Episódios para uma história da gravação de campo no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5216/mh.v24.78600Palavras-chave:
gravação de campo, fonografia, música experimental, arte sonoraResumo
Neste artigo, argumentamos que a história da gravação de campo como prática artística tem sido narrada com um enfoque excessivo em protagonistas localizados no Norte Global, especialmente vinculados às tradições da música eletroacústica e da ecologia acústica. Como contraposição a essa tendência, apresentamos quatro episódios de usos da gravação de campo em território nacional que podem ser lidos como precursores dos trabalhos brasileiros de música experimental e arte sonora produzidos nas últimas duas décadas. Na primeira seção, discutimos gravações de campo realizadas em cilindros de cera pelo etnólogo Theodor Koch-Grünberg entre 1911 e 1913, e pelo antropólogo Edgar Roquette-Pinto em 1912. Na seção seguinte, investigamos o registro de cantos de animais não-humanos pelo desenhista Hercule Florence por volta de 1830, e pelo engenheiro Johan Dalgas Frisch nas décadas de 1960 e 1970. Realizados com estratégias, tecnologias e propósitos contrastantes, esses quatro episódios nos ajudam a investigar como as práticas de gravação de campo navegaram as fronteiras entre arte e ciência, documentação e criação, em diferentes períodos da história nacional.
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- 2024-11-05 (2)
- 2024-09-18 (1)