Morfologia de frutos e sementes e desenvolvimento pós-seminal de Dyckia goehringii Gross & Rauh (Bromeliaceae)
DOI:
https://doi.org/10.5216/rbn.v6i1.12626Palavras-chave:
Cerrado, germinação, plântulaResumo
O conhecimento da morfologia das estruturas reprodutivas e das plântulas das Bromeliaceae amplia o entendimento de suas estratégias reprodutivas. Neste trabalho, objetivou-se descrever a morfologia de frutos e sementes e o desenvolvimento pós-seminal das plântulas de Dyckia goehringiiGross & Rauh (Bromeliaceae). Seus frutos são cápsulas loculicidas polispérmicas, enquanto as sementes são elipsóides, com tegumentos que envolvem o endosperma amiláceo, que contém um pequeno embrião. Durante a emergência criptocotiledonar-epigeal, o cotilédone mantém-se internamente na semente com função haustorial. O processo de germinação, considerado como a protrusão da bainha cotiledonar, ocorreu entre o quarto e quinto dias após as sementes serem colocadas para germinar (DAI). A partir da base da bainha cotiledonar originaram-se os pelos radiculares (6 DAI) e as raízes primária (8 DAI) e adventícias. A primeira folha surgiu através de uma fenda na bainha cotiledonar aos 7 DAI e a segunda folha, aos 8 DAI. Os resultados aqui descritos permitem o entendimento da estrutura organizacional dos frutos, do processo de germinação, do desenvolvimento pós-seminal das plântulas e da duração de cada fase. Essas informações são importantes para testes de germinação, classificação do vigor de plântulas e entendimento da ecologia reprodutiva da espécie.
Downloads
Referências
Aguiar, L. M. S., R. B. Machado & J. Marinho-Filho. 2004. A diversidade biológica do Cerrado, p. 17-40. In: L. M. S. Aguiar & A. J. A. Camargo (Eds), Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina, Embrapa Cerrados.
Almeida, S. P. 1998. Cerrado: aproveitamento alimentar. Embrapa-CPAC, Planaltina, 188 p.
Anacleto, A. 2005. Germinação de sementes e desenvolvimento de brotos de Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. (Bromeliaceae): subsídios à produção e extrativismo sustentável. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Angely, J. 1959. Dicionário de botânica. Instituto Paranaense de Botânica, Curitiba, 403 p.
Aoyama, E. M. & M. G. Sajo. 2003. Estrutura foliar de Aechmea Ruiz & Pav. subgênero Lamprococcus (Beer) Baker e espécies relacionadas (Bromeliaceae). Rev. Bras. Bot. 26: 461-473.
Barroso, G. M., M. P. Morim, A. L. Peixoto & C. L. F. Ichaso. 1999. Frutos e sementes: morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 443 p.
Beltrati, C. M. & A. A. S. Paoli. 2006. Semente, p. 399-424. In: Apezzato-da-Glória, B. & S. M. Carmello-Guerreiro (Eds), Anatomia vegetal. Viçosa, Editora UFV.
Benzing, D. H. 2000. Bromeliaceae: profile of an adaptive radiation. Cambridge, Cambridge University Press, 693 p.
Bewley, D. & M. Black. 1986. Seeds: physiology of development and germination. Plenum Press, New York, 367 p.
Brandão, M., P. G. S. Carvalho & G. Jesué. 1992. Guia ilustrado de plantas do cerrado de Minas Gerais. Cemig/Superintendência de Comunicação Social e Representação, Belo Horizonte.
Brasil. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. 1992. Regras para análise de sementes. Brasília, DF, SNDA/DNDV/ CLAV, 365 p.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. 2008. Instrução Normativa no 6, de 23 de setembro de 2008. Lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção. Brasília, DF.
Braum, P. J. & E. E. Pereira. 2004. Zur klärung der herkunft von Dyckia goehringii E. Gross & Rauh. Die Bromelie. 3: 64-65.
