Episódios para uma história da gravação de campo no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/mh.v24.78600

Palavras-chave:

gravação de campo, fonografia, música experimental, arte sonora

Resumo

Neste artigo, argumentamos que a história da gravação de campo como prática artística tem sido narrada com um enfoque excessivo em protagonistas localizados no Norte Global, especialmente vinculados às tradições da música eletroacústica e da ecologia acústica. Como contraposição a essa tendência, apresentamos quatro episódios de usos da gravação de campo em território nacional que podem ser lidos como precursores dos trabalhos brasileiros de música experimental e arte sonora produzidos nas últimas duas décadas. Na primeira seção, discutimos gravações de campo realizadas em cilindros de cera pelo etnólogo Theodor Koch-Grünberg entre 1911 e 1913, e pelo antropólogo Edgar Roquette-Pinto em 1912. Na seção seguinte, investigamos o registro de cantos de animais não-humanos pelo desenhista Hercule Florence por volta de 1830, e pelo engenheiro Johan Dalgas Frisch nas décadas de 1960 e 1970. Realizados com estratégias, tecnologias e propósitos contrastantes, esses quatro episódios nos ajudam a investigar como as práticas de gravação de campo navegaram as fronteiras entre arte e ciência, documentação e criação, em diferentes períodos da história nacional.

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Biografia do Autor

Gustavo Branco Germano, Universidade de São Paulo (USP) São Paulo, SP, Brasil, gustavo.germano@usp.br

Gustavo Branco Germano é doutorando em Processos de Criação Musical pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Mestre (2020) e Licenciado (2017) em Música pela mesma instituição. Atualmente, realiza estágio de pesquisa (BEPE-FAPESP) na State University of New York - Stony Brook, com supervisão do Prof. Dr. Benjamin Tausig. Em sua pesquisa atual, investiga as relações entre documentação e arte em trabalhos brasileiros de gravações de campo. Desde 2015, integra o NuSom - Núcleo de Pesquisas em Sonologia da Universidade de São Paulo.

Fernando Iazzetta, Universidade de São Paulo (USP) São Paulo, SP, Brasil, iazzetta@usp.br

Fernando Iazzetta é professor de Música e Tecnologia na Universidade de São Paulo e diretor do NuSom - Núcleo de Pesquisas em Sonologia. Dirige o Berro, selo fonográfico voltado para o repertório de práticas experimentais e arte sonora. Atua como compositor e performer com trabalhos que exploram o experimentalismo, a interatividade e recursos eletrônicos. Seus trabalhos foram apresentados em concertos e festivais de música no Brasil e no exterior. É autor do livro Música e Mediação Tecnológica (Perspectiva, 2009) e co-editor, junto com Rui Chaves, do volume Make it Heard: a history of Brazilian sound art (Bloomsbury, 2019). 

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Publicado

2024-09-18

Como Citar

BRANCO GERMANO, G.; IAZZETTA, F. Episódios para uma história da gravação de campo no Brasil. Música Hodie, Goiânia, v. 24, 2024. DOI: 10.5216/mh.v24.78600. Disponível em: https://revistas.ufg.br/musica/article/view/78600. Acesso em: 18 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê SiMN 2023 Música Nova