PENSAMENTO MODERNO E NORMALIZAÇÃO DA SOCIEDADE

Autores

  • José Ternes

DOI:

https://doi.org/10.5216/ia.v32i1.1394

Resumo

Pretende-se fazer uma breve análise do espaço epistemológico aberto, na cultura ocidental a partir do começo do século XIX, e que mereceu de autores como Gaston Bachelard e Michel Foucault a denominação de pensamento moderno. Um acontecimento somente possível pela ruptura com o Cogito clássico que alimentara pretensões excessivamente universalistas, dogmáticas, reduzindo o conhecimento a uma dimensão meramente extensiva, apenas representação da realidade. A modernidade elimina essa relação de xterioridade entre sujeito e objeto, fazendo do saber um acontecimento de essencial historicidade, em que sujeito e objeto estreitam relações, em que saber, como bem assinala Maturana, é sempre ponto de vista do observador, o que significa relativização, dispersão, temporalização de nossas verdades. Mas a modernidade oferece-nos outra surpresa: o compromisso do sujeito no ato de conhecer significa, também, comprometimento. Observamos, com efeito, um processo de assujeitamento do homem moderno. Os novos saberes vão além da tarefa clássica de representação da realidade. Não se trata apenas de investigar. Urge examinar. O exame é um procedimento novo na história ocidental. Perigoso, também, pois toma para si o destino dos indivíduos. Conhecer é, hoje, normalizar.

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Publicado

2007-12-04

Como Citar

TERNES, J. PENSAMENTO MODERNO E NORMALIZAÇÃO DA SOCIEDADE. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 32, n. 1, p. 47–67, 2007. DOI: 10.5216/ia.v32i1.1394. Disponível em: https://revistas.ufg.br/interacao/article/view/1394. Acesso em: 3 out. 2024.