Os sons do outro lado
um olhar para a obra silenciosa de John Cage a partir da Ecologia Sonora, da hibridação e do musicking
DOI:
https://doi.org/10.5216/mh.v20.62005Keywords:
Música; Silêncio; Ecologia Sonora; Hibridação; Musicking, Educação da escuta.Abstract
Partindo das reflexões a respeito da obra 4’33”, de Cage, discute-se as implicações do uso do silêncio na música, suas reverberações em relação ao conceito de obra, da música erudita ocidental, e seu potencial para o enfrentamento do problema do excesso de ruídos na contemporaneidade. A discussão é feita a partir das ideias de Cage, do conceito de hibridação, de Canclini, da Ecologia Sonora, de Schafer, e do conceito de musicking, de Small. Verifica-se que o excesso de ruídos na vida atual apresenta uma relação próxima com os interesses econômicos vigentes e tem como uma de suas causas a sobrevivência do mito do progresso e sua materialização no fetiche da tecnologia, na neofilia e no uso do som como violência simbólica. Conclui-se que a abordagem do silêncio a partir das concepções de Cage, Schafer e Small oferece uma perspectiva ampla para a educação da escuta por meio da adoção de uma compreensão do som como um fenômeno emancipado e integrado ao contexto da vida como um todo.
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