Filosofia da oralidade: saberes transatlânticos na educação
DOI:
https://doi.org/10.5216/rp.v35i1.82494Resumen
Este artigo apresenta a tradição oral a partir da exposição de Amadou Hampaté Bâ (2003; 2010) como fundamento da reflexão da filosofia da oralidade proposta por Paula Junior (2019; 2020; 2022) para pensar processos de preservação e transmissão de epistemologias de matriz africana no continente africano e na diáspora. Aspectos como a própria oralidade, a ancestralidade, a corporeidade, a espiritualidade e a comunidade foram mantidos em corpos negros transatlânticos, mesmo com as agruras da escravidão moderna, como salienta Maria Antonieta Antonacci (2014). Estes traços foram preservados no vasto universo cultural afro-brasileiro distribuído de norte a sul do Brasil e são transmitidos em espaços sociais, culturais e educativos que podem ser pensados como espaços quilombolas de resistência distribuídos em diferentes localidades, entre elas os espaços urbanos. Estes saberes e o seu modelo de transmissão pautado na oralidade apresentam uma metodologia educativa que pode contribuir para a educação escolar ampliando as possibilidades de aplicação da Lei Federal n.11.645/2008 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena na educação. Esta análise demonstra a sua eficácia na própria historicidade da presença negra no Brasil com a preservação de suas culturas e modos de resistir ao período escravista e a resiliência nas lutas por direitos de cidadania. Estabelece no horizonte da filosofia africana de matriz bantu uma ética de convivialidade em que as diferenças são valorizadas e ampliam as possibilidades do conhecimento.
Palavras-chave: tradição, oralidade, filosofia, educação, cultura.
Descargas
Descargas
Publicado
Versiones
- 2025-11-07 (2)
- 2025-11-04 (1)