Intencionalidade musicante: eu me movo, logo o mundo soa
DOI:
https://doi.org/10.5216/mh.v25.81656Palavras-chave:
performance musical; fenomenologia; intencionalidade musicante.Resumo
Este artigo tem o objetivo de realizar uma análise fenomenológica da performance musical. O método fenomenológico investiga o modo como as coisas aparecem à consciência, neste sentido, então, o estudo busca compreender o modo de aparecimento à consciência do ato que dá vida a uma obra musical. A intencionalidade musicante é complexa e constituída por outras intencionalidades. Sob o ponto de vista da performance musical, o objeto é sempre intersensorial, situado e vivido pelo corpo próprio e pelo eu musicante. A intencionalidade musicante engloba em uma unidade as intenções táteis, motoras, auditivas (interna e externa), visuais e temporais. A análise fenomenológica do tempo realizada por Husserl contribuiu para diferenciar o tempo objetivo, o tempo musical e o tempo imanente. A proposta de redução fenomenológica assinalou a intencionalidade musicante conjuntamente com o aspecto tríplice do tempo imanente, em sua retenção, impressão primordial e protensão. Na redução, foi adotado como ponto de partida o piano. Cada instrumento musical possui sua disponibilidade ou manuseabilidade, o que exige outras reduções. Por um lado há a infinita diversidade de ideias musicais (variável), por outro lado, em todas as performances musicais a intencionalidade musicante é sempre uma unidade das intenções auditivas, temporais e tátil-motoras (invariável). “Eu me movo, logo o mundo soa” é um mote sintético que diz respeito a qualquer instrumento musical e a qualquer performance.







