Efeito da sazonalidade hídrica sobre a fitossociologia de macrófitas aquáticas em uma lagoa no Pantanal, Brasil

Autores

  • Aline da Conceição Gomes
  • Camila Aoki Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v1i1.33966

Palavras-chave:

Áreas úmidas, hidrófitas, fitossociologia, profundidade

Resumo

Estudos sobre macrófitas aquáticas na região neotropical aumentaram nas últimas décadas, contudo ainda é reconhecida a necessidade de investigações relacionadas à dinâmica da distribuição dessas espécies no Pantanal. Este estudo teve como objetivo descrever a variação fitossociológica da comunidade de macrófitas aquáticas ao longo de um ano, em uma lagoa no Pantanal sul-mato-grossense, utilizando parcelas fixas e estimando parâmetros de cobertura, frequência e valor de importância. Foram registradas 21 espécies, distribuídas em 17 gêneros e 12 famílias. Cyperaceae foi a família mais rica e os gêneros mais ricos foram Eleocharis, seguido de Bacopa e Ludwigia. Salvinia auriculata destacou-se em frequência, cobertura e, consequentemente, em valor de importância na maior parte do tempo de estudo, contudo apresentou redução na cobertura durante os meses em que a profundidade média da lagoa diminuiu. Os resultados apontam para uma variação considerável na frequência e cobertura de algumas espécies ao longo do tempo, algumas delas significativamente correlacionadas com a flutuação do nível da água. Quanto à zonação, a maioria das espécies (69%) distribuiu-se desde locais mais rasos até os mais profundos, considerando o trecho estudado. Contudo, algumas espécies, principalmente emergentes quanto à forma de vida, estiveram restritas às áreas mais rasas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Camila Aoki, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Tem desenvolvido projetos na área de fenologia, interação planta-polinizador e dinâmica populacional de macrófitas aquáticas no Cerrado e Pantanal.

Referências

APG III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. The Linnean Society of London, Botanical Journal of the Linnean Society. 161: 105–121.

Brower, J.E. & J.H. ZAR. 1984. Field and laboratory methods for general ecology. Second edition. Wm. C. Brown, Dubuque, IA. 226p.

Camargo, A.F.M, M.M. Pezzato & G.G. Henry-Silva. 2003. Fatores limitantes à produção primária de macrófitas aquáticas. In: Thomaz, S.M. & L.M. Bini (Eds.). Ecologia e manejo de macrófitas aquáticas. Maringá: EDUEM. p. 59-83.

Castro, C.R.T. & R. Garcia. 1996. Competição entre plantas com ênfase no recurso luz. Ciênc. Rural. 26: 167-174.

Catian, G., F.M. Leme , A.F.N. Gonzaga, F.S. Carvalho, V.S. Galletti, A. Pott, V.J. Pott, E.S. Dias & G.A. Damasceno-Junior. 2012. Macrophyte structure in lotic-lentic habitats from Brazilian Pantanal. Oecol. Australis 16: 782-796.

Cunha, N.L., M. Delatorre, R.B. Rodrigues, C. Vidotto, F. Gonçalves, E. Scremin-Dias, G.A. Damasceno-Junior, V.J. Pott & A. Pott. 2012. Structure of aquatic vegetation of a large lake, western border of the Brazilian Pantanal. Braz. J. Bio. 72: 1-13.

Damasceno-Junior, G.A. & A. Pott. 2011. Métodos de amostragem em estudos fitossociológicos sugeridos para o Pantanal. pp. 295-323. In: Felfiti, J.M., P.V. Eisenlohr, M.M.R.F. Melo, L.A. Andrade & J.A.A. Meira-Neto (Orgs.). Fitossociologia no Brasil: Métodos e estudos de caso. Editora UFV, Viçosa, MG. v. 1. 558p.

Esteves, F.A. 1998. Fundamentos de Limnologia. 2 ed. Interciência, Rio de Janeiro. 602p.

Goetghebeur, P. 1998. Cyperaceae. In: KUBITZKI, K. (Ed.). The families and genera of vascular plants. Springer, Berlin. p. 141-190.

Hammer, Ø., D.A.T. Harper & D.R. Paul. 2001. Past: paleontological statistics software package for education and data analysis. Palaeontologia. Electronica. 4(1): 9pp. http:// palaeo-electronica.org/2001_1/past/past. pdf

Heckman, C.W. 1994. The seasonal succession of biotic communities in wetlands of the tropical wet-and-dry climatic zone: 1. Physical and chemical causes and biological effects in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Int. Rev. Ges. Hydrobiol. 79: 397-421.

Irgang, B.E., G. Pedralli & J.I. Waechter. 1984. Macrófitos aquáticos da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. Roessleria 6: 395-404.

Irgang, B.E. & C.V.S. Gastal JR. 1996. Macrófitas aquáticas da planície costeira do Rio Grande do Sul. UFRGS, Porto Alegre. 290p.

