Auto-organização nos manuais do cinema silencioso
O músico como agente criativo e informacional
DOI:
https://doi.org/10.5216/mh.v22.70536Palabras clave:
Cinema silencioso, Nickelodeon, Processo criativo, Improvisação e adaptaçãoResumen
Nos seus primórdios, os filmes silenciosos eram exibidos em diversos locais e com diversos modos de acompanhamento, como leitores, dubladores de diálogos e sons, gramofones e música. Ao eleger as pequenas salas chamadas nickelodeon como local de exibição, a disparidade desses modos gerou uma crise. Estudos apontam para uma campanha de padronização cogitada pelos produtores de filmes, por meio de uma farta literatura normativa, mas qual teria sido o papel dos músicos nesse processo? Para delinear esse papel, fizemos uma análise de conteúdo dos manuais técnico-normativos do período. Discutimos os resultados usando os conceitos de mundos da arte de Becker e da historiografia de crise de Altman, mas a complexidade deste sistema dinâmico nos aproximou da auto-organização de Ashby e Foerster, comentados por Heylighen, e da complexidade de Morin. Concluímos que os músicos, alimentados pela improvisação e adaptação das performances, foram agentes criativos e informacionais na auto-organização dessa arte.