Regeneração natural e relações ecológicas com o estrato arbóreo em um fragmento urbano de floresta atlântica
DOI:
https://doi.org/10.5216/rbn.v1i1.25454Palavras-chave:
Diversidade, espécies exóticas, fitossociologia, floresta urbana, regeneraçãoResumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a estrutura, a diversidade e as relações florísticas entre os estratos arbóreo e regenerante de um fragmento de floresta estacional semidecidual no Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (mata do ICB), MG. Trata-se de um pequeno fragmento florestal (ca. 1,5 ha) oriundo de regeneração natural após abandono de pastagem bovina há 40 anos atrás. Ao todo, foram amostrados 920 indivíduos no estrato arbóreo (1.533 ind.ha-1, 48 espécies), e 487 indivíduos no estrato regenerante (12.986 ind.ha-1, 45 espécies). Das espécies mais importantes, destaque para as exóticas Pinus elliottii no estrato arbóreo (VI = 15,9%) e Syzygium jambos no estrato regenerante (VI = 22,05%). Os índices de diversidade de Shannon (H’) foram baixos e estatisticamente diferentes (teste t de H’) entre os estratos (H’ = 2,84 nats.ind-1 no estrato arbóreo e H’ = 2,65 nats.ind-1 no regenerante). A DCA mostrou uma grande dissimilaridade florística entre as parcelas dos estratos arbóreo e regenerante, indicando uma substituição de espécies em longo prazo. Entretanto, a baixa diversidade, mesmo após 40 anos de sucessão, revela que a comunidade apresenta uma dinâmica sucessional com dificuldades de incorporar espécies localmente raras e avançar para estágios mais maduros.
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