A formação de professores e orientadores educacionais desenvolvida pela Comissão Brasileiro-Americana (CBAI) para o ensino industrial no Brasil (1946-1963)

Autores

  • Mario Lopes Amorim Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5216/hr.v27i1.74290

Palavras-chave:

CBAI, ensino industrial, racionalização científica

Resumo

Esse artigo tem por objetivo analisar as prescrições definidas pela Comissão Brasileiro-Americana de Educação Industrial (CBAI) na formação de professores e orientadores educacionais para o ensino industrial no Brasil, durante o período em que programa de cooperação atuou no país, entre 1946 e 1963. O conjunto de práticas pedagógicas precisadas pela CBAI tinha por base a denominada Racionalização Científica, inspirada na realidade do trabalho fabril e adaptado para o ambiente escolar. Utilizou-se como fonte de pesquisa o Boletim da CBAI, publicação do referido programa sobre a concepção de ensino e sobre a atuação da referida Comissão, com o fito de compreender a importância que a CBAI conferia ao ensino industrial como condição para o desenvolvimento econômico, e como tal entendimento se entrelaçava com as práticas formativas efetivadas. Conclui-se pela influência do americanismo como diretiva na formação docente e de orientadores para o ensino industrial, responsáveis que seriam pela conformação da força de trabalho de nível técnico para a indústria brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mario Lopes Amorim, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2004) e pós-doutorado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (2010). Atualmente é professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Referências

AMORIM, M. L. Exigência para o desenvolvimento das nossas indústrias: o ensino técnico no contexto da lei orgânica do ensino industrial. História da Educação, Porto Alegre, v. 17, p. 123-138, 2013.

BERMAN, E. Conceitos fundamentais do ensino industrial. Boletim da CBAI. Rio de Janeiro, v. IX, n. 8, p. 1455-1458, ago. 1955.

BRASIL. MEC. INEP. A educação nas mensagens presidenciais (1890-1986). Brasília: INEP, 1987. 2v.

CINQUENTENÁRIO da criação do ensino profissional federal – reunião em Volta Redonda. Boletim da CBAI. Curitiba, v. XIII, n. 7, p. 7, jul/ago. 1959.

CURSO para treinamento de orientadores. Boletim da CBAI. Rio de Janeiro, v. IX, n. 3, p. 1386-1388, mar. 1955.

CURSOS noturnos. Boletim da CBAI. Curitiba, v. XIV, n. 5-6, p. 3-4, jul/ago. 1960.

DURAND, C. A ideologia tecnocrática na organização do trabalho. In: PIMENTEL, Duarte et al. Sociologia do trabalho: organização do trabalho industrial. Lisboa: A Regra do Jogo, 1985.

ENCERRAMENTO do segundo Curso de Treinamento de Professores. Boletim da CBAI. Curitiba, v. XII, n. 3, p. 9-11, dez. 1958.

FONSECA, C. S. História do ensino industrial no Brasil. Rio de Janeiro: Nacional, 1961. 2 v.

IRMÃOS maristas em visita ao Centro de Pesquisas e Treinamento de Professores. Boletim da CBAI. Curitiba, v. XV, n. 5, p. 16, jul. 1961.

KRUSZYNA, S. O professor e o programa de orientação. Boletim da CBAI. Rio de Janeiro, v. VIII, n. 3, p. 1207-1208, mar. 1954.

MONTOJOS, F. Ensino industrial. RJ: MES/CBAI, 1949.

MONTOJOS, F. O ensino industrial. Boletim da CBAI. Rio de Janeiro, v. X, n. 3, p. 1568-1570, mar. 1956.

MOREIRA, M. A. Metodologia da pesquisa em ensino. São Paulo: Livraria da Física, 2011.

MUCHAIL, S. T. O lugar das instituições na sociedade disciplinar. In: RIBEIRO, Renato Janine (org.). Recordar Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1985.

NÓVOA, A. A imprensa de educação e ensino: concepção e organização do repertório português. In: CATANI, Denice Bárbara; BASTOS, Maria Helena Camara (orgs.). Educação em revista: a imprensa periódica e a história da educação. São Paulo: Escrituras, 1997.

OBJETIVOS das disciplinas do curso de formação. Boletim da CBAI. Curitiba, v. XIV, n. 2, p. 12-14, abr. 1960.

PAGANO, M. Princípios e técnica de racionalização industrial. São Paulo: Cruzeiro do Sul, 1942.

PIMENTA, S. G. Orientação vocacional e decisão: estudo crítico da situação no Brasil. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1981.

RAGO, L. M.; MOREIRA, E. F. P. O que é taylorismo. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.

RIBEIRO, A. G. O lugar da orientação educacional e profissional no ensino industrial. Boletim da CBAI. Rio de Janeiro, v. VIII, n. 5/6, p. 1246, mai/jun. 1954.

RODRIGUES, J. O moderno príncipe industrial: o pensamento pedagógico da Confederação Nacional da Indústria. Campinas: Autores Associados, 1998.

SEMINÁRIO de diretores. Boletim da CBAI. Curitiba, v. XIII, n. 2, p. 1, fev. 1959.

TOTA, A. P. O imperialismo sedutor. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

VIANA, A. C. Orientação educacional e profissional (primeiro ponto de um programa de Educação Industrial). Boletim da CBAI. Rio de Janeiro, v. IX, n. 3, p. 1384-1385, mar. 1955.

WEINSTEIN, B. (Re)formação da classe trabalhadora no Brasil (1920-1964). São Paulo: Cortez/CDAPH-IFAN-USF, 2000.

WINWARD, V. Importância do ensino profissional na educação e na cultura. Boletim da CBAI, Rio de Janeiro, v. IX, n. 1, p. 1342-1343, jan. 1955.

Downloads

Publicado

2023-05-30

Como Citar

LOPES AMORIM, M. A formação de professores e orientadores educacionais desenvolvida pela Comissão Brasileiro-Americana (CBAI) para o ensino industrial no Brasil (1946-1963). História Revista, Goiânia, v. 27, n. 1, p. 244–258, 2023. DOI: 10.5216/hr.v27i1.74290. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/74290. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: História, trabalho e cidadania