Köppen, W. 1948. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. Fondo de Cultura Econômica. México. 479p.

Kovach, W.L. 2004. Oriana for Windows, version 2.0. Kovach Computer Services, Pentraeth.

Lenh, C.R., M.L. Bueno, D.C.L. Kufner, E. Scremin-Dias, V.J. Pott & G.A. Damasceno Junior. 2011. Fitossociologia de macrófitas aquáticas associadas ao Rio Miranda, Pantanal, MS, Brasil. Revista Biologia Neotropical. 8(2): 23-31.

MISSOURI BOTANICAL GARDEN. 2014. Tropicos. Disponível em <http://www.tropicos. org>. Acesso em: 28 dez. 2014.

Pedralli, G.2003. Macrófitas aquáticas como bioindicadoras da qualidade da água: alternativas para usos múltipos de reservatórios. In: S.M., Thomaz, Bini, L.M. Ecologia e Manejo de Macrófitas Aquáticas. Maringá: UEM. 341 p.

Pivari, M.O., V.J. Pott & A. Pott. 2008. Macrófitas aquáticas de ilhas flutuantes (baceiros) nas sub-regiões do Abobral e Miranda, Brasil. Acta Bot. Bras. 22: 563-571.

Pott, V.J., N.C. Bueno, R.A.C. Pereira, S.M. Salis & N.L. Vieira. 1989. Distribuição de macrófitas aquáticas numa lagoa na fazenda Nhumirim, Nhecolândia, Pantanal, MS. Acta Bot. Bras. 3(supl.): 153-168.

Pott, V.J., A.C. Cervi, N.C. Bueno & A. Pott. 1999. Dinâmica da vegetação aquática de uma lagoa permanente da Fazenda Nhumirim, Pantanal da Nhecolândia, MS. In: Simpósio sobre recursos naturais e sócio-econômicos do Pantanal, manejo e conservação, 2., Corumbá, MS. Anais... Corumbá: Embrapa Pantanal. p. 227-235.

Pott, V.J. & A. Pott. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília. 404p.

Pott, V.J., A. Pott, L.C.P. Lima, S.N. Moreira & A.K.M. Oliveira. 2011. Aquatic macrophyte diversity of the Pantanal wetlandand upper basin. Braz. J. Bio. 71: 255-263.

Prado, A.L., C.W. Heckman & F.R. Martins. 1994. The seasonal succession of biotic communities in wetlands of the tropical wet-and-dry climatic zone: II. The aquatic macrophyte vegetation in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Int. Rev. Ges. Hydrobio. 79: 569-589.

Rebellato, L. & C. Nunes Da Cunha. 2005. Efeito do “fluxo sazonal mínimo da inundação” sobre a composição e estrutura de um campo inundável no Pantanal de Poconé, MT, Brasil. Acta Bot. Bras. 19: 789-799.

Rocha, C.G., U.M. Resende & J.S. Lugnani. 2007. Diversidade de macrófitas em ambientes aquáticos do IPPAN na Fazenda Santa Emília, Aquidauana, MS. Rev. Bras. Bioc. 5: 456-458.

Schiavo, J.A., M.G. Pereira, L.P.M. Miranda, A.H. Dias Neto & A. Fontana. 2010. Caracterização e classificação de solos desenvolvidos de arenitos da formação Aquidauana- MS. Rev. Bras. Ciência do Solo. 34: 881-889.

Silva, J.S.V. & M.M. Abdon. 1998. Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub-regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira. 33(n.especial): 1703-1711.

Souza, E.P. & S.R.O. Martins. 2010. Conflitos territoriais no entorno do Parque Natural Municipal da Lagoa Comprida em Aquidauana/MS. Percurso: Sociedade, Natureza Cultura. 11: 291-306.

Tosati, F.C. & S.M. Scheffer-Basso. 2007. Aspectos morfofisiológicos e bromatológicos do capim-torpedo (Panicum repens L., Poaceae). Biotemas. 20(3): 7-14.

Trevisan, R. & I.I. Boldrini. 2008. O gênero Eleocharis R. Br. (Cyperaceae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Rev. Bras. Bioc. 6: 7-67.

Wolff, G., L.R. Assis, G.C. Pereira, J.G. Carvalho & E.M. Castro. 2009. Efeitos da toxicidade do zinco em folhas de Salvinia auriculata cultivadas em solução nutritiva. Planta Daninha. 27: 133-137.

Downloads

Publicado

05-02-2016

Como Citar

GOMES, A. da C.; AOKI, C. Efeito da sazonalidade hídrica sobre a fitossociologia de macrófitas aquáticas em uma lagoa no Pantanal, Brasil. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 12, n. 1, p. 1–7, 2016. DOI: 10.5216/rbn.v1i1.33966. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/33966. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos