Tétano em um canino: aspectos clínicos e terapêuticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-6891v24e-73825E

Resumo

O tétano é uma doença grave e rara em pequenos animais, de caráter agudo e mediada pela ação da neurotoxina tetanospasmina, proveniente do bacilo Clostridium tetani. Neste relato descreve-se um caso de tétano em um canino, com ênfase em seus aspectos clínicos e terapêuticos, além da sua recuperação clínica. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo, um canino, fêmea, da raça Pitbull, com cinco meses, em status epilepticus. Após a estabilização da paciente, constataram-se animal em posição de cavalete, com paralisia espástica generalizada, risus sardonicus, trismo, cauda e orelhas eretas e dificuldade em expandir o tórax. O diagnóstico presuntivo de tétano foi firmado a partir da anamnese, sinais clínicos e achados laboratoriais. O tratamento suporte estabelecido incluiu reposição hidroeletrolítica, soro antitetânico, antibioticoterapia, analgesia, fármacos miorrelaxantes e anticonvulsivantes. O manejo intensivo da paciente foi realizado com sondagem uretral e nasoesofágica, trocas de decúbito a cada duas horas e diminuição de estímulos ambientais. A fisioterapia e a acupuntura também foram utilizadas para complementar o tratamento e acelerar a recuperação. A paciente recebeu alta médica um mês após o início do tratamento, apresentando evolução satisfatória. No presente caso, o exame clínico em associação aos sinais clínicos característicos da doença, acrescidos da anamnese minuciosa foram fundamentais ao diagnóstico presuntivo de tétano. Além disso, o manejo intensivo, o tratamento medicamentoso, assim como a realização de fisioterapia e acupuntura, possibilitaram a evolução do quadro clínico à cura.
Palavras-chaves: Clostridium tetani, diagnóstico; paralisia espástica; tetanospasmina; tratamento.

Downloads

Referências

Rossetto O, Pirazzini M, Montecucco C. Current gaps in basic science knowledge of botulinum neurotoxin biological actions. Toxicon. 2015;107:59-63. Doi: 10.1016/j.toxicon.2015.07.002

Popoff MR. Tetanus in animals. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation. 2020;32(2):184-91. Doi: 10.1177/1040638720906814

Fawcett A, Irwin P. Diagnosis and treatment of generalized tetanus in dogs. In Practice. 2014;36(10):482-93. Doi: 10.1136/inp.g6312

Greene CE. Infecções Micobacterianas. In: C.E G, editor. Doenças Infecciosas em Cães e Gatos. 4. Rio de Janeiro Guanabara Koogan Ltda; 2015. p. 1068-122.

Bandt C, Rozanski EA, Steinberg T, Shaw SP. Retrospective study of tetanus in 20 dogs: 1988–2004. Journal of the American Animal Hospital Association. 2007;43(3):143-8. Doi: 10.5326/0430143

Taylor MA. Tetanus. Continuing Education In Anaesthesia Critical Care & Pain 3. Oxford University Press: Elsevier; 2006. p. 101-4.

Sims C, Waldron R, Marcellin-Little DJ. Rehabilitation and physical therapy for the neurologic veterinary patient. Veterinary Clinics: Small Animal Practice. 2015;45(1):123-43. Doi: 10.1016/j.cvsm.2014.09.007

Bianchi RM, Panziera W, Galiza GJNd, Kommers GD, Fighera RA. Rabies outbreak in buffaloes in Rio Grande do Sul, Brazil. Ciência Rural. 2017;47. Doi: 10.1590/0103-8478cr20160523

Linnenbrink T, McMichael M. Tetanus: pathophysiology, clinical signs, diagnosis, and update on new treatment modalities. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care. 2006;16(3):199-207. Doi: 10.1111/j.1476-4431.2006.00192.x

Dürre P. Biobutanol: an attractive biofuel. Biotechnology Journal: Healthcare Nutrition Technology. 2007;2(12):1525-34. Doi: 10.1002/biot.200700168

Hassel B. Tetanus: pathophysiology, treatment, and the possibility of using botulinum toxin against tetanus-induced rigidity and spasms. Toxins (Basel). 2013;5(1):73-83. Doi: 10.3390/toxins5010073

Burkitt JM, Sturges BK, Jandrey KE, Kass PH. Risk factors associated with outcome in dogs with tetanus: 38 cases (1987–2005). Journal of the American Animal Hospital Association.. 2007;230(1):76-83. Doi: 10.2460/javma.230.1.76

Weiss G, Ganz T, Goodnough LT. Anemia of inflammation. Blood, The Journal of the American Society of Hematology. 2019;133(1):40-50. Doi: 10.1182/blood-2018-06-856500

Stockham SL, Scott MA. Leucócitos. In: Stockham SL, Scott MA, editors. Fundamentos de Patologia Clínica Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p. 45-89.

Tavares W. O Clostridium tetani e o tétano. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 1973;7:57-68. Doi: 10.1590/S0037-86821973000100007

Canal I, Lopes F, Canal R. Tétano: também em animais de companhia. Revista Nosso Clínico. 2006;9:48-58.

Farrow B, Love D. Bacterial, viral and other infectious problems. In: Ettinger, SJ Textbook of veterinary internal medicine Diseases of the dog and cat. 1983;2:269-319.

Acke E, Jones BR, Breathnach R, McAllister H, Mooney CT. Tetanus in the dog: review and a case report of concurrent tetanus with hiatal hernia. Irish Veterinary Journal. 2004;57(10):1-5. Doi: 10.1186/2046-0481-57-10-593

Spinosa H, Górniak S, Bernardi M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017.

Farrar J. Neurological aspects of tropical disease tetanus. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry. 2000;69:292-301. Doi: 10.1136/jnnp.69.3.292

Publicado

2022-12-26

Como Citar

SILVA, G. P. da; GARCIA, C.; SILVA, R. S. da; KLASER, B. W.; ARENHART, S.; MENIN, Álvaro; LIMA, A. A. de; PADILHA, V. S. Tétano em um canino: aspectos clínicos e terapêuticos. Ciência Animal Brasileira / Brazilian Animal Science, Goiânia, v. 24, 2022. DOI: 10.1590/1809-6891v24e-73825E. Disponível em: https://revistas.ufg.br/vet/article/view/73825. Acesso em: 15 mar. 2025.

Edição

Seção

MEDICINA VETERINÁRIA