Fenologia e biologia reprodutiva de Tibouchina papyrus (Pohl) Toledo (Melastomataceae) no Parque Estadual da Serra dos Pireneus, Goiás
DOI:
https://doi.org/10.5216/rbn.v4i1.4654Palavras-chave:
Melastomataceae, pau-papel, campo rupestre, melitofiliaResumo
O estudo fenológico e reprodutivo de Tibouchina papyrus (Pohl) Toledo (Melastomataceae) foi desenvolvido em uma área de campo rupestre, a uma altitude de 1.100 m no Parque Estadual dos Pireneus, situado nos municípios de Pirenópolis e Cocalzinho-GO. Vinte indivíduos da população foram selecionados, marcados e acompanhados durante dois anos para observação dos eventos fenológicos de floração e frutificação. O sistema reprodutivo foi avaliado com polinizações manuais e cálculo da eficácia reprodutiva. Os frutos formados foram coletados e as sementes deles provenientes foram germinadas em placas de Petri sobre papel filtro umedecido. Os tratamentos de polinização manual indicaram a espécie como xenógama facultativa com maior formação de frutos por polinização cruzada (45%) do que por autopolinização (12%). Flores emasculadas para agamospermia não formaram frutos. A baixa formação de frutos-controle (30%) pode ser explicada pela escassez de visitantes florais. A protusão da radícula ocorreu entre o 7º e o 8º dias com 55% de germinação. A floração estendeu-se de dezembro a junho, dependendo do ano, e o amadurecimento dos frutos, entre abril e outubro, coincidindo a dispersão das sementes com a queda foliar na estação seca. Este estudo forneceu subsídios para melhor entendimento do processo reprodutivo da T. papyrus, uma espécie endêmica e ainda pouco estudada.
Downloads
Referências
Baumgratz, J. F. & N. M. F. Silva. 1986/88. Ecologia da polinização e biologia da reprodução de Miconia stenostachya DC. (Melastomataceae). Rodriguesia, 64/66: 11-23.
Borges, H. B. N. 2000. Biologia reprodutiva e conservação do estrato lenhoso numa comunidade do Cerrado. Tese de Doutora- do. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
Buchmann, S. L. N. 1983. Buzz pollination in Angiosperms, p. 73-113. In: C. E. Jones & J. Little (Eds.) Handbook of experimental pollination biology. New York, Van Nostrand Reinhold.
Bullock, S. H. 1985. Breending system in the flora of a tropical deciduous forest in Mexico. Biotropica, 17: 287-301.
Fournier, L. A. 1974. Un método cuantitativo para la medición de características fenológicas em árboles. Turrialba, 24: 422-423.
Goldenberg, R. 1994. Estudos sobre a biologia reprodutiva de espécies de Melastomata- ceae de Cerrado em Itirapina, SP. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
Goldenberg, R. 2000. Apomixia como alternativa à reprodução sexuada em Melastomataceae, p. 225-230. In: T. B. Cavalcanti, B. M. T. Walter (Eds): Tópicos atuais em botânica. Brasília, SBB/Embrapa Cenargen.
Goldenberg, R. & G. J. Shepherd. 1998. Studies on the reproductive biology of Melastomataceae in “cerrado” vegetation. Pl. Syst. Evol. 211: 13-29.
Goldenberg, R. & I. G. Varassin. 2001. Sistemas reprodutivos de espécies de Melastomataceae da Serra do Japi, Jundiaí, São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Bot. 24: 283-288.
Gross, C.L. 1993. The breeding system and pollinators of Melastoma affine (Melastomataceae), a pioneer shrub in Tropical Australia. Biotropica, 25: 468-474.
Janzen, D. H. 1967. Synchronization of sexual reproduction of trees within the dry season in Central America. Evolution, 21: 620-637.
Kearns, C. A. & D. W. Inouye. 1993. Techniques for pollinations biologists. Colorado, University Press of Colorado.
Lieberman, A. 1982. Seasonality and phenology in dry tropical forest in Ghana. J. Ecol. 70: 791-806.
Martin, F.N. 1959. Staining and observing pollen tubes in the style by means of fluorescence. Stain Tech., 34: 125-128.
Newstrom, L. E., G. W. Framkie, H. G. Baker & R. K. Colwell. 1993. Diversity of longterm flowering patterns, p. 142–160. In: L. A. McDade, K. S. Bawa, G. S. Hartshorn, H. A. Hespenheide (Eds). La selva: ecology and natural history of lowland tropical rainforest. Chicago, University of Chicago Press.
Oliveira, P. E. 1998. Fenologia e Biologia reprodutiva das espécies de cerrado, p. 169-192. In: S. M. Sano, S. P. Almeida, (Eds). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA-CPAC.
Oliveira, P. E. A. M. & P. G. Gibbs. 1994. Pollinations biology and breeding systems of six Vochysia species (Vochysiaceae) in Central Brazil. J. Trop. Ecol. 10: 509-522.
Oliveira, A. A. M., D. D. Costa, D. P. Salgado, I. O. Moura, K. A. Teixeira, L. L. Santos & S. M. M. Catein. 2002. Plano de gestão das unidades de conservação estaduais em Goiás – Proposta metodológica e executiva. Goiânia, Agência Ambiental de Goiás. (Documento do Departamento de Áreas Protegidas para a Gestão das Unidades de Conservação Estaduais.).
Radford, A. E., W.C. Dickson, J.R. Massey & C.R. Bell. 1974. Vascular plant systematics. New York, Harper & Row Publ, 891 p.
Renner, S. S. 1989. A survey of reproductive biology in Neotropical Melastomataceae and Memecylaceae. Ann. Missouri Bot.
Gard. 76: 496-518.
Romero, R & A. B, Martins. 2002. Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil. Rev. bras. Bot. 25: 19-24.
Santos, M. L. 1997. Biologia floral de duas espécies de Vochysiaceae em um Cerrado sobre afloramento basáltico em Araguari, MG. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília, Brasília, DF.
Santos, M. L. 2003. Florística e biologia reprodutiva de espécies de Melastomataceae no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas e Parque Estadual da Serra dos Pireneus, Goiás. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília, Brasília, DF.
Vieira, S. & R, Hoffmann. 1989. Estatística experimental. São Paulo, Editora Atlas, 190p.
Waller, D. M. 1993. The statics and dynamics of mating system evolution, p. 97-117. In: N.W. Thornhill (Ed.). The natural history of inbreeding and outbreeding. Theoretical and empirical perspectives. Chicago, University of Chicago Press.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O envio espontâneo de qualquer submissão implica automaticamente na cessão integral dos direitos patrimoniais à Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology (RBN), após a sua publicação. O(s) autor(es) concede(m) à RBN o direito de primeira publicação do seu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY-NC 4.0).
São garantidos ao(s) autor(es) os direitos autorais e morais de cada um dos artigos publicados pela RBN, sendo-lhe(s) permitido:
1. Uso do artigo e de seu conteúdo para fins de ensino e de pesquisa.
2. Divulgar o artigo e seu conteúdo desde que seja feito o link para o Artigo no website da RBN, sendo permitida sua divulgação em:
- redes fechadas de instituições (intranet).
- repositórios de acesso público.
3. Elaborar e divulgar obras derivadas do artigo e de seu conteúdo desde que citada a fonte original da publicação pela RBN.
4. Fazer cópias impresas em pequenas quantidades para uso pessoal.
