbanístico. A partir da geografia vivida por Guilherme de Almeida e duas de suas obras (Cosmópolis e Pela Cidade), consideradas representativas de sua relação com a metrópole de São Paulo, discutimos processos urbanos capazes de eventualmente serem generalizados para outros contextos. Analisamos a construção de uma geografia interurbana e intraurbana do autor, suas referências a elementos e compartimentos da cidade e relações temporais entre narrativas e mudanças no processo de urbanização da capital paulista entre 1930 e 1969. A Guillherme de Almeida não interessava explicar a cidade a partir de princípios urbanísicos; este artigo utiliza seus textos “à revelia”. A conclusão evidencia fractais na sua visão como morador da metrópole e reitera a potencialidade da literatura como fonte para o estudo urbano, provocando debates, reduzindo vazios investigativos e complementando abordagens tradicionais que dão sinais de esgotamento.