Estética da Imediaticidade
Um estudo comparativo entre o minimalismo e a música techno
DOI:
https://doi.org/10.5216/mh.v25.81939Palavras-chave:
Techno music, Minimalismo, Experience, Inmediatez, RepeticiónResumo
Este artigo propõe conexões estéticas e ideológicas entre o minimalismo americano e a música techno por meio da noção de imediaticidade, um conceito crítico que elucida as transformações dos esquemas de experiência no capitalismo tardio. Embora diversos estudos tenham destacado as semelhanças entre esses gêneros em termos de suas técnicas, dimensões experienciais ou influências históricas, este trabalho demonstra que a imediaticidade funciona como um quadro analítico fundamental para compreender uma dimensão ideológica compartilhada. O estudo começa examinando a filosofia de John Cage e sua influência sobre os primeiros compositores minimalistas, como La Monte Young, Philip Glass, Terry Riley e Steve Reich, destacando sua busca pela imediaticidade por meio de técnicas composicionais específicas. A análise identifica então duas dimensões-chave da imediaticidade: 1) aspectos formais, em particular o uso de repetição extrema e estase, tomando como referência o conceito de "tempo vertical" de Jonathan Kramer, e 2) os efeitos perceptivos pretendidos por essas técnicas. A segunda parte do artigo emprega essas duas dimensões da imediaticidade como chaves analíticas para abordar o techno. Ao comparar o uso de técnicas como o looping e a repetição estendida tanto no minimalismo quanto no techno, o estudo revela como ambos os gêneros cultivam uma experiência de presente perpétuo e suas consequências para o papel da memória e da reflexão formal. Essa análise, portanto, fornece um quadro para uma compreensão mais crítica das experiências musicais contemporâneas e de suas implicações sociais e políticas mais amplas.