Carneiro, M. F., I. F. Carneiro, C. B. Leite Júnior, M. M. Souza, T. V. Ramos, S. A. Oliveira & R. A. Pacheco. 2007. Caracterização e aproveitamento ornamental de espécies da família Bromeliaceae do estado de Goiás, p. 121-147. In: Prêmio CREA Goiás de Meio Ambiente: Compêndio dos trabalhos premiados. Goiânia, CREA.
Cavallari, M. M. 2004. Estrutura genética de populações de Encholirium (Bromeliaceae) e implicações para sua conservação. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, Piracicaba.
Duarte, E. F. 2007. Caracterização, qualidade fisiológica de sementes e crescimento inicial de Dyckia goehringii Gross & Rauh, bromélia nativa do Cerrado. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Goiás, Goiânia.
Esau, K. 2000. Anatomia das plantas com sementes. Trad. B. L. Morretes. 15. reimpr. Edgard Blüncher, São Paulo, 293 p.
Felfili, J. M., J. F. Ribeiro, H. C. Borges Filho & A. T. Vale. 2004. Potencial econômico da biodiversidade do Cerrado: estádio atual e possibilidades de manejo sustentável dos recursos da flora, p. 177-220. In: L. M. S. Aguiar & A. J. A. Camargo (Eds), Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina, Embrapa Cerrados.
Fenner, M. 1993. Seed ecology. Chapman & Hall, London, 151 p.
Forzza, R. C. & M. G. L. Wanderley. 1998. Considerações sobre a morfologia polínica em Dyckia, Encholirium e Pitcairnia. Brom. 5: 50-53.
Groth, D. & O. H. T. Liberal. 1988. Catálogo de identificação de sementes. Fundação Cargill, Campinas, 182 p.
Hmeljevski, K. V., A. Reis, M. S. Reis, J. M. Rogalski, C. Daltrini Neto & M. Lenzi. 2007. Resultados preliminares da biologia reprodutiva de Dyckia ibiramensis Reiz (Bromeliaceae): uma espécie rara e endêmica de Santa Catarina. Rev. Bras. Bioc. 5: 267-269.
Judd, W. S., C. S. Campbell, E. A. Kellogg & P. F. Stevens. 1999. Plant systematics: a phylogenetic approach. Sinauer Associates, Sunderland.
Kraus, J. E. & M. Arduim. 1997. Manual básico de métodos em morfologia vegetal. EDUR, Rio de Janeiro, 198 p.
Leme, E. M. C. & L. C. Marigo. 1993. Bromélias na natureza. Marigo Comunicação Visual, Rio de Janeiro, 183 p.
Mantovani, A. & R. R. Iglesias. 2005. Quando aparece a primeira escama? Estudo comparativo sobre o surgimento de escamas de absorção em três espécies de bromélias terrestres de restinga. Rodriguésia 56: 73-84.
Miranda, Z. J. G. & A. L. C. Miranda. 2004. Las especies suculentas del género Dyckia (Pitcairnioideae-Bromeliaceae) del Cerrado brasileño I: Dyckia braunii Rauh. Rev. Circ. Col. Cactus y Crasas Rep. Arg. 3: 32-38.
Oliveira, E. C. 1988. Morfologia de plântulas, p. 15-24. In: F. C. M. Piña-Rodrigues (Coord), Manual de análise de sementes florestais. Campinas, Fundação Cargill.
Paula, C. C. 2000. Cultivo de bromélias. Aprenda Fácil, Viçosa, 140 p.
Pereira, T. S. 1988. Bromelioideae (Bromeliaceae): morfologia do desenvolvimento pós-seminal de algumas espécies. Arq. Jard. Bot. Rio de Janeiro 29: 115-154.
