Avaliação de parâmetros ambientais em uma microrregião no sul do estado do Amazonas e suas relações com estresse térmico de bovinos leiteiros
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-6891v23e-71625EResumo
O conforto térmico ambiental proporciona uma maior eficiência na exploração da pecuária leiteira, pois as respostas do animal ao ambiente são determinantes no sucesso da atividade. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estresse térmico em vacas leiteiras no município de Humaitá, localizado no sul do estado do Amazonas (AM), Brasil. Foram utilizados dados de temperatura do ar (TA) e umidade relativa do ar (UR) para cálculo do Índice de Temperatura e Umidade (ITU) na estação seca (agosto de 2020) e na estação chuvosa (janeiro de 2021). Para o mês de agosto os dados foram coletados na estação meteorológica automática pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia. Em janeiro os dados foram coletados com o Termo-higrômetro (Hobo®, modelo U23-001) instalado na Fazenda Nossa Senhora Aparecida. As médias horárias e mensais dos dados foram feitas e, posteriormente, plotados gráficos boxplots. Os dados coletados para os meses do estudo apresentaram a TA e UR para o mês de agosto 0,65ºC e 0,64% abaixo da Normal Climatológica Provisória (NCP), respectivamente. Por outro lado, janeiro apresentou 0,77ºC e 3,61% acima da NCP, respectivamente. Os ITUs variaram entre 56,25 (confortável) e 84,68 (emergência), em agosto e de 74,15 (confortável) a 84,07 (emergência) em janeiro. O máximo ITU foi observado em agosto, bem como a maior amplitude. Baseados nos resultados encontrados pode-se aferir que o estresse térmico em vacas leiteiras no município de Humaitá-AM apresenta estado de alerta, mesmo para animais de raças cruzadas. Assim, sugere-se o uso de sombreamento nas pastagens para minimizar o efeito do estresse térmico no desempenho produtivo destes animais.
Palavras-chave: Bovinocultura; Estresse Animal; Produção leiteira.
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