A inscrição de Uma carta tão longa, de Mariama Bâ, em dois sistemas culturais
DOI:
https://doi.org/10.5216/sig.v37.79738Palavras-chave:
Uma carta tão longa, hipocultura, hipercultura, voz narrativa, personagensResumo
Este estudo examina o romance Uma carta tão longa, de Mariama Bâ, sob o prisma de sua inscrição nos dois sistemas culturais presentes em Dakar, Senegal, à época da tessitura da narrativa (1979), a saber: a hiper e a hipocultura. A fim de demonstrar essa inscrição nos dois sistemas culturais, analisamos a instauração da voz narrativa, bem como a composição de personagens femininas importantes para o desenrolar da intriga. O estudo permitiu a conclusão de que as tensões experimentadas no contexto do Senegal pós-independência encontram-se incrustadas no texto de Bâ nessas duas categorias narratológicas. Essa investigação baseou-se em trabalhos de Diop (1993), Dia (2003), entre outros.
Downloads
Referências
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. Trad. de Cristina Baum. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
BÂ, Mariama. Uma carta tão longa. Trad. de Marina Bueno de Carvalho. São Paulo: Jandaíra, 2023.
BENJAMIN, Walter. O contador de histórias: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. O contador de histórias e outros textos. Trad. de Patrícia Lavelle. São Paulo: Editora Hedra, 2020. p. 19-57.
BOURDIEU, Pierre. La paysannerie: une classe objet. Actes de la recherche en sciences sociales, Paris, v. 17/18, n. 15, p. 2-5, 1977. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/arss_0335-5322_1977_num_17_1_2572. Acesso em: 20 abr. 2024.
BOYE, Marième Diop. L’image de la famille chez trois romancières sénégalaises : Mariama Bâ (Une si longue lettre), Mame Younousse Dieng (L’ombre de feu), Aminata Maïga Ka (Le miroir de la vie). 2006. 110 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculté de Lettres et Sciences Humaines, Université Cheikh Anta Diop, Dakar, 2006.
CARBOU, Florence. La polygamie et la condition féminine chez Mariama Bâ. 1994. 115 f. Dissertação (Mestrado em Literatura) – Faculté de Lettres, Université Charles de Gaulle, Lille, 1994.
CHAUDEMANCHE, Alice. Du tableau noir au papier: Ijjib volof (1959) et Kàddu (1971-1978), deux instruments de la lutte par la langue. Revue d’histoire Contemporaine De l’Afrique, [s. l.], n. 4, p. 49-63, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.51185/journals/rhca.2023.0404. Acesso em: 31 maio 2025.
DIA, Ousmane. Entre tradition et modernité: le romanesque épistolaire d’Une si longue lettre. Critaoi, Dakar, v. 1, n. 1, p. 1-16, 2003.
DIALLO, Khadidiatou. Problèmes sociaux et création littéraire dans l’oeuvre de Mariama Bâ. 2000. 117 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculté de Lettres et Sciences Humaines, Université Cheikh Anta Diop, Dakar, 2000.
DIOP, Papa Samba. Une si longue lettre genre narratif à double enracinement culturel. Francofonía, Cádiz, v. 2, n. 2. p. 71-114, 1993. Disponível em: https://rodin.uca.es/xmlui/handle/10498/8142. Acesso em: 08 jun. 2020.
GACOIN-MARKS, Florence. Ambigüités génériques dans une si longue lettre de Mariama Bâ. Acta neophilologica, Ljubljana, v. 42, n. 1/2, p. 187- 195, 2009. Disponível em: http://www.dlib.si/?URN=URN:NBN:SI:DOCY9FZTHF9. Acesso em: 18 maio 2024.
GIGUÈRE, Caroline. Fonctions de l’épistolaire chez Mariama Bâ: genre de la négociation, négociation du genre. Postures, Montréal, n. 5, dossier: Voix de femmes de la francophonie, p. 18-28, 2003. Disponível em: http://revuepostures.com/fr/articles/giguere-5. Acesso em: 17 maio 2024.
KA, Maïmouna. Femmes et polygamie chez Mariama Bâ et Ken Bugul: les exemples d’Une si longue lettre et de Riwan ou le chemin de sable. 2007. 125 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculté de Lettres et Sciences Humaines, Université Cheikh Anta Diop, Dakar, 2007.
KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: o retorno do autor e a virada etnográfica. Rio de Janeiro: 7letras, 2012.
L’ARBRE À PALABRES. In: Linternaute, Dictionnaire français. Paris: CCM Benchmark Group, Le figaro, 2024. Disponível em: https://www.linternaute.fr/expression/langue-francaise/15053/arbre-a-palabres/. Acesso em: 11 jun. 2024.
MATA, Inocência. As estórias de Luuanda como ‘fábulas angolanas’: entre disjunções e confluências. Diacrítica, Braga, v. 28, n. 3, p. 31-50, 2014.
NDIAYE, Mame Coumba. Mariama Bâ ou les allées d’un destin. Dakar: NEAS, 2007.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Trad. de Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
TULEKIAN, Isabelle; ÁLVARES, Luísa. Senghor e Portugal: conferência proferida por Jean-René Bourrel na Fundação Portugal-África, Porto, a 30 de março de 2006. Polissema – Revista de Letras do ISCAP, [s. l.], v. 1, n. 7, p. 281-294, 2019. Disponível em: https://parc.ipp.pt/index.php/Polissema/article/view/3311. Acesso em: 26 maio 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Alexandra Almeida de Oliveira, Goiandira Ortiz de Camargo, Philippe Humblé

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autoras(es) autorizam a Signótica a publicar artigo, caso seja aceito, firmando sua contribuição como original e não submetida a outra editora para publicação. Em caso de aceite e publicação, artigos da Signótica possuem licença Creative Comons CC-BY.



1.png)




