Auto-organização nos manuais do cinema silencioso

O músico como agente criativo e informacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/mh.v22.70536

Palavras-chave:

Cinema silencioso, Nickelodeon, Processo criativo, Improvisação e adaptação

Resumo

Nos seus primórdios, os filmes silenciosos eram exibidos em diversos locais e com diversos modos de acompanhamento, como leitores, dubladores de diálogos e sons, gramofones e música. Ao eleger as pequenas salas chamadas nickelodeon como local de exibição, a disparidade desses modos gerou uma crise. Estudos apontam para uma campanha de padronização cogitada pelos produtores de filmes, por meio de uma farta literatura normativa, mas qual teria sido o papel dos músicos nesse processo? Para delinear esse papel, fizemos uma análise de conteúdo dos manuais técnico-normativos do período. Discutimos os resultados usando os conceitos de mundos da arte de Becker e da historiografia de crise de Altman, mas a complexidade deste sistema dinâmico nos aproximou da auto-organização de Ashby e Foerster, comentados por Heylighen, e da complexidade de Morin. Concluímos que os músicos, alimentados pela improvisação e adaptação das performances, foram agentes criativos e informacionais na auto-organização dessa arte.

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Biografia do Autor

Eduardo D'Urso Hebling, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, info@eduhebling.com

Eduardo D'Urso Hebling (Edu Hebling) É músico, contrabaixista, compositor e arranjador. Iniciou seus estudos na Orquestra Sinfônica de Rio Claro (SP), sua cidade natal. Possui graduação e mestrado em Música Popular e Jazz pelo Conservatório Buzzolla, Adria, Itália. Possui mestrado em Música, na linha de pesquisa Música, Cultura e Sociedade do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é doutorando na mesma Universidade, com pesquisa sobre aspectos improvisativos e adaptativos da performance musical ao vivo para os filmes silenciosos - o projeto Moodscope. É bolsista CAPES desde 2019. Principais trabalhos acadêmicos: -A história muda: Uma contribuição à história dos músicos do cinema silencioso, revista Opus (2021). -MovieScape: Enactive Experience with Silent Movie. 9th International Conference on Digital and Interactive Arts (2019). -Audio-visuals in shared space as a metaphor for mindscapes. In Generative Art - Futuring Past. Roma: Domuns Argenia (2019). -As coletâneas musicais temáticas e os manuais. Dissertação de Mestrado, UNICAMP (2017). -A cena musical e o impacto do cinema silencioso industrial . XXVII congresso da ANPPOM (2017). Suas atividades musicais e didáticas somam 35 anos. Tem 60 CDs gravados como baixista, contrabaixista, dos quais 10 como produtor, compositor, arranjador. Além de liderar sua formação própria, Edu Hebling Xtet, com CD autoral lançado na Europa, colaborou com grupos italianos, e participou de turnês no Canadá (Montreal e Toronto Jazz Festival), México, Jamaica, Espanha (San Sebastian Jazz Festival), Venezuela, Alemanha, Grécia, Estônia, Lituânia. Foi integrante das bandas de Ornella Vanoni (arranjador e contrabaixista), Barbara Casini, Sergio Caputo, Massimo Bubola, Rosália de Souza e Erica Boschiero, em turnés nacionais e internacinais. Tocou com James Brown, Claudio Roditi, Ed Cortes, Marco Tamburini, Pietro Tonolo, John Riley, Giulio Capiozzo, Sandro Gibellini, Paolo Birro. (Texto informado pelo autor)

Prof. Dr. Jônatas Manzolli, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, jonatas@nics.unicamp.br

Jônatas Manzolli combina criação musical contemporânea e neurociência com foco no diálogo entre música e ciência. Compositor e matemático, pesquisador sênior do CNPq, professor titular do Instituto de Artes da Universidade de Campinas (Brasil), é pioneiro na pesquisa brasileira em computação musical. Foi pesquisador convidado do Instituto de Neuroinformática (Suíça) e do Grupo SPECS (SPECS), da Universitat Pompeu Fabra (Barcelona), e é colaborador do CIRMMT, McGill University (Montreal). A sua pesquisa interdisciplinar foca a interface entre homem e máquina, incluindo o uso da inteligência artificial e interfaces digitais como em Ada: Intelligent Space (2002) e a Multimodal Brain Orchestra (2009). Suas obras eletroacústicas, instrumentais e multimodais incluem grandes cenários orquestrais, como a ópera multimodal Descobertas (2016). Manzolli recebeu inúmeras concessões e prêmios, incluindo o Arts & Literary Arts, da Rockefeller Foundation, para atuar como artista residente no Bellagio Center (Itália, 2018).

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Publicado

2022-08-06

Como Citar

D’URSO HEBLING, E.; MANZOLLI, J. Auto-organização nos manuais do cinema silencioso: O músico como agente criativo e informacional . Música Hodie, Goiânia, v. 22, 2022. DOI: 10.5216/mh.v22.70536. Disponível em: https://revistas.ufg.br/musica/article/view/70536. Acesso em: 2 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos