Crianças pequenas na escola: contradições e potencialidades
DOI:
https://doi.org/10.5216/rp.v32i2.70895Resumo
Na sociedade capitalista contemporânea a atividade social da criança pequena encontra-se largamente situada no interior de instituições de educação infantil. Este artigo recupera as origens e o desenvolvimento histórico das instituições de educação infantil, analisando as necessidades societárias concretas em função das quais essa prática social se instituiu e institucionalizou-se. Nesse percurso, evidencia que a consolidação da educação infantil como prática institucional respondeu historicamente a motivações extrínsecas, essencialmente econômicas e ideológicas, ao mesmo tempo que abriu a possibilidade histórica de converter em objeto de pesquisa e debate social as melhores condições possíveis para o desenvolvimento e a educação da criança pequena. Refletir sobre a escola de educação infantil como conquista histórica que, embora não isenta de contradições, contém a potencialidade de enriquecer a formação humana da criança, é a proposta desse ensaio, que problematiza as concepções de desenvolvimento infantil e de criança subjacentes aos projetos historicamente em disputa para etapa educacional. A aposta no ensino desenvolvente é o caminho que se indica como potencialidade de a escola de educação infantil constituir-se como espaço de atividades significativas e formativas para as crianças até os cinco anos de idade.