Chamada de Artigos
- Vol. 28, n. 1 (jan./abr. 2023)
DOSSIÊ: HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS, DA SAÚDE E DAS DOENÇAS
Organizadores:
Iranilson Buriti de Oliveira - UFCG
Azemar dos Santos Soares Jr. - UFRN
Este dossiê tem como objetivo fomentar um espaço de diálogo entre os pesquisadores que tenham interesse em problematizar a história das ciências, da saúde e das doenças, compreendendo as interseções entre saberes e práticas, entre aprendizado e experiências. Compreende-se o tema da história das ciências, da saúde e das doenças como constituinte de estratégias políticas, administrativas e educativas, acionadas em vários países da América e da Europa, a partir do século XVIII, para a elaboração de identidades nacionais, produção de riquezas, gestão de espaços, controle das populações e mercadorias. Portanto, este dossiê permite o encontro de pesquisadores que compreendem e narram o discurso científico como elemento educativo e formador de novos gestos, novas práticas, novas sensibilidades culturais e sociais. Some-se a isto a apresentação de trabalhos que busquem analisar os “espaços” produzidos pelos discursos e práticas científicos como ao mesmo tempo formadores e divulgadores dos saberes, como os hospitais, as clínicas, as instituições de ensino, as igrejas, os jardins, os museus e a imprensa; as práticas populares de cura e as doenças nas formas pandêmicas, epidêmicas e/ou endêmicas.
Palavras-chave: ciências, saúde, doença e identidade
Prazo de submissão: 15 de fevereiro de 2023.
- Vol. 27, n. 3 (set./dez. 2022)
DOSSIÊ: ESTÉTICA, EDUCAÇÃO E INTERCULTURALIDADE: PERSPECTIVAS DECOLONIAIS EM DEBATE
Coordenadoras:
- Luciana Leite da Silva (Universidade Federal de Catalão)
- Patrícia Emanuelle Nascimento (Universidade Federal de Uberlândia)
Os estudos acerca da interculturalidade crítica se desenvolvem em torno das maneiras de ver e ler o mundo, pensar e estruturar saberes e práticas de produção de conhecimento que apresentem contrapontos e/ou relações de complementaridade ao conhecimento ocidental. Nessa perspectiva, consideram a decolonialidade como elemento que compõe a tríade, modernidade/colonialidade/decolonialidade e que permite pensar o outro a partir de suas próprias experiências e visões de mundo, com posicionamentos que foram subalternizados ao longo do tempo e invisibilizados por formas e processos de dominação colonial. Críticas propostas por pensadores do grupo modernidade/ colonialidade/ decolonialidade, a exemplo de movimentos indígenas e afrodescendentes, identificam e reivindicam novas formas de interpretação de documentos, eventos históricos, concepções estéticas e práticas pedagógicas que consideram a interculturalidade, em sua forma crítica, e se desdobram em bases epistemológicas evidenciando matrizes curriculares interculturais e interepistêmicas. Sob essa perspectiva, o dossiê objetiva reunir discussões que lidem com a temática da decolonialidade e interculturalidade a partir de debates sobre as pedagogias decoloniais, estudos sobre linguagens artísticas em tradução intercultural ou mesmo investigações que situem e revisem em suas concepções teórico metodológicas o pensamento e o agir decolonial. Na concepção das proposições levantadas sobre as epistemologias do sul, pretende atrair pesquisas que tratem seu corpo documental na mirada da desobediência epistêmica, incluindo, a partir delas, os processos conflituosos e complexos das apropriações e interações interculturais.
Prazo de entrega: 30 de outubro de 2022
- Vol. 27, n. 2 (mai./ago. 2022)
DOSSIÊ: História, trabalho e cidadania
Coordenadores:
Francisco das Chagas Souza - Instituto Federal do Rio Grande do Norte
José António Martin Moreno Afonso - Universidade do Minho
Renato Marinho - Instituto Federal do Rio Grande do Norte
email: renato.marinho@ifrn.edu.br
Resumo:
O trabalho, numa perspectiva histórica, pode ser analisado em sua dimensão social, econômica e/ou cultural, mas também como ato técnico, com valorização econômica e inscrito numa organização social. Variados são os sentidos dados ao trabalho em distintos tempos, espaços e sociedades. Pela narrativa bíblica, “em todo trabalho há proveito”; no portão do campo de concentração de Auschwitz, judeus, negros, ciganos e homossexuais deparavam-se com a frase atroz “o trabalho liberta”. Na perspectiva marxista, o trabalho é visto como elemento de exploração e acumulação de riqueza por parte dos que detêm o capital, associado a um processo de alienação dos operários. Por diferentes olhares, do marxismo à história cultural, o trabalho é também entendido e interpretado como elemento constituinte de identidades coletivas e individuais, experiência sensorial e corporal, ou seja como vetor cardinal de socialização e integração social, estando sempre implícita nessas construções identitárias as variadas noções de cidadania. Na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, as Workhouses visavam educar pelo trabalho – trabalho forçado – com o argumento de transformar em cidadãos o que a legislação vigente definia como vadios. No Brasil do início do século XX, pós-abolição e proclamação da República, o educar pelo/para o trabalho era visto também, pelos grupos dirigentes, como caminho para transformar uma massa de homens tendentes ao mundo dos vícios, dos crimes e da vadiagem em cidadãos úteis à nação. No contexto de uma história global e conectada, é cada vez mais urgente encontrar as dimensões que permitam compreender a inserção do trabalho enquanto suporte dos direitos, realização pessoal, meio de produção e questão social crucial para os equilíbrios dos Estados modernos.
Diante do exposto, convidamos pesquisadores e pesquisadoras a enviarem manuscritos destinados à discussão de temas como trabalho e lutas sociais; instituições educativas dedicadas à formação para o trabalho; trabalho e educação; trabalhadores e suas organizações coletivas; trabalho e cultura; trabalho e identidades; memórias de trabalhadores, entre outros temas relacionados aos apresentados.
Prazo de submissão: 31 de agosto de 2022.