Religião, educação tradicional Bóe-Bororo e educação escolar indígena

análise a partir do método transpermanência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/hr.v26i2.68633

Resumo

Este artigo tem por objeto as transpermanências que vem se processando na religião e religiosidade Bóe-Bororo. Estudou-se as comunidades das aldeias indígenas Korogedo Páru e Tadarimana, localizadas em Mato Grosso, no período entre 1990 e 2020. A problemática versa sobre uma tensão geracional existente, cujo foco escolhido foi sobre a religião e a religiosidade autóctone com envolvimento das educações étnica e interétnica. O objetivo é descrever as mutações e permanências no Modo de Existir Bóe-Bororo, que estão gerando tais tensões. Buscou-se identificá-las, compreendê-las e analisá-las no contexto histórico atual. A metodologia empregada foi a abordagem etnohistória e antropológica denominada transpermanência. Empregou-se como instrumentos de pesquisa depoimentos e consultas bibliográficas. O resultado conduziu à análise do processo educacional étnico e interétnico, visto que a essência da cosmologia dessa etnia reside nos bakárus. Deles emanam sua organização social e ideologia e, portanto, a religiosidade e a educação étnica dos Bóe-Bororo.   

Palavras chaves – Religião, Educação, Sociedade Indígena.

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Biografia do Autor

Paulo Augusto Mario Isaac, Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis, Mato Grosso, Brasil, pauloisaac779@gmail.com

Possui doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.  Atualmente é professor aposentado pela Universidade Federal de Mato Grosso.

Benedito Pereira Junior Bakorokarw, UNEMAT - Universidade Estadual de Mato Grosso

Benedito Pereira Junior Bakorokarw, mestrando em Educação Indígena pela Universidade Estadual de Mato Grosso, professor indígena e cacique da Aldeia Korogedo Páru - T. I. Bóe-Bororo Tereza Cristina, Mato Grosso.

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Publicado

2021-11-04

Como Citar

ISAAC, P. A. M. .; PEREIRA JUNIOR, B. . Religião, educação tradicional Bóe-Bororo e educação escolar indígena : análise a partir do método transpermanência . História Revista, Goiânia, v. 26, n. 2, p. 300–321, 2021. DOI: 10.5216/hr.v26i2.68633. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/68633. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê "Cultura e barbárie: o mundo em tempos extremos"