Pita, P. B. & N. L. Menezes. 2002. Anatomia da raiz de espécies de Dyckia Schult. e Encholirium Mart. ex Schult. & Schult. f. (Bromeliaceae, Pitcairnioideae) da Serra do Cipó (Minas Gerais, Brasil), com especial referência ao velame. Rev. Bras. Bot. 25: 25-34.
Proença, S. L. & M. G. Sajo. 2004. Estrutura foliar de espécies de Aechmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de São Paulo, Brasil. Acta Bot. Bras. 18: 319-331.
Ratter, J. A., J. F. Ribeiro & S. Bridgewater. 1997. The Brazilian Cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Ann. Bot. 80: 223-230.
Rauh, W. & E. Gross. 1991. Bromelienstudien 22. Trop. Subtrop. Pflanz. 79: 12-14.
Ressel, K., F. A. G. Guilherme, I. Schiavini & P. E. Oliveira. 2004. Ecologia morfofuncional de plântulas de espécies arbóreas da Estação Ecológica do Panga, Uberlândia, Minas Gerais. Rev. Bras. Bot. 27: 311-323.
Ribeiro, J. F. R. & B. M. T. Walter. 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado, p. 89-166. In: S. M. Sano & S. P. Almeida (Eds), Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, Embrapa-CPAC.
Rizzini, C. T. & W. B. Mors. 1976. Botânica econômica brasileira. EPU/Edusp, São Paulo.
Rogalski, J. M., A. Reis, M. S. Reis, K. V. Hmeljevski, & M. Lenzi. 2007. Caracterização do sistema reprodutivo da reófita Dyckia brevifolia Baker, Rio Itajaí-Açu, SC. Rev. Bras. Bioc. 5: 270-272.
Santos, A. J., A. M. Bittencout & A. S. Nogueira. 2005. Aspectos econômicos da cadeia produtiva das bromélias na região metropolitana de Curitiba e litoral paranaense. Floresta 35: 409-417.
Scatena, V. L. & S. Segecin. 2005. Anatomia foliar de Tillandsia L.(Bromeliaceae) dos Campos Gerais, Paraná, Brasil. Rev. Bras. Bot. 28: 635-649.
Scatena, V. L., S. Segecin & A. K. Coan. 2006. Seed morphology and post-seminal development of Tillandsia L. (Bromeliaceae) from the “Campos Gerais”, Paraná, Southern Brazil. Braz. Arch. Biol. Tech. 49: 945-951.
Smith, L. B. & R. J. Downs. 1974. Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Flora neotropica, Monograph 14, Hafner Press, New York, 658 p.
Strehl, T. & R. C. P. Beheregaray. 2006. Morfologia de sementes do gênero Dyckia, subfamília Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Pesq. Bot. 57: 103-120.
Tabarelli, M., A. V. Aquiar, Grillo, A. S. & A. M. M. Santos. 2006. Fragmentação e perda de habitats na Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco, p. 80-99. In: J. A. Siqueira Filho & E. M. C. Leme (Eds). Fragmentos de Mata Atlântica do Nordeste: biodiversidade, conservação e suas bromélias. Rio de Janeiro, Andrea Jakobsson Estúdio.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O envio espontâneo de qualquer submissão implica automaticamente na cessão integral dos direitos patrimoniais à Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology (RBN), após a sua publicação. O(s) autor(es) concede(m) à RBN o direito de primeira publicação do seu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY-NC 4.0).
São garantidos ao(s) autor(es) os direitos autorais e morais de cada um dos artigos publicados pela RBN, sendo-lhe(s) permitido:
1. Uso do artigo e de seu conteúdo para fins de ensino e de pesquisa.
2. Divulgar o artigo e seu conteúdo desde que seja feito o link para o Artigo no website da RBN, sendo permitida sua divulgação em:
- redes fechadas de instituições (intranet).
- repositórios de acesso público.
3. Elaborar e divulgar obras derivadas do artigo e de seu conteúdo desde que citada a fonte original da publicação pela RBN.
4. Fazer cópias impresas em pequenas quantidades para uso pessoal.