OS EXCLUÍDOS DO INTERIOR: O QUE JOVENS DE UMA TURMA DE REGIME DE PROGRESSÃO PARCIAL FAZEM PENSAR SOBRE A ESCOLA DE PERIFERIA
DOI:
https://doi.org/10.5216/ia.v48i2.75441Palavras-chave:
Escola em Contexto Amazônico; Políticas de Correção de Fluxo; Exclusão Branda. A Miséria do Mundo; Pierre Bourdieu.Resumo
Neste trabalho, discute-se elementos trazidos de entrevistas com estudantes de uma turma de Regime de Progressão Parcial, moradores de um bairro considerado de risco na zona leste de Porto Velho, Rondônia, sobre a escola e o bairro onde estudam. A intenção foi reconhecer, nos enunciados produzidos pelos estudantes, certa materialidade da exclusão abordada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu no texto em colaboração com Patrick Champagne intitulado “Os Excluídos do Interior”. O estudo oportunizou identificar o Regime de Progressão Parcial como uma das ramificações produzidas para a escolarização contemporânea dedicada à correção de fluxo de estudantes com distorção idade-série. Nossos resultados demonstram a regularidade do perfil dos estudantes atendidos e a dificuldade deles deixar a condição de público-alvo. Sendo a miséria um fenômeno social nos/dos dias de hoje, articulado cotidianamente no interior das relações, a leitura compreensiva de Bourdieu ensejou verificar que o Regime de Progressão Parcial se torna um dispositivo de exclusão branda porque mantém os estudantes atendidos no interior dos percursos escolares, mas sem que superem as condições de público-alvo.
PALAVRAS-CHAVE: Escola em Contexto Amazônico; Políticas de Correção de Fluxo; Exclusão Branda. A Miséria do Mundo; Pierre Bourdieu.
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