Pensando a Condição Provisória do Viajante Contemporâneo
ensaio sobre uma Geografia que pretende descer ao chão
DOI:
https://doi.org/10.5216/teri.v15i2.82659Palavras-chave:
Viajante contemporâneo, Escalas de análise, Trabalho de campo da Geografia, LugarResumo
O presente trabalho propõe um diálogo inicial que destaca a convergência entre a condição provisória do viajante contemporâneo e a prática do geógrafo em trabalho de campo. Ambos, assim como planejadores e urbanistas, costumam observar e pensar a cidade a partir de uma perspectiva distanciada, marcada pela visão do “alto”; seja por meio do uso de imagens de satélite, visões aéreas, ou, no caso do viajante, com o uso de ferramentas digitais. Essa abordagem, embora útil, não permite captar a dinâmica cotidiana vivida no chão. Compreende-se, portanto, que, do alto, não se vê ninguém! Planejadores, geógrafos e viajantes, ao perceberem e pensarem as cidades sob essa ótica, compartilham um mesmo estado de existência, marcado por contatos breves com os moradores locais. Tal condição provisória resulta em incompletudes interpretativas sobre os lugares. No entanto, ao descer um degrau na escala de análise e “colocar os pés no chão da vida”, abrem-se novas alternativas analíticas para a Geografia como ciência dos lugares. Neste contexto, a interação com a etnografia surge como oportunidade para enriquecer a prática geográfica. A aproximação entre essas duas abordagens de trabalho de campo é uma proposta que visa abrir outras formas de conhecer e interpretar os lugares.
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