EDUCAÇÃO, REPRESSÃO E PRINCÍPIO DO PRAZER

Autores

  • Lenildes Ribeiro Silva

DOI:

https://doi.org/10.5216/ia.v32i1.1402

Resumo

Este texto objetiva explicitar uma reflexão sobre alguns pontos da teoria freudiana e do pensamento de Adorno, destacando-se a repressão dos instintos necessária ao processo civilizatório em contraposição à identificação do indivíduo com a realidade exterior e as promessas de satisfação ressaltadas pela sociedade capitalista. Nesse sentido a escolarização se distancia do sentido educativo que, para Freud, compreende repressão e sofrimento resultantes da tensão entre Eros e Morte, e, conforme Adorno ressalta, pressupõe resistência constituindo um ego forte, autônomo. A educação hoje, e especificamente a escola, se apresenta adequada ao princípio do prazer imanente a essa sociedade imediatista, no que tende a se contrapor à angústia e ao sofrimento conseqüentes do processo de repressão dos instintos essenciais à civilização. Pautada numa pseudo liberdade, a escola se faz repressora e utoritária à medida que contribui para a formação de um indivíduo adaptado, identificado com as bases da sociedade capitalista dominadora, individualista, contra as quais os esforços de uma educação que prima pela humanidade deveriam se direcionar no sentido da não aceitação e da resistência. Um projeto educativo humanizador e civilizador deve estar ligada à repressão racionalizada, fundamental à sobrevivência do indivíduo e da própria civilização.

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Publicado

2007-12-04

Como Citar

SILVA, L. R. EDUCAÇÃO, REPRESSÃO E PRINCÍPIO DO PRAZER. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 32, n. 1, p. 111–125, 2007. DOI: 10.5216/ia.v32i1.1402. Disponível em: https://revistas.ufg.br/interacao/article/view/1402. Acesso em: 19 nov. 2024.