Juízo e verdade histórica no discurso historiográfico
DOI:
https://doi.org/10.5216/rth.v23i1.64710Palavras-chave:
Juízo historiográfico; Juízo de valor; Caso Dreyfus; Caso Sofri; Caso EichmannResumo
O artigo discute a relação entre História e Justiça, mais precisamente a comparação entre o papel do historiador e o do juiz no processo de conhecimento de casos particulares. A historiografia é abordada em várias épocas, desde a Antiguidade Clássica até a atualidade, analisando-se Heródoto, Tucídides, Santo Agostinho, Antônio Vieira e outros. Nesta visão panorâmica, o foco recai sobre o dilema entre o juízo de valor e o juízo crítico, o que nos conduz à análise do Historicismo e do movimento dos Annales, com ênfase nas reflexões de Lucien Febvre e de Marc Bloch. Valoriza-se o procedimento judicial do historiador no domínio dos eventos, em contraste com os historiadores, linguistas ou filósofos que reduzem as evidências históricas ao domínio das representações ou versões de um mesmo fato, duvidando da veracidade de fatos reais. Aprofundamos tal discussão na abordagem de três grandes julgamentos: o caso Dreyfus, nos anos 1890, o caso Eichmann, em 1960, e o caso Sofri, nos anos 1990. Nesse sentido, analisamos críticas de grande importância, como a dos dreyfusards, e aqueles de Hanna Arendt e de Carlo Ginzburg em face dos processos judiciais mencionados.